Renzo Sansoni
Lembremo-nos, todos, daquela
lenda da raposa que queria comer todas as galinhas do galinheiro, sem dar tempo
para que ocorresse nova safra; nem queria saber que as galinhas vinham dos ovos
e que isto leva algum tempo; queria porque queria comer todas as galinhas; de
repente, viu-se a raposa sem ter o que comer e acabou definhando pela própria imprevidência
e insensatez.
Vemos na televisão todos os
dias a indigitação de policiais pelos mais variados e horrendos crimes que se
possa cometer contra a pessoa humana. A mídia passa-nos a impressão de que os
bandidos é que são as vítimas e que, em tudo onde a polícia entra para
trabalhar, ela já está errada de antemão. Antes de qualquer verificação
sensata, transparente, criteriosa, racional e com provas sólidas a mídia já
bateu no traseiro dos policiais. Passados alguns dias, as coisas começam a ter outra
versão, outros significados, outros rumos, outros responsáveis.
Mas a faca na carne já fez o
estrago indelével. Tenho conhecimento de policiais que, no mais lídimo
cumprimento do dever, tiveram funestas consequências para o resto de suas
vidas; é só encomendar uma estatística de quantas viúvas e órfãos de policiais
existem no país; de quantos policiais estão presos porque mataram bandidos que
mataram e espancaram tanta gente; de quantos policiais estão inválidos, doentes
e incapacitados para o trabalho, numa indigência que deveria revoltar a todos;
de quantos policiais abandonaram a profissão pelo desencanto e decepções sem
fim; de quantos policiais tornaram-se bandidos para serem tratados com mais dignidade.
Estas estatísticas fariam nós todos tremermos pelo inusitado da situação e pela
frouxidão das autoridades em consentir no apodrecimento induzido de uma das
mais necessárias instituições, em detrimento do bem público e do privado.
Voltando à lenda da raposa,
estamos assistindo ao desmantelamento de nossa polícia, pois que nenhum jovem
de boa saúde moral e mental se interessará em seguir nesta profissão. A família
barrará. E os poucos que restarem não serão confiáveis. E quem sofrerá com
isto? Toda a sociedade. Evidentemente que não se defende, aqui, a idéia de que todos
os policiais são santinhos imaculados e benzidos. Sabemos que é grande o
contingente de péssimos e desumanos profissionais que atuam na área policial. Mas
não se pode aprovar o nivelamento de nossa polícia com o que há de mais abjeto
e desclassificado neste Brasil. Polícia é coisa muito séria, e necessita da
mais ampla colaboração da sociedade para o pleno exercício de sua função. Pare
por uns momentos e pense no cotidiano de um policial nos grandes centros,
notadamente Rio e São Paulo. Pense no inferno que é a vida destes trabalhadores
da vigilância
Onde o coronelismo argentário,
o império dos narco-milionários e a lei do mais esperto fazem as regras e os
costumes da região. Pense, como filho, quando o pai deixa a família à noite
para defender a sociedade dos bandidos e sanguinários, mafiosos e estupradores,
pistoleiros e vigaristas, filhinhos de papai e drogados. Ainda me causa frêmito
e melancolia o choro de um garoto de 11 anos, ao chegar ao meu consultório,
trazendo o pai policial que foi atingindo por uma bala bandida num dos olhos e
com graves consequências visuais e neurológicas. Para podermos dormir em paz,
trabalhar em paz, divertir em paz e ter o direito de ir e vir em paz, precisaremos
muito de uma instituição policial severamente preparada, corretamente
remunerada e moralmente elevada.
O bandido ainda não é a
polícia.
Título, Imagem e Texto: Renzo Sansoni
Caro Dr. Renzo,
Este foi um dos textos mais
lúcidos e honestos que li em toda a minha vida e por isto lhe dou os parabéns.
Em qualquer país deste planeta as instituições de segurança, internas e
externas, são tratadas com o máximo respeito e consideração, menos no Brasil. O
linchamento das polícias no Brasil se tornou rotineiro e não ouço uma voz a
defendê-las. A quem interessa isto?
É claro que nós sabemos que
existem os bons e os maus policiais, assim como existem os bons e os maus
cidadãos. E isto ocorre no mundo inteiro. Nova Iorque, a maior cidade dos
Estados Unidos, passou por uma fase tenebrosa quando a violência e a ousadia
dos bandidos chegou aos extremos em razão da corrupção que grassava na polícia
daquela cidade. Da mesma forma, os Estados Unidos passaram por um período
tenebroso quando as máfias agiam sob a proteção de políticos e de uma polícia
corrupta. As organizações mafiosas passaram a se constituir num poder paralelo
até que um jovem presidente resolveu acabar com esse poder.
John Kennedy, ao ser eleito,
nomeou seu irmão Robert Secretário de Justiça e deu-lhe carta branca e recursos
para acabar com as organizações mafiosas. Este se cercou de um grupo de
promotores sob a chefia de um jovem e brilhante promotor, Rudolph Giuliani, com
ordens expressas de resolver o problema e deu a Hoover, então chefe do FBI,
poder e carta branca para agir contra os chefes mafiosos. A partir dai mafiosos
de alto calibre começaram a ser presos, julgados e condenados a penas que só
terminariam depois de suas mortes. As organizações mafiosas foram finalmente
eliminadas.
Anos depois, Rudolph Giuliani se elegeu prefeito de Nova Iorque, justamente na época em que a cidade era considerada uma das mais violentas do mundo. Com sua larga experiência no combate às máfias, Giuliani começou por fazer uma limpeza completa na polícia altamente corrupta e implantou o sistema que ficou conhecido como tolerância zero. Primeiro eliminou-se os corruptos na polícia para depois combater a bandidagem. Muitos livros foram escritos e muitos filmes foram feitos sobre estes episódios da história norte americana. Nova Iorque hoje é uma das cidades mais seguras do mundo, até porque Osama Bin Laden foi morto.
Anos depois, Rudolph Giuliani se elegeu prefeito de Nova Iorque, justamente na época em que a cidade era considerada uma das mais violentas do mundo. Com sua larga experiência no combate às máfias, Giuliani começou por fazer uma limpeza completa na polícia altamente corrupta e implantou o sistema que ficou conhecido como tolerância zero. Primeiro eliminou-se os corruptos na polícia para depois combater a bandidagem. Muitos livros foram escritos e muitos filmes foram feitos sobre estes episódios da história norte americana. Nova Iorque hoje é uma das cidades mais seguras do mundo, até porque Osama Bin Laden foi morto.
No Brasil, há um problema que
me parece insolúvel. A corrupção está aninhada dentro do governo federal e se
irradia pelos governos estaduais e municipais, contaminando tudo. Tornou-se uma
praga que faz parte da cultura do povo brasileiro, neutralizado que está pela
ignorância e falta de cultura e pela propaganda oficial altamente eficiente,
demagógica e populista. É muito fácil para indivíduos espertos e matreiros como
Lula da Silva & Cia. enganar um povo assim. Não se aperceberam dada a
extrema ignorância e incapacidade de pensar e raciocinar que Lula da Silva não
passa de um bandido de alta periculosidade.
A completar este quadro
desolador, o Brasil tem um sistema, melhor dizendo, um esquema político que só
favorece os corruptos. Esta é a razão da sobrevivência matuzalônica de
indivíduos como José Sarney, Jader Barbalho, Paulo Salim Maluf, Renan Calheiros
e tantos outros que infestam a política brasileira.
A este esquema montado no
Brasil nada se interpõe e tudo lhe favorece. Não existe oposição e os poucos
órgãos da imprensa que têm a ousadia de denunciar seus desmandos, são
perseguidos diuturnamente. A Veja e o Estado de São Paulo que o digam.
Até aqui tratamos apenas das
polícias, instituições indispensáveis em qualquer país do mundo posto que o
gênero humano é composto dos bons e dos maus. Dai a necessidade da existência
das polícias para que os bons vivam em paz.
E o que dizer das forças
armadas brasileiras que estão sistematicamente sendo sucateadas e humilhadas
sob o pretexto de não mais ter a capacidade de promover um golpe de estado?
Ao longo dos desgovernos das
esquerdas comandadas pelo lulo-petismo as forças armadas foram submetidas a uma
humilhação tal que eu fico espantado como é que ainda existem. Imagine um
general, um almirante e um brigadeiro do ar ter que prestar continência a um
pilantra como Lula da Silva e a uma ex-terrorista como Dilma Roussef. E
aguentar os ministros da defesa que lhes foram impostos como Waldir Pires e
Celso Amorim, dentre outros tão inexpressivos quanto estes. Se houvesse alguma
dignidade entre os chefes militares e o oficialato, seria o caso de entregar o
quepe, devolver a farda e usar as botinas por último para dar um pontapé no
traseiro desses filhos de putas que estão destruindo o país.
Qualquer nação que pretende
ser grande e fazer parte do grupo de elite cuida em primeiro lugar da boa
educação de seus filhos, de suas finanças, seu sistema econômico a fim de se
tornar rica. Ao mesmo tempo, cuida de suas forças armadas a fim de torná-las
poderosas para enfrentar as pretenções dos invejosos que são muitos.
O Brasil não tem inimigos
externos porque sempre foi um país insignificante onde suas riquezas podem ser
compradas com dinheiro ou com suborno. Mas pode chegar um dia em que o seu
território passe a ser cobiçado por países superpopulosos. A China está de olho
no Brasil e ao mesmo tempo tornando suas forças armadas muito poderosas.
Estou repassando sua mensagem
para os da minha lista.
Um grande abraço,
Otacílio Guimarães, 29-03-2013
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