quarta-feira, 27 de março de 2013

"Avião não cai, derrubam!"

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Cruzeiro do Sul, voo 109, 1º de junho de 1973":

Lembro muito deste vôo, em que o comandante era o Alexandre, e o 1º oficial era o Sotter. Na véspera estavamos jantando no Hotel Amazonas em Manaus, e na mesa lembro que o Alexandre disse a bom som que ainda estava para "nascer" o avião que iria derrubar ele. Conversas de mesa com brincadeira. No dia seguinte eu estava na reta final para pousar em Porto Velho, e o controlador da torre perguntou: Comandante, está sabendo o que aconteceu com o Caravelle em S.Luiz? (Eu não sabia) mas imediatamente lembrei do jantar no dia anterior. Sei as causas do acidente, etc... etc… não comentarei. Foi muito triste, o Caravelle era excelente aeronave, mas como todo avião… tem que ser respeitado NOS PROCEDIMENTOS DE VÔO.

Otacílio Guimarães
Deduzi desse comentário que o comandante Alexandre, do Caravele da Cruzeiro do Sul no vôo 109 no fatídico dia 1º de junho de 1973, derrubou o avião. A frase que assinalei em amarelo me levou a esta dedução. Isto me trás à lembrança uma outra frase, não me lembro de quem, que afirmara: “Avião não cai, derrubam”.  

Não chego a esse extremo porque sei que máquinas, por mais bem construídas que sejam, apresentam eventuais defeitos. E a indústria aeronáutica é uma das mais perfeitas já inventadas pelos seres humanos. Eu embarco num avião absolutamente tranquilo e gosto muito de voar. Já voei em muitos calhambeques e nunca passei por situações de perigo real. Mas acredito realmente que a maioria dos acidentes é decorrente de falhas humanas. Um deles, para mim foi incrível, e está relatado no livro Caixa Preta, de Ivan Sant’Anna.  

Trata-se do voo RG254 da Varig que iniciara sua viagem em Guarulhos às 9h43 de um domingo com destino a Belém, num voo pinga-pinga de várias escalas e onde deveria chegar por volta das 19 horas. A última etapa seria Marabá, no sul do Pará, direto a Belém, no rumo norte. Fiz esta etapa algumas vezes voando da Bahia para o Pará e me lembro muito bem do que se vê do avião naquela região. É um vôo curto de aproximadamente 50 minutos e o comandante Cézar Augusto Garcez, de 32 anos e bastante experiente, assumiu o comando do Boeing 737 em Brasília, segunda etapa da viagem, de onde decolou às 14h05. Depois de várias escalas, desceu em Marabá e de lá decolou às 17h35 com tempo para chegar a Belém ao pôr do sol. Só que inseriu no computador de bordo um rumo errado constante do plano de voo que a Varig lhe fornecera: 0270 quando o correto seria 270. Assim, após a decolagem, o avião tomou o rumo do oeste ao invés do norte.  

Naquele horário, 17 horas, quem voa rumo ao norte, vê o sol à esquerda na ponta da asa do avião. Garcez e Zille, seu copiloto, no rumo que o avião assumiu, passaram a ver o sol de frente, bem na cara. É claro que deveriam ter percebido que estavam voando não rumo norte, mas para oeste. Um passageiro, piloto particular, percebeu o erro e tentou alertá-los através de uma comissária. Sem sucesso.  
Começou ali um drama que se transformou em tragédia parcial. Até pouco mais das 9 horas da noite, o Boeing 737 vagou pelos céus da floresta amazônica completamente perdido. Para sua surpresa, Garcez descobriu que não sabia onde estava e Zille não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Confiava no comandante. Entretanto, Garcez era um homem de sangue frio e enorme equilíbrio emocional. Percebeu o erro e procurou de todas as formas encontrar uma saída, um lugar para pousar o avião com sua tripulação e seus passageiros. Mas como, se era noite escura e voavam perdidos por sobre a floresta amazônica?

Em momento algum Garcez se desesperou, o que é normal em situações como esta, e procurou uma saída até que o combustível do avião começou a acabar. Os passageiros, lá atrás, já sabiam que algo muito grave estava acontecendo. Sabiam que estavam perdidos no meio da floresta num avião sem rumo. Não entraram em desespero, entretanto, e esperaram o fim rezando.

Acabado o combustível, uma turbina parou quando Garcez já havia colocado o avião numa situação de pouso forçado. Antes de atingir as copas das árvores da floresta, a segunda turbina também parou por falta de combustível. A partir dai e até tocar as copas das árvores, Garcez obrigou o Boeing a planar por uns dez minutos colocando-o num ângulo de descida que evitasse a queda brusca que seria fatal para todos os ocupantes. E entregou seu destino a Deus dizendo a Zille: “Chegou a nossa hora, Zille. Todos temos a nossa hora”. Se conformou com o seu fim trágico.  

Garcez, sem imaginar, penetrou na floresta amortecendo a queda nas copas das imensas árvores. Em seguinda ao primeiro baque, veio outro que reduziu a velocidade da queda: o avião penetrara entre duas árvores que lhe arrancou as asas e o charuto restante bateu no solo e deslizou até parar faltando apenas alguns segundos antes de se chocar com uma imensa árvore que lhe teria desintegrado totalmente matando todos os seus ocupantes.

Garcez acabara de fazer o pouso forçado mais espetacular da aviação mundial. Não sofreu nenhum ferimento e o copiloto Zille foi atingido na perna por um galho de árvore que penetrou do seu lado. A maioria dos passageiros escapou, alguns ilesos, outros bastante feridos.

Em episódios como este, vários fatores contribuem. Erro humano, cansaço, autoconfiança, distração. Mas, eu creio sobretudo na atuação do Sobrenatural de Almeida, como Nelson Rodrigues carinhosamente chamava Deus. Não tenho nenhuma condição para julgar Garcez e seu copiloto Zille. Acho que Garcez foi fantástico como piloto e como homem que, depois do acidente, se dedicou a socorrer os feridos e contribuiu para salvar muitos. Me emociono muito ao relembrar estes acontecimentos e ao ver o vídeo:


Hoje penso o que vai no pensamento deste homem cuja carreira que tanto amava foi de repente destruida por acontecimento tão nefasto. Não deve ser fácil suportar. Se eu estivesse naquele avião e tivesse sobrevivido, o teria perdoado por qualquer erro. Veja a segunda parte da reportagem:


Eu faço uma pergunta que não se cala dentro de mim: será que o controle do tráfego aéreo também não tem culpa? Na época não havia radar em Belém, como na maior parte do Brasil. Até hoje, grandes extensões do país não são cobertas por radar.  
Por tudo isto, eu perdoaria Cézar Padula Garcez. Aliás, eu o admiro muito.  
Veja outro vídeo sobre este triste episódio, este sobre o resgate dos sobreviventes.


Título e Texto: Otacílio Guimarães, 27-03-2013

Relacionado:
Cruzeiro do Sul, voo 109, 1º de junho de 1973

17 comentários:

  1. Garcez foi o fator gerador do acidente. Suas arrogância e covardia foram as causas da morte dos 12 passageiros. A sobrevivência dos demais não ameniza em nada sua enorme responsabilidade. O sr. Otacílio Guimarães erra gravemente ao propor que, pelo fato do pouso de emergência ter sido bem sucedido, o comandante Garcez deve ser perdoado. Sua oportunidade de redenção acabou no momento em que o Zille lhe mostrou onde estava o erro e ele, Garcez, não fez nada para corrigir imediatamente a situação. Pode-se até criticar a passividade de Zille, mas sua atitude de submissão ao seu superior é mais justificável do que a prepotência criminosa do Garcez.

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  2. Direta e vivamente à este Herberti:

    Você alguma vez em sua vida, esteve sentado na cabine de comando de um avião?
    Observo que não, senão não diria as babozeiras que insinuou.
    Fiz este vôo muitas vezes numa geringonça que você nunca imaginou voar.
    Tinha um caderninho no bolso da camisa, com os indicativos de cada vôo.
    De Marabá à Belem, indicava a proa magnética 027 graus que era a soma da proa
    verdadeira, mais a declinação magnética.
    Então agora é você quem erra gravemente, por não saber que alguns iluminados
    da Varig, que nunca colocaram o rabo num avião assim como você, inventaram
    uma folha de navegação (retirada após o acidente) que colocaria os pilotos
    "familiarizados" com os quatro algarismos dos vôos internacionais. Estupidez
    que fez o Garcez usar 270 no lugar de 27 gráus, e deu no que deu.
    Sem os seu julgamentos idiotas, digo-lhe que eu como diretor de uma empresa
    aérea, daria sim emprego ao Garcez, porque nunca mais iria cometer o mesmo
    erro, nem creria em folha de navegação de algum iluminado puxa-saco da Varig.

    Ou ainda não descobriu que prepotente e criminoso é você??

    IVAN A Ditscheiner

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    1. Muito bem, sr. Ivan! Acredito que sua linha de argumentação é a mesma que tinham os executivos da extinta Varig, e também os executivos das atuais empresas aéreas: dane-se a vida dos passageiros! Vamos encher as cabines de formulários inúteis e de pilotos arrogantes. O cara sabe que vai para o norte, mas o Sol está bem na cara dele. Estranho né??? O Controle Aéreo perguntando "algum problema?" e ele sequer para responder "não me encham o saco!!!". O co-piloto descobre como aconteceu e tudo o que o maravilhoso comandante faz é mandar ele ficar em silêncio por causa do gravador de bordo. PQP! PQP! Se você sentir-se-ia bem em trabalhar com um profissional destes, o problema é seu. De novo, os executivos da Varig pensavam bastante parecido.

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  3. Vou discordar de todos os comentários, inclusive do tópico, cuja única assertiva verdadeira é:
    Aviões não caem, são derrubados por imperícias humanas, e terroristas.
    Nas imperícias humanas coloco também os controladores de voo.
    Vou discordar de tripulantes passivos, pois são responsáveis também pelos acidentes e incidentes.
    Comandante não erra sozinho, numa cabine de comando somos equipes.
    Certa vez num voo Lisboa - Porto - Rio, fui fazer o cheque externo.
    Eu sempre calculava quanto de combustível "Deveria" entrar no avião, não era a minha responsabilidade,quando outro f/e estava na cabine, mas eu sempre a fazia,em qualquer voo. O comandante era o VERAN, eterno namorado da filha da dona Tide, no Gefuvar, ele fazia EVAER e eu a ESVAR.
    Antes do abastecedor subir, pedi para ver a nota de abastecimento, faltava 4000 quilos pelas minhas contas.
    Quando o abastecedor desceu, a nota havia sido assinada e aceita, Então pedi para ver as réguas dos tanques.
    O comandante Veran desceu, cheio de suas razões e plausíveis, dizendo que eu ia atrasar o voo, e ele ia me reportar.
    Bati meu pé, eu queria ver as réguas.
    Atrasou 2 horas, e quando chequei as réguas faltavam 3700 quilos.
    Eu chamo isso de trabalho de equipe, mesmo com os risco de perder-se o emprego.
    O nome do outro f/e gostaria de preservar.
    Aviação é um trabalho IMENSO de equipe, desde o serviçal da limpeza até chegar ao seu comandante.
    Felizes aqueles que erram na aviação e têm oportunidades de recomeçarem suas vidas.
    Eu continuo crendo na minha premissa que só aprendemos com os erros dos outros.
    Muito poderão dizer que eu desconfiava do trabalho dos outros, ledo engano, é responsabilidade de todos na aviação fiscalizar as operacionalidades de todos.
    Quando um erra e o outro não vê, ou vê e não fala tudo está perdido.
    Citei o nome do comandante, porque não houve reportes.
    Uma equipe assume a totalidade dos erros do outro.
    boa tarde.

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  4. A gravação da conversa do cockpit do B-747 da KLM, em Los Rodeos, Tenerife em 27.03.1977 mostrou que o 1o. Oficial fez uma observação ao Comandante da KLM perguntando se - de fato - o controle havia autorizado a decolagem. Supõem-se que o Comandante, famoso na propaganda da KLM, Instrutor autoritário, contrariado pela observação do seu 1o. Oficial apenas confirmou que já estava iniciando a decolagem e prosseguiu sem fazer qualquer reavaliação perdendo assim a chance de salvar a própria vida e a vida de 582 passageiros e tripulantes. Esse fato deu motivo para a implantação do programa CRM. Alberto José

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  5. Julgar não leva a nada . O Comte. Garcez pode não ser o culpado , mas era o responsável. O titular do voo é sempre o responsável. O próprio afirma isto . Culpa é outra coisa. Qual de nós poderá garantir que a falha foi dele , ou em conjunto com outros ? Nenhum dos que escreveram comentários pode atestar a culpa do Sr Garcez com clareza ; não são conhecidas todas etapas e nuances envolvidas no fato. Além do mais , o Comandante Garcez já foi duramente punido , pois carregará consigo e para sempre, o peso da responsabilidade de ter confundido a rota culminando com a queda da aeronave no meio da selva e a perda de 12 vidas. Teria ele falhado sozinho ou há outro(s) envolvido(s) sem que efetivamente se saiba ? O acidente foi amplamente comentado pela mídia na época do ocorrido , inclusive pelo "Fantástico".
    Percebe-se na crítica feita pelo Sr Herberti que este não capaz de diferenciar um aeródino de um aeróstato. A VARIG sempre foi uma empresa aérea com profissionais altamente qualificados em todas as áreas . com uma diretoria preocupada com a excelência dos serviços prestados, principalmente a segurança das pessoas transportadas. Foi dito , certa vez, por um gerente de aeroporto:
    " A aviação não é para amadores" e " Aviões não caem , são derrubados" .
    A pessoa que teceu críticas no comentário mais acima o fez sem conhecimento técnico em aviação civil, da mesma forma que um almocreve discursasse sobre física quântica .
    Fosse o comandante Garcez irmão do crítico, e o pai deste um dos diretores da Pioneira , o comentário seria outro.
    Muitas vezes , inclusive no governo e não somente como foi na VARIG, notificações, circulares, comunicados e leis entram em vigor para corrigir procedimentos depois que algo relevante e/ou trágico tenha ocorrido .
    É o que tínhamos a opinar , dentro do estado democrático de direito oferecido neste importante blogue .

    Sidnei Oliveira
    Assistido Aerus - Rio de janeiro

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  6. Posso dar uma opinião mesmo que ninguém concorde! , eu conheço pouco de aviação, mais trabalho com equipamento perigosos e de riscos altos, opero guindastes de grande porte que ergue muitas toneladas, e assim como pilotos temos um plano de içamento que temos que seguir a risca o que esta escrito, esse plano chama-se plano de Rigguer, como os planos de voo dos pilotos, e esses planos é feito em conjunto com o operador e o profissional rigguer! Se esse cara colocar um decimal diferente no plano de rigguer, eu posso morrer ou matar alguém! para min culpa é da Varig que errou em ter mudado os algarismos no plano e não deu treinamento sobre tal caso ao piloto. e
    O cara esta sofrendo pelas merdas que uma turma de babacas fizeram! Adriano Furtado.

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    1. BEM ASSISTI CALADO O FATOR GERADOR 0270 QUE ESTAVA NO PLANO DE VOO.
      Agora vou usar a lógica.
      O círculo magnético tem 360 graus, torna-se óbvio que o último algarismo é decimal. Óbvio é algo racional e justificativo se tivesse 2700 invés de 0270 teria o comandante Garcez a impossibilidade de por o rumo magnético 2700, em suma ele saberia que era 270.0.
      Por outra via a cidade de Belém fica ao norte de Marabá, ninguém voaria para o oeste, leste ou sul senão fosse relapso, relaxado e péssimo profissional.
      Não houve "briefing" preparatório para aquela etapa.
      Ele havia feito 3 ou 4 etapas com o mesmo tipo de plano de voo e nessas etapas com o mesmo plano de voo, voando de São Paulo para Marabá sem errar suas proas.
      Para encerrar o plano de voo tem mínima culpa pelo erro.
      Todos os tripulantes tinham conhecimento que o último dígito era DECIMAL.
      BABACA é um cara que não prepara o voo dentro das regra mínimas de aviação.
      Todos os aeroportos tem cartas de decolagem e pouso com suas direitivas de proa magnéticas, que todos os pilotos tem obrigação de consultar. Essas cartas de navegação e os mapas de navegação sobrepujam qualquer plano de voo.
      Na aviação o avião é um trabalho de equipe, nada deve ser decorado, até a lista de cheque "DEVE" ser lida e é "OBRIGATÓRIA" a resposta.
      O voo 254 era assim.
      SÃO PAULO O130 UBERABA
      UBERABA 0050 UBERLÂNDIA
      UBERLÂNDIA GOIÂNIA 0270 BRASÍLIA
      BRASÍLIA 0350 IMPERATRIZ
      IMPERATRIZ 2700 MARABÁ
      MARABÁ 0270 BELÉM
      Os números são as proas de cada etapa.
      Durante 5 etapas eles tiveram rumos norte e na etapa Imperatriz Marabá o plano de voo apresentava o rumo 2700, como falei no início.
      Então observa-se que acertaram 5 vezes e erraram na última etapa.
      Dizer que o plano de voo propiciou o erro na minha modesta opinião é uma ilação.

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  7. Ao ler a explicação acima feita pelo VSROCHHA eu, na minha humilde opinião agora (já que estava convencido de que o GARCEZ digitou o numero 270 ao invés de 027) passo a acreditar que na verdade ele não digitou nada e apenas ficou a mesma numeração do último vôo, ou seja, ALTAMIRA X MARABÁ 2700, pois lá ele digitou 270 desprezando o último Zero. Certo ou errado, VSROCHHA???

    Nazareno Lemos - Belém-Pa

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  8. Pois, senhor Nazareno, até pode ter sido, isso só mesmo ele pode explicar. O que foi difícil para mim que voei 28 anos, é que engravatados atrás de suas mesas resolveram colocar parte da culpa no plano de voo. Regras e procedimentos foram deixadas de lado. Piloto e cirurgião tem as mesmas responsabilidades por vidas. Um piloto erra e sobrevive passa a administrar sua culpa. O cirurgião erra e continua exercendo sua profissão para errar de novo. O motorista mata e continua dirigindo. É a hipocrisia da sociedade que julga pelo número estatístico, e não pela probabilidade de erros. Eu acredito que motoristas e cirurgiões matam mais que pilotos. Só que pilotos são punidos quando não morrem.

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    1. Vander, desculpe a insistência, mas corrija-me se eu estiver errado. Quando você diz assim: São Paulo X Uberaba 0130, isto quer dizer que Uberaba está a 13º Magnético de São Paulo, OK???
      Uberaba X Uberlândia 0050, então Uberlândia está a 5º M de Uberaba e assim por diante, certo??? Pelo menos foi o que eu pude entender, inclusive verifiquei a posição das cidades pelo Google Maps.
      Responda-me que é para continuar o meu pensamento.
      Um abraço.

      Nazareno Lemos - Belém-Pa

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    2. Nazareno,
      Você não pode usar google maps.
      As rotas não são diretas, existem fixos virtuais que devem ser voados.
      Eu fiz um aparado dessas rotas, mostrando seus rumos aproximados.
      Por exemplo de São paulo para Uberaba direto seria 2 graus.
      De Marabá para Belém seria 29 graus.
      Entenda que há rotas a serem seguidas.
      Para mim o que interessa é que o voo era quase que totalmente no rumo norte, exceto a etapa Imperatriz marabá que era rumo oeste.
      Espero ter ajudado.

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    3. OK. OK. Então, abstraindo a tal comparação usando o MAPS e voltando à sua informação inicial temos que: para voar de SP a Uber ele digitou corretamente 013, tanto que o avião chegou ao seu destino. Depois de Uber a Uberl, digitou 005, correto? senão o avião não teria chegado. Continuando... de Uberl a BSB ele digitou 027, após de BSB a Imperatriz, digitou 035 (tudo rumo Norte assim seja entendido) e depois de Imperatriz a Marabá (rumo Oeste) foi digitado 270. Onde eu quero chegar. Quando ele teve que voar de Marabá a Belém olhou para o bendito plano de vôo e estava lá 0270. Olhou para o aparelho e lá já constava 270, ou seja, a numeração do vôo anterior e nesse momento por alguma coisa que não entendemos, embotou sua mente (talvez o cansaço do vôo pinga pinga) e ele simplesmente não digitou mais nada achando que a numeração estaria correta. Sabemos que, o que quer que tenha acontecido (é muito que) não trará de volta as doze pobres almas que se foram naquele terrível acidente, porém fica uma certeza, se ele tivesse tido um pouco de tolerância, tivesse ouvido as ponderações dos demais, quem sabe isso tivesse sido evitado. Detalhe: eu já ví os vários documentários a respeito e lí o Livro Caixa Preta e ninguém levantou essa possibilidade da coincidência dos números. Eu só fiz o atual comentário baseado nos números que você passou e eu acredito serem verdadeiros.
      Um abraço.

      Nazareno Lemos - Belém-Pa

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    4. espero ter dirimido sua dúvida.
      Como expliquei fica muito fácil para engravatados encontrarem motivos extras.
      O certo é que o senhor entendeu.
      Como pode um cara que fez 4 ou 5 etapas como planos de voo similares, erra justamente na última?
      Talvez cansaço, mas eu acredito mais em ser relapso, acreditar-se um deus, imune a erros.
      Não acredito em fatalidades, apenas em erros humanos.
      Por exemplo, o tsunami, o vulcão são perigos naturais, o erro é morar perto dos oceanos e vulcões. A natureza pode causar desastres naturais, é o homem que os procura.
      grato...

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  9. Gostaria que você visse a rota de Imperatriz para Marabá. no sistema de cartas brasileiro.
    Aqui vai o LINK.
    http://servicos.decea.gov.br/arquivos/ais/cartas/xxxs_enrc-l6_enrc_20151112.pdf?CFID=bf787473-b9db-47f3-884d-ac6d87e32efb&CFTOKEN=0

    Está bem no topo do mapa.
    A rota era direta no rumo oeste.

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  10. Eu gostaria de entender se foi cansaço do piloto.

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