Kyoto, uma cidade única no mundo

Otacílio Guimarães

A viagem está sendo ótima desde a saída de Sydney num vôo direto para Tokio pela Qantas num A-380. Que avião fantástico! É um verdadeiro palácio voador.  

De Tokio seguimos pelo trem bala para Kioto uma hora depois e aqui estamos nesta cidade magnífica e única no mundo. Kioto faz parte de um aglomerado de cidades que abrigam cerca de 40 milhões de pessoas. É a região mais desenvolvida do Japão em todos os aspectos. Porém, Kioto conserva sua identidade própria e em certos aspectos é até provinciana. Seus bairros periféricos conservam o ar de cidades interioranas, com inúmeras praças arborizadas, ruelas de casinhas que mais parecem vilas interioranas, seus jardins floridos muito bem cuidados, uma população que parece adorar a vida e seus deers. Ah, os deers!
 

Os deers são animais da família dos antílopes e, segundo me informaram, oriundos da África e que se adaptaram muito bem na Ásia. Existem em vários continentes sob nomes variados e diversas variações genéticas. Na América do Sul e especialmente no Brasil, seus parentes são denominados veados. Existe no mundo todo uma variedade incrível desses animais, mas os de Kioto são diferentes de todos os demais. São dóceis, amigáveis, sociáveis e resolveram se tornar citadinos, ou seja, viver na cidade misturados com os humanos. Em Kioto, estão em todos os parques da cidade, fazem parte da paisagem e são protegidos pelas autoridades locais. Nem precisava, pelo fato de serem tão dóceis.  

Passear pelos parques de Kioto é sempre um prazer e uma alegria misturados a esses admiráveis animais e à população local e os incontáveis turistas de todas as partes do mundo que estão sempre por aqui. Eu me descontraio e me sinto em outro mundo de paz e tranquilidade. Veja este vídeo e tenha uma ideia do que é Kioto:

Outra coisa que me fascina em Kioto é que aqui a população infantil parece ser a maior do Japão. A explicação para isto é que os jovens japoneses preferem morar nesta região, que é a mais desenvolvida do país e onde os empregos são fartos. Aqui estão instaladas as maiores empresas do Japão. Eles vêm para cá com suas famílias ou formam famílias aqui. E ai os meninos nascem sem parar. Não é uma beleza? Adoro crianças!

Voltando aos deers, aqui tem uma espécie de bolacha deliciosa feita de trigo com peixe que é vendida em todos os lugares e que eles adoram. Quando eles percebem crianças comendo essa bolacha, logo se aproximam e os petizes não resistem e começam a lhes oferecer as bolachas. E ai os pais das crianças gastam um bom dinheiro alimentando os deers. Pensei: isto é uma espécie de bolsa família voluntária para os deers. Na última vez que estive aqui com Kika, quase vou à falência! Ela não parava de alimentar os deers com a bolacha e eu pagando! Hehehehehehe!!

Vizinha a Kioto e formando uma só cidade, estão Osaka e Nara, também no mesmo estilo. Osaka é rodeada por uma cadeia de montanhas onde do topo se avista a magnífica baia de Kioto tendo no centro, numa ilha artifial, seu aeroporto. É uma visão espetacular. Nara abriga os templos budistas mais magníficos e os mais espetaculares exemplos da antiga arquitetuta japonesa. E os deers estão por lá também. Quando estive aqui com Andrea e meus netos eles ficaram fascinados. Veja este outro vídeo sobre Nara:

Já visitamos o senhor Nomura, o parente mais velho da Naomi. Este homem me surpreende. Com a idade que tem, uma lucidez extraordinária e uma sabedoria de causar inveja. Recluso num sítio nas montanhas, acorda de madrugada para tirar o leite de umas vacas que cria. Depois do café da manhã, adentra sua biblioteca e vai ler clássicos da literatura mundial ao som dos clássicos da musica internacional. Seus preferidos são Beethoven e Mozart. Gosta muito também de Frank Sinatra e da música norte americana. Eu lhe ofertei um CD de chorinhos brasileiros que ele adorou.  

Agora veja como Kika quase me leva à falência alimentando os deers em Nara com as tais bolachas. Este vídeo foi postado no You Tube pela amiga dela, a Cherrie e filmado pela Naomi.

Bem, por hoje é só. Grande abraço,

Título e Texto: Otacílio Guimarães, 24-03-2013