Com este título o Sr.
Mikhail Saakashvili [foto] publicou um artigo no "O Estado de S. Paulo" (8-4-14). Ele foi presidente da Geórgia de 2004 até o ano
passado. Seu olhar necessariamente experiente está a ver coisas que à primeira
vista parecem não nos interessar, devido à enorme distância física e cultural
que nos separa do Cáucaso. Mas é bom para pormos as barbas de molho.
Pois bem, o artigo de Saakashvili é tal que seria uma imprudência não tomá-lo em conta. O título diz tudo: “A guerra está chegando”.
Mas que guerra? Ele não
especifica.
Constata ele que Vladimir
Putin considera a “maior catástrofe geopolítica” do
século XX a dissolução da União Soviética e está empenhado em reverter essa
situação e voltar à bipolaridade anterior. Nesse sentido, a recentíssima
anexação da Criméia seria um passo para estabelecer os alicerces para “novas
realidades políticas e legais”. Quais? A Moldávia, a Letônia ou
talvez alguma província da Polônia estão na alça de mira para futuro
próximo.
Como disse a chanceler alemã,
Angela Merkel, no dia 13 último, “a Rússia está trazendo à mesa a
lei da selva”.
O mundo livre está diante de
um dilema: “será que o Ocidente está disposto a pagar esse preço
agora ou atrasar a decisão e pagar um preço muito mais alto no futuro?
“Essa escolha pode ser
descrita em termos médicos. O câncer da agressão russa surgiu pela primeira vez
na Geórgia. O Ocidente decidiu ignorar o diagnóstico, preferindo tratar a
doença com aspirinas. A Crimeia é a metástase daquilo que ocorreu na Geórgia,
mas o Ocidente continua a excluir a opção cirúrgica — ou seja, a intervenção
militar — dizendo que essa é arriscada demais.
“No entanto, no mínimo
seria melhor começar com a quimioterapia. Sim, isso significa que o Ocidente
sentiria os efeitos do próprio remédio, principalmente as empresas europeias no
curto prazo. Mas, no longo prazo, essa dose dolorosa é a única maneira de
ajudar a eliminar o câncer chamado Putin”.
“A respeito dos
apaziguadores em relação a Hitler, Winston Churchill [foto]
disse, certa vez, profeticamente: ‘Puderam escolher entre guerra e
a desonra. Optaram pela desonra e terão a guerra’. É claro que não podemos
esperar de políticos modernos, obcecados com pesquisas e eleições legislativas,
que sejam como Churchill o tempo todo. Mas, no mínimo, eles não deveriam ansiar
por entrar para a história como Chamberlain. E, no coração do apaziguamento, há
um equívoco em relação ao homem que Putin é — e sempre foi.” Um comunista ex-KGB, acrescento eu.
Título e Texto: Leo Daniele, Agência Boa Imprensa, 09-04-2014
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