sexta-feira, 28 de julho de 2017

Em 2005, Lula defendia que a Venezuela tinha democracia “em excesso”

Marlos Ápyus

Os críticos passaram mais de 10 anos alertando da possibilidade de a Venezuela virar uma ditadura, mas foram ignorados. Foto: Marcello Casal Jr/ABr
Era 2005, ou o ano em que Hugo Chávez começou a definir a própria política como “Socialismo do século XXI”. O mundo não tinha esquecido. Menos de duas décadas antes, o Muro de Berlim tinha ido ao chão, e a União Soviética tinha sido derrotada pelo capitalismo. Os vitoriosos entenderam a mensagem: sem exceções, o comunismo destruía democracias e as entregava a ditadores. Portanto, era natural o temor do que poderia acontecer com a Venezuela.

Àquela altura, Chávez já havia vencido eleições, promulgado uma nova Constituição, referendado o próprio poder e… vencido mais eleições. Foi neste contexto que Lula, presidente que no Brasil enfrentava até então sua maior crie política – sim, o Mensalão – entrou em campo para defender o companheiro bolivariano.

“Eu não sei se a América Latina teve um presidente com as experiências democráticas colocadas em prática na VenezuelaPoder-se-ia até dizer que tem em excesso.

Nessa época, o jornalismo não reclamava do uso de mesóclises por parte do presidente da República. Era capaz até mesmo de aplaudir, afinal, tratava-se de um líder com gritante déficit educacional fazendo uso de uma linguagem um tanto mais rebuscada.

Doze anos se passaram. A democracia na Venezuela é algo tão escasso que o Mercosul já a reconhece como uma ditadura. Mas o PT segue apoiando o sucessor de Chávez. Mesmo com o ditador matando mais de uma centena de manifestantes contrários ao regime. 
Título e Texto: Marlos Ápyus, Implicante, 27-7-2017

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