A revista SÁBADO desta semana
(nº 688, de 6 a 12 de julho de 2017) traz uma reportagem de capa sobre a
imigração de brasileiros, de autoria de Raquel
Lito (texto) e Micaela Neto
(fotos). Sem link.
A matéria ocupa as páginas 32
a 38.
TENDÊNCIA. FAMÍLIAS ABANDONAM O BRASIL DEVIDO À
CRISE POLÍTICA
A NOVA ELITE DE IMIGRANTES TEM SOTAQUE CARIOCA
A paisagem, as praias e o
clima lembram-lhes a dolce vita do
Rio de Janeiro. Cascais é o seu epicentro: uns recomeçam na Quinta da Marinha,
outros no Estoril, ou no bairro do Rosário. Porto e Algarve também são opções.
Não abdicam de alguns velhos hábitos do seu país, mas já não precisam de
conduzir carros blindados.
Copiei o trecho que segue:
Família sequestrada no WC
O fantasma da violência está
onipresente entre estes imigrantes qualificados. Alguns até preferem recomeçar
com menos condições em Cascais a viverem em estado de alerta permanente no Rio
de Janeiro. “A sensação de sair de casa sem olhar à volta não tem preço”,
assevera a dentista com dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira), Andrea
Valporto, de 46 anos. Mudou-se para Portugal em agosto de 2016, num
processo-relâmpago de três semanas, e alugou um T3 num condomínio do pacato
bairro do Rosário. Apesar das paredes vazias, dos móveis escassearem e do chão
ser fora de época (tacos de madeira dos anos 80), sente-se feliz na companhia
do marido Frederico, de 47 anos, e dos dois filhos (Igor, de 14 anos, e Eric,
de 6). Para trás, deixou outro condomínio, o Novo Leblon, na Barra da Tijuca,
com vigilância 24 horas por dia e acesso a todas as mordomias: piscinas, ginásio
e restaurante.
“Ficávamos dentro de casa e
evitávamos sair à noite, mas havia violência a qualquer hora do dia.”
(…)
Um mês antes de emigrarem o
medo voltou a apoderar-se da dentista, em julho de 2016, quando estava parada
num engarrafamento às 15h junto ao BarraShopping (um dos maiores centros
comerciais da cidade). “Estava dentro do carro e tudo parado por causa de umas
obras na rua. Quando olhei para o lado, vi um cara numa moto a apontar a arma à
cabeça de um senhor num carro ao lado. Aí desesperei, imaginei que ia haver um
arrastão. Não havia policiamento. O senhor foi assaltado, mas não mataram
ninguém. Foi um dos grandes motivos da minha vinda, a qualquer hora do dia ou
da noite acontecem assaltos.”
(…)
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