segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A Padaria Portuguesa, o Pingo Doce, o Banco Alimentar, etc...

Henrique Pereira dos Santos

Há um grupo muito vocal de pessoas que reagem facilmente a qualquer coisinha menos ortodoxa relacionada com a Padaria Portuguesa, o Pingo Doce, o Banco Alimentar e mais uns quantos, havendo uma espécie de acordo geral em considerar, à partida, estes, e outros do mesmo tipo, como malandros moralmente desqualificados.


Por mais que os factos demonstrem que não é verdade que a Padaria Portuguesa trate os seus empregados pior que os seus concorrentes, por mais que não seja verdade que o Pingo Doce não pague os seus impostos em Portugal, por mais que não seja verdade que Isabel Jonet faça qualquer tipo de negócio com a pobreza, nada disso interessa a uma boa parte das pessoas que se declaram adversárias destas três entidades (e quem as representa) até porque jamais deixarão que os factos influenciem a sua opinião.

Isto é possível, e grande parte da imprensa funciona como caixa de ressonância dessas ideias erradas, apenas por uma circunstância: responsáveis máximos destas entidades resolveram dizer, em alguma altura, o que pensam, tendo o azar de o que pensam não encaixar no que grande parte da esquerda considera admissível.

O interessante é que estas pessoas não pretendem discutir os argumentos usados pelos responsáveis por estas organizações, o que querem é mesmo que ninguém diga e, se possível, ninguém pense, o que eles disseram.

A liberdade de expressão, em Portugal, tem limites informais estabelecidos pela superioridade moral da esquerda e quem não os respeitar vai mesmo ter de aguentar custos muitos mais altos que os outros, os que podem ser embarretados livremente pelo primeiro burlão que diga o que querem ouvir e, mesmo assim, serem considerados a melhor escolha para dirigir uma agência de notícias, desde que o que dizem esteja dentro do cânone estabelecido pela ortodoxia comunicacional.

O que eu queria era mesmo agradecer a Nuno Carvalho, a Alexandre Soares Santos, a Isabel Jonet (há mais, claro, mas estes três representam bem o que quero dizer) o exercício da liberdade de expressão que têm dados mostras.

Portugal seria menos diverso sem a coragem de dizerem coisas fora da ortodoxia dominante.
Título e Texto: Henrique Pereira dos Santos, Corta-fitas, 31-12-2017

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