A Abraji emitiu uma nota em defesa das agências de “checagem de
fatos”, que fecharam parceria com o Facebook para censurar postagens com
“discurso de ódio” ou “mentiras”. A reação de quem sabe do que isso realmente
se trata foi imediata e enérgica, o que fez a turma acusar o golpe. Na nota, há
passagens no mínimo interessantes:
Desde
o anúncio da parceria entre o Facebook e as agências de checagem Aos Fatos e Lupa em um programa de verificação de
conteúdo postado na rede social, em 10 de maio 2018, jornalistas e
colaboradores desses veículos têm sido alvo de ataques no próprio Facebook e
em outras plataformas, como Twitter e WhatsApp.
Por
meio de vídeos e montagens de imagens, páginas e pessoas públicas classificam
a iniciativa de checagem como “tentativa de censura da direita”, atribuindo às
agências e a profissionais que as compõem o rótulo de “esquerdistas”. Os
conteúdos e falas incitam o público a “reagir”.
Perfis
pessoais de colaboradores dos veículos em redes sociais têm sido
vasculhados e expostos em montagens, como supostas evidências de que as
agências de checagem estariam a serviço de uma ideologia. Em alguns casos,
fotos de cônjuges e pessoas próximas aos profissionais também foram
disseminadas junto a afirmações falsas e ofensivas.
Para a
Abraji, a crítica ao trabalho da imprensa é válida e necessária. Ao incitar,
endossar ou praticar discurso de ódio contra jornalistas, porém, aqueles que
reprovam as iniciativas de checagem promovem exatamente o que dizem combater: o
impedimento à livre circulação de informações.
Alvo de ataques? Ou seja,
quando essa gente recebe críticas, elas se transformam
automaticamente em “ataques”, o que nos ajuda a entender o que querem dizer com
“discurso de ódio”. Um exemplo está dado: falar mal das agências de “checagem
de fatos”.
O que chamam de “montagens de
imagens” é, na verdade, uma coletânea de imagens retiradas dos próprios
perfis desses censores. Podemos ver um exemplo abaixo:
Nós é que colocamos neles o
rótulo de “esquerdista”, percebem? Não são eles que demonstram
claramente ser de esquerda, ao endossar toda a agenda “progressista”,
defender em muitos casos até o PT e destilar nojo de Bolsonaro (sim, uma das
censoras disse que o deputado é “nojento”).
A nota fala ainda em perfis
“vasculhados”, vejam só que coisa incrível, irônica, reveladora! Ou seja, os
censores vão vasculhar tudo que é postagem para reduzir seu alcance quando o
conteúdo incomodar, mas não querem ser eles mesmos alvos de checagem dos
demais. Checam, mas não podem ser checados. São os “ungidos” acima do bem e do
mal. Alexandre Borges resumiu bem:
Mostrar que certos jornalistas
mais parecem militantes de esquerda, torcedores partidários ou adeptos do
proselitismo ideológico não é “endossar discurso de ódio”, como diz a nota, mas
exatamente checar os fatos, como deveriam fazer todos os
jornalistas sérios. Eis o que os censores não aceitam, pelo visto.
Eles tentam manter a aura de
imparcialidade, mas é balela. Como funciona a tática das agências de “checagem
de fatos” para posarem de isentas: elas refutam algumas “notícias” espantalhos
contra a direita também, do tipo “Bolsonaro estuprou menina de 12 anos”; aí o
“isentão” puxa da cartola essa incrível “checagem” para vender a ideia de que é
imparcial. Só trouxa compra, claro…
Por que será que o barulho
todo contra as agências de “checagem dos fatos” vem da direita?
Será que a esquerda que
defende Lula e Maduro preza a honestidade ou confia em terceiros dizendo o que
é verdade e mentira? O silêncio relativo dessa turma e a reclamação geral da
direita mostram tudo que é preciso saber sobre o assunto: os censores são os
próprios radicais de esquerda!
E é essa revelação que tem
despertado tanta preocupação e ódio neles. Se cada vez mais gente compreender o
que realmente está em jogo, então a tática não vai funcionar, e o Facebook será
pressionado a ser um pouco mais neutro de fato, sem perseguir conservadores
como faz hoje.
Se você entende o perigo,
sugiro que compartilhe esse e outros textos sobre o assunto, sempre finalizando
com a hashtag #internetlivre. Não vamos
aceitar passivamente a instalação do Ministério da Verdade orwelliano por
socialistas disfarçados de jornalistas imparciais.
Título, Imagens e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 16-5-2018
#internetlivre
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