Telmo Azevedo Fernandes
Fico sempre desconfiado quando se junta um grupo de pessoas para “pensar o país”. Desatam normalmente a descobrir políticas de “interesse nacional” e eu, confesso, já estou farto de me irem ao bolso…
Pus de lado o meu preconceito
e admiti que o evento pudesse decorrer em São Mamede de Ribatua para demonstrar a preocupação desta gente pelo
Interior, mas calha afinal que se juntaram nessa localidade periférica votada
ao ostracismo que é Cascais.
Em luta contra as minhas
próprias ideias feitas, reconheci que pelo menos os oradores principais
certamente seriam pessoas normalmente sem palco mediático, distantes da
oligarquia que nos pastoreia, indivíduos livres e com ideias inovadoras. E não
é que eram mesmo?!
Vejam só: Marcelo Rebelo de
Sousa; Manuel Caldeira Cabral; António Vitorino; Luís Marques Mendes; Luís
Amado; Carlos Carreiras; Jorge Coelho; Guilherme d’Oliveira Martins; Nunes
Liberato; Pedro Reis; Rui Moura Ramos; entre outros. Nem sei como António Costa
não se juntou ao acontecimento.
Percebi melhor o que moveu as
pessoas a deslocarem-se ao hotel de luxo da Cidadela para assistirem às
conferências quando um amigo (mais perspicaz e com maior talento do que o meu)
sintetizou da seguinte forma: “é o equivalente a ir à ópera, mas sem a gorda a
cantar”.
Título, Imagem e Texto: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias,
20-5-2018
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