sexta-feira, 18 de maio de 2018

[Aparecido rasga o verbo] Eternos legados à posteridade

Aparecido Raimundo de Souza

Para que preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro...”.
Confúcio.

QUAIS PALAVRAS HERDARÃO as nossas crianças, os nossos filhos e netos dos atuais vultos da história (esses hipócritas e safados de terninho de grife e sapatos de marca que vemos por aí, todos os dias, com seus discursos bonitos e cheios de sinônimos alinhados e bem sonantes, em frente às câmeras de televisão?). 

O que dirão de peso e consistência esses pilantras - que hoje detêm as rédeas do poder -, essas criaturas podres e nojentas, que abundam as pocilgas do senado, da câmara, do judiciário, contaminadas, todas elas, pelo vírus da ganância e do poder? O que dirão senhoras e senhores para que fiquem guardadas e sirvam como exemplos, mais tarde, para as nossas futuras gerações se espelharem e até se recordarem dos autores e dos seus feitos?

Qual será a frase chave que marcará profundamente a cabeça de nossos jovens e adolescentes, ao crivo de fazer a galera, num impulso impetuoso se orgulhar de trazer à tona (desse ou daquele outro personagem e até sentir uma pontinha de inveja) ou à baila ao ver seu nome ser mencionado?

Antes de respondermos a essas indagações, seria de bom alvitre que mergulhássemos no túnel do tempo e voltássemos à era de alguns perduráveis e duradouros. Figuras eviternas, imperecíveis, consistentes, que se destacaram e se tornaram inesquecíveis, não somente porque deixaram marcas indeléveis e perpétuas – como, igualmente, pela personalidade marcante que detinham - e representaram. Claro, também pelos feitos brilhantes que cada um realizou em vida, em prol de toda a humanidade.

Comecemos com o carismático Miguel Ângelo (nascido Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni), destacado e notável pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, evidentemente uma das maiores figuras da Renascença. Foi ele quem deu vida ao “Teto da Capela Cistina”, ao “Juízo Final”, a “Pietà”, a “Criação de Adão” sem a fogosa Eva e a mafiosa Cobra Malvada, na época do jardim do Éden conhecida pelo apelido de Gleisi Hoffmann. É de Miguelzinho também o não menos famoso afresco “Lula Bêbado”, mudado a depois, por pressão do PT para “Baco Bêbado” e “Temer Morrendo”, sendo (re)batizado, em seguida, para “Adônis Morrendo”, em face da turminha assanhada do PMDB ter entrado com uma liminar no Supremo.

Foi esse cidadão que ao contemplar a sua obra prima, a compuscófica “Estátua de Moisés”, num momento de alucinação e delírio, diante da beleza de seu trabalho, gritou eufórico, batendo com um martelo, nos pés da escultura: “Parla! Parla! E Moisés, furioso (tinha problemas de artrite), não deixou por menos. Fora de si, berrou e quase teve um AVC: “Vá bater com essa porra de martelo nos chifres da sua querida mãezinha”.

O mesmo fez o físico e matemático grego, filho de Fídias, o criativo Arquimedes, inventor do parafuso sem porca e da porca sem parafuso. Foi expulso do STF por ter discordado do Gilmar Mendes e criado só de raiva, a Lei da Impulsão Impulsiva. Depois de escorraçado dessa casa corteana, se mudou para o “palácio do Janucú” e ali, às margens do enigmático Lago Paranoá trouxe à existência terrena a balança balançante e a roldana composta, além do incrível avião sem asa.

Sua fama, todavia, se perpetuou mundo afora, quando tomava banho na Praia de Copacabana e lavava as partes pudentes a céu aberto para um sol de quarenta graus. Descobriu, por mera casualidade, porque os navios gigantescos (e mais pesados que uma pedra de granito) flutuavam em meio ao oceano bravio, como se tivessem asas nos pés, ao contrário de qualquer outro objeto, que simplesmente afundava se jogado na água.

Diante desse achado, saiu para a Avenida Atlântica em frente ao Copacabana Palace (na época esse hotel recentemente inaugurado), completamente pelado, as mãos nos bolsos, berrando aos quatro cantos: “Eureka!”, “Eureka!”, cuja tradução literal do grego para o português, seria ou é, “Achei”, “Achei”. Não só achou como encontrou.

O romeno Caio Júlio César, filho do legendário troiano e político Eneias, no ápice da gloria tombou morto, imaginem, sem vida, nas escadarias do Fórum, no dia 15 de março do ano 44, da Era Romana, abatido com 23 punhaladas, junto da estátua de Pompeu. “Tu quoque, fili, me brute!” – ou “Também tu, Bruto, meu filho!”. Segundo seus biógrafos, a estátua de Pompeu, se manteve calada. Entretanto, se mijou todo, da cabeça aos pés, e, em vista deste ocorrido, envergonhado, sequer ousou conceder entrevista à imprensa.

Carlos I, rei da Inglaterra, entre 1625 a 1645, três minutos antes de bater as botas no cadafalso, se dirigindo ao bispo Rodrigo Juxon, meteu a boca no trombone e se saiu com um sussurrante “Remember” ou (Lembra-te!). De fato, 369 anos depois, as pessoas se lembram dele e muito pouco de Henriqueta, sua querida e amada consorte.

Napoleão Bonaparte acabou seus dias gloriosos em 5 de maio de 1821, aos 51 anos de idade, vítima de câncer no estômago, na Ilha de Santa Helena (no Atlântico Sul). Antes de fechar os olhos deixou esta frase memorável: “France... armée, tête d’armée” ou “Exército da Franca, chefe do exército”.

O presidente americano Abraham Lincoln sucumbiu com um tiro à altura da nuca, na verdade uma bala perdida, disparada pela arma do ator John Wilkes Booth, que pretendia matar outra pessoa, um cidadão palhaço, conhecido como Tiririca do Brejo, num espetáculo circense que fora assistir junto com Lewis Powell, David Herald e George Atzerodt. Esse fato aconteceu em 14 de abril de 1865, no Teatro Ford (naquele tempo não existiam os circos) em Washington, nos Estados Unidos. Ele teria dito o seguinte: “Deixem-me que vou morrer!”. Não deu outra. Abraham abriu caminho para o andar superior, e expirou, perdão, bateu com as doze.

Machado de Assis, em seu leito de morte, sussurrou: “Guardem meu velho e surrado Machado num lugar que todos vejam e não se esqueçam de mim”. Ivo Pitanguy não ficou atrás. Lascou um “Viver vale a pena, mesmo com um bisturi nas mãos”. Virou livro de sucesso, junto com “Aprendiz do tempo”.  Diante dessas figuras memoráveis, acreditamos piamente que se Lula partisse hoje, para a eternidade dos quintos de Lúcifer, diria, ou melhor, repetiria a frase de Ulisses Guimarães. “Se um dia vocês, companheiros, testemunharem meu enterro, podem dizer. Ali vai um homem inconformado”.

Roberto Carlos, certamente não diria, cantaria: “E que tudo mais vá pro inferno”.  Em oposto, nosso querido e “onroso” Michel Jackson Temer, se acontecesse um milagre e, de repente, acenasse em adeus ao povo sofrido e fodido, de mala e faixa presidencial com passagem só de ida, para as insondáveis e cavernosas cucuias, deixaria esta brilhante e inesquecível frase: “Se reeleito for, no próximo pleito, para novo mandato, farei o Brasil andar para trás, de ré, de costas, em recuo, retrogradando, pelo menos uns 20 ou 30 anos em um mês”.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Do portal do Cemitério Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí, interior de São Paulo. 
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Do portal do Cemitério Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí, interior de São Paulo. 18-5-2018 

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