Aparecido Raimundo de
Souza
NEM SEMPRE QUANDO OUVIMOS alguém dizer que “a
vaca foi pro brejo”, necessariamente essa pessoa está sinalizando que a coisa
deu ou saiu errada. Pode haver um segundo entendimento: a vaca, em questão, não
ser um animal de quatro patas, mas uma besta quadradamente redonda, de duas.
Nesse caso, a vaca animal, se transformou em uma mulher jovem, que cansou da
vida pacata que levava e resolveu mudar de ares. Fez as malas, às carreiras, e
viajou para o Maranhão, terra de José Sarney, aquele cidadão que ainda cria
“Marimbondos de fogo”.
Se ainda assim, para
os senhores, pairar dúvidas sobre a ligação desse Estado com o “Brejo” da vaca
acima referenciada, que foi em direção a ele, pergunte a qualquer
universitário, ou a estudante de jornalismo Daiene Mendes (aquela que
respondeu, sem nenhuma dificuldade, as perguntas do quadro “Quem quer ser um
milionário” do programa Luciano Huck), que a resposta virá na ponta da língua.
“Cláudio” de sobrenome
Malabares (não confundam com Pedro Malazartes), nunca arredou os pés das Minas
Gerais, mas, nesses encontrões da vida, conheceu a “Maria Helena”. Os dois, em
pouco tempo, acabaram unindo as pulgas dos cachorros vira-latas e as dívidas de
ambos, perante o altar da igreja de “Mariana”, onde a união dos pombinhos foi
celebrada pelo padre “Barbacena”, de “Passos”. Interessante é que ela, “Maria
Helena”, é e sempre será a mulher do “Cláudio”. Nunca passou por sua cabeça se
transformar numa cidade do Paraná. Contudo, o destino lhe foi adverso. “Maria
Helena” virou uma localidade bem próspera por aquelas paragens. E a “Anta
Gorda”, os senhores perguntarão: de onde saiu? Seria de Teresina, no Piauí? De
Cantagalo, no Rio de Janeiro? Nada disso, caros leitores! A “Anta Gorda” veio
de Pilcha e bombacha diretamente do Rio Grande do Sul.
No Amazonas
encontramos a “Boca do Acre” e, no Acre, vemos o esplendoroso “Cruzeiro do
Sul”. Nas Alagoas existe um “Pão de Açúcar”, sem bondinho, sem vista bonita e,
em Goiás, é possível topar com moças de pernas, olhos, coxas e claro, “Caldas
Novas”. Em Brasília, além dos conhecidos ladrões dos colarinhos brancos e da
máfia do STF (aquela pocilga onde seus ocupantes são adeptos do “vamos ver quem
fala mais bonito e complicado”) foi descoberto, recentemente, um grupo de
patriotas fanáticos que atende pelo nome de “Núcleo dos Bandeirantes”.
Comentam a boca miúda,
e não só a miúda, igualmente a línguas ferozes, que “os cabeças de frente”
dessa nata, lutam, pelejam, se mimoseiam, por baixo dos panos, para derrubarem
os tiranos e assumirem o poder no lugar de Michel Jackson Temer. Pois bem! Com
ou sem tirania, quem viajar até o Distrito Federal, se tiver alguma “Posse”,
nos bancos, se encantará com a “Gama” forte que vagueia pelos ares da cidade,
ou “Pirapora”, de vez, comprando um belo “Sobradinho” lá pelas bandas de
“Planaltina”.
Depois de três anos de
namoro firme, “Olinda”, a filha mais nova do seu Duarte, um baiano arretado de
“Pilão Arcado” desencalhou de vez. Casou a beldade, de papel passado, com tudo
o que tinha direito com um cidadão de nome “Lauro de Freitas”. Os nubentes,
entretanto, não voaram para muito longe. Logo na lua de mel, o enlace foi pras
cucuias. Uma lástima! O rapaz, segundo declarações da donzela, à mãe, em carta
registrada tinha o “Cabo Frio”, ao contrário dela, que possuía “Capim Grosso”
no meio das pernas compridas e bem torneadas e, dentro dele (do capim), um
“Bacabal” imenso e florido, escondido, e à cata de um “Paudalho”. Resumindo:
cada um seguiu rumos diferentes por estradas opostas e nunca mais se
encontraram.
O varão, dizem, viajou
às pressas, para “Picos”. Comentam, os mais chegados, que nem bem abriu as
malas na linda cidade, acabou arrasando, com as picas, que encontrou pelas
ruas. A jovem “Olinda”, porém, mais recatada, deu uma tremenda “Volta Redonda”.
Depois de sacudida a poeira, conheceu “Dois Irmãos do Buriti” e, então, soltou,
ou melhor, abriu, de vez, as portas do “Reduto”, onde dormia quietinha a sua
saudosa e pacata “Xambioá”. Acabou mal, infelizmente. Virou “Fonte Boa”,
viciada em “Tomé-Açú”.
Em meio a toda essa
confusão, quem nasce em “Cutia”, acaso é cuteu? E quem é natural de “Tomar do
Geru”, toma realmente no caneco? Os homens de “Touros” usam chifres? “Pau de
Ferros” goza? As moças de “Virginópolis” são puras e castas? O “Vigia” é amigo
de Viseu? Será verdade que os moradores da sossegada e bucólica “Três de Maio”
não conseguem ir muito longe porque só aprenderam a dar “Três Passos?”. E quem
pisa a “Passo Fundo” deixa marcas no chão? Segundo a Revista “Espia e veja”, o
melhor lugar para se morar, atualmente, é em “Barra Mansa”. A cidade é um brinco.
O prefeito é de “Vassouras”, o delegado tem a “Ponta Grossa”, e o meritíssimo é
filho de “Juiz de Fora”. O “capa preta” veio montado em duas “Vassouras”.
Explicamos. Uma delas,
ele próprio usou na viagem. Na outra, veio à esposa, dona Sofia, conhecida
pelos dons adquiridos em “Jardim das Piranhas”, no Rio Grande do Norte.
Comentam mais, os entendidos e mexeriqueiros de plantão. Com o referido
magistrado, a linha é dura e o buraco mais embaixo. Sério! Escreveu não leu, a
“Lapa” é certa e desce nos costados, sem dó nem “Piedade”. Nada fica à “Bangu”.
Pelo sim, pelo não, parece que o “Porto Seguro”, não deixa margens às dúvidas.
A “Vitória”, meus
amigos, nessa altura do campeonato, é a da “Conquista”. Quem achar que estamos
falando besteiras, que se entenda com o prefeito de “Pintópolis”. Ou isso ou
vira “Veado Velho”, lá pelos longínquos do Ceará. A menos que a “Jijoca de
Jericoacoara” entre em cena e comece a piar. Tal como a jiripoca do cantor
Daniel, de “Brotas”, interior de São Paulo.
Explicação necessária: os nomes “entre aspas”
deste texto são uma homenagem do autor às cidades e municípios brasileiros por
onde passou, exceto “Marimbondos de fogo” que se trata de um romance de José
Sarney.
Título e
Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito
Santo. 1-5-2018
Colunas anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-