Aparecido Raimundo de
Souza
COMO BONS BRASILEIROS, acreditamos que os
senhores devam lembrar perfeitamente de um episódio que, na época, deu muito o
que falar. Nos idos de 1985, Luiz Inácio Lula da Silva processou o músico
Herbert Viana pela magnífica poesia “Luiz Inácio (300 picaretas)”. A nosso ver
isso foi uma verdadeira ignomínia das mais torpes e objetas. Em primeiro lugar,
o senhor Luiz Inácio, como os demais citados na obra gravada pela banda
“Paralamas do Sucesso”, deveriam se sentir orgulhosos por verem seus nomes
estampados numa melodia que, na ocasião, ganhou enorme projeção nacional.
Afinal de contas, convenhamos, poucos são os que conseguem, hoje em dia, um ato
heroico dessa envergadura. Ainda mais sendo bandido.
Chega inclusive, a ser
exótico. Vejam, por exemplo, quantas personalidades de projeção, não só
nacionais, como internacionais (sem querer nos desfazer dos envolvidos com a
letra em questão), existem espalhadas por esse mundo de Deus afora. Contudo,
nem por isso, essas celebridades galgam o ponto nevrálgico de alguém (parar
para as revenciarem), através de uma letra magnifica, bem escrita, bem
estruturada, e que, no fundo, sabemos, de antemão, mostra, a olhos saltados
fora das órbitas, todas as verdades desses pilantras enganadores que estão
sendo retratados. Foi o caso do companheiro Lula, hoje rotulado, carimbado e
selado como ex-presidente. Quem de nós, senhoras e senhores, ilustres
desconhecidos, não sentiria um prazer quase sexual, em ser cortejado e aclamado
com todas as honrarias e méritos na poesia de uma canção?
Costumamos enfatizar
que somente os pacóvios e trouxas, os lerdaços e papalvos, não veriam com olhos
arregalados e atentos ouvidos, uma façanha dessa envergadura. Das duas uma: ou
esses pilantras (citados) temiam que a sociedade (ao tomar conhecimento dessas
aberrações) os alcunhasse de demagogos e salafrários, ou o passado de cada um
exteriorizasse promiscuidades relevantes que deixariam saldos negativos e
muitíssimo a desejar, e, portanto, em vista desses fenômenos insatisfatórios,
nada nesse “ontem adormecido” deveria ser molestado ou tocado. Em outras
palavras caríssimos leitores amigos: trazidos escabrosamente à tona.
Na época, bem
recordamos, o procurador sectarista da “Câmara dos Deuputados”, um “tal” de
Bonifácio de Andrada (na ocasião, PTB-MG Partido dos Trombadinhas Bundões),
obstaculizou que a aludida música atentava frontalmente contra a moral dos mais
soberbos representantes da cúpula nacional. Vamos abrir um pequeno parêntese.
“De fato, para alguns patolas, o “cu” pula. Não só pula como salta também.
Parêntese fechado”. Naquele (como nesse) momento, uma indagação por nós
levantada foi de pronto, trazida à baila e agora, elegantemente retorna ávida
de uma reposta coerente: será que a composição do senhor Herbert Vianna
ofendeu, de igual forma, os conhecidos “bons costumes?”. Em passo adiante, vale
ressaltar o fato de que ninguém naqueles idos se levantou (nessa mesma casa de
ratos e toupeiras), nenhuma alma desgrudou o rabo sujo de sua cadeira, com
coragem e bravura suficientes, para dizer, se opor, ou gritar, a plenos
pulmões, que as atitudes de certos parlamentares magoavam, lesavam, ultrajavam
e faziam profundamente mal, não só a imagem de toda a cidadania, como atacavam,
a duros golpes, a dignidade, a moral e o decoro de um País inteiro perante as
outras potencias mundiais.
Na esteira desses
acontecimentos, não se nega que o senhor Herbert Vianna fez o que gostaríamos
de fazer, ou seja, mostrar o que estava de errado, de torto, de pernicioso a
todo um bando de bocós e pascácios usque surdos de nascença. Trazer a público,
igualmente, a indignação geral em clamor uníssono daqueles indivíduos do lado
sério, da galera de caráter e vergonha na cara. Com essa celeuma toda
levantada, em torno dessa poesia, esse compositor brilhante e fecundo, dono de
méritos indiscutíveis, tratou minuciosamente e sem escrúpulos, de um assunto
complexo e reservado. Ofereceu para nosso deleite espiritual e, sobretudo para
nosso entretenimento, uma peça rara e de peso, de valor inestimável,
regulamentada em forma de melodia lírica, algumas das muitas barbáries e
canalhices que aconteciam e pior, amados, ainda acontecem (hoje) nos altos
escalões do (des) governo federal.
A música, em si, foi
tão eficaz, quanto buliçosa. Insinuante e ferina. Suscitou uma série de ocorrências opostas às
pretensões esperadas. Por ser altamente dissidente e censuradora, não demorou
muito para roçar, em cheio, na ferida de muita gente. De igual forma, confundiu
as noções do contraditório, melindrando exasperadamente uma grande e expressiva
porção de “seres viventes”, entre eles, o augusto e tinhoso “cachaceiro”,
alvoroçando seus podres, seus estragados, seus pútridos, cutucando “a curta com
vara onça”, dos outros bandidos que não faziam outra coisa no dia a dia a não
ser se esforçarem com mórbida tenacidade, para levar o Brasil ao pandemônio
generalizado, ao caos total. Lula, nessa época, se emputeceu. Deu uma de
santinho. O tempo, todavia, se encarregou demostrar a sua verdadeira face
negra. Hoje o forrobodeiro está em cana vendo, repetindo, rotulado, carimbado e
selado, e para estragar seus antigos “300 picaretas” (atualmente são mais),
vendo o sol nascer quadrado. Apesar dessa “prisão” kikikikikiki ser meio
inteira maquiada. Pelo menos o poderoso dos dezenove dedos de São Bernardo,
está proibido de sair em caravana brasilzinho a fora vomitando suas merdas e,
por debaixo dos panos, “dando tirinhos em ônibus”, botando a “Polícia Fedemal”
para investigar o impossível, e, no fundo, o deus de merda do PT (Partido dos
Trapaceiros) se fazer de vítima perante essa sociedade de parasitas e
boçais.
Vejamos, agora, os
versos que chacoalharam os brios desse sem vergonha gravados pelos brilhantes
“Paralamas do Sucesso”, que nos foram presentados no exato momento em que
atravessávamos (ou, como ainda transpomos, a trancos e barrancos), os difíceis
caminhos de um histórico tempo de mudanças não muito claros para todos que se
diziam (e se dizem) e se apresentavam (e se apresentam) ou se autodenominavam
(ou ainda se autodenominam) como brasileiros natos. Reparem, senhoras e
senhores, que versos lindos e maviosos. Segue o link, para quem quiser
acompanhar a letra ouvindo a raridade.
Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou
São trezentos
picaretas com anel de doutor
Eles ficaram ofendidos
com a afirmação
Que reflete, na
verdade, o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é
propina e jetom
Variações do mesmo
tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha,
eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica
sua própria lei
Aonde se vive mais ou
menos
Como na Disneylândia
Se essa palhaçada
fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente
pra pegar na saída
Pra fazer justiça uma
vez na vida
Eu me vali desse
discurso panfletário
Mas a minha burrice
fez aniversário
Ao permitir que num
país como o Brasil
Ainda se obrigue a
votar, por qualquer trocado
Por um par de sapatos,
por um saco de farinha
A nossa imensa massa
de iletrados
Parabéns coronéis,
vocês venceram outra vez
O Congresso continua a
serviço de vocês
Papai, quando eu
crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar,
voltar na próxima eleição
E se eu fosse dizer
nomes a canção era pequena
João Alves, Genebaldo,
Humberto Lucena
De exemplo em exemplo
aprendemos a lição
Ladrão que ajuda
ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de
televisão.
Nesta hora, um pouco
além da sombra o quanto podemos ver, e até onde, na época vinte e três anos atrás,
enxergamos temos aí exposta a visão sumária da produção artística dos
“Paralamas”, onde não encontramos subsídios sólidos que pudessem ou que viessem
ferir e assustar os nobres e distintos deputados e parlamentares ou quaisquer
outros vadios e desonestos mencionados na “Luiz Inácio (300 picaretas)”. Menos
ainda agora, até porque a letra, apesar do tempo, continua na moda, como os
livros do escritor Júlio Verne. Em outras palavras, uma poesia muito além do
seu tempo. Hipoteticamente, lembraria uma “Viagem ao centro da guerra”. Guerra?
Que guerra?! Da guerra ensandecida que o senhor ex-presi... presiden...
denden... P-R-E-S-I-D-I-Á-R-I-O Lula Fula Mula trava consigo mesmo.
Quando os (“300
Picaretas”) começaram a tocar nas rádios, Luiz Inácio (com outros bandoleiros)
deu início a uma batalha improcedente contra o compositor Herbert Vianna por
calúnia, injuria e difamação. Entendemos que naqueles distantes, como agora,
esse tríplice aspecto, atrelado às sanções previstas no Código Penal reside
exatamente no oposto, ou naquelas figuras eminentes e intocáveis (os
borra-botados) que o acionaram juridicamente. Em conclusão, senhoras e
senhores, se a carapuça serviu para a cabeça de Lula (perdão ex-prepotente
presidente) e seus encrenqueiros caudatários e correligionários, é sinal de que
a melodia não falou de utopias e veleidades. Tampouco de mentiras. Sem sombra
de dúvidas retratou (e retrata apesar de passados todos esses janeiros) com
fidelidade leal e perseverante, o pensamento comunitário de muitos, patenteando
as verdades nuas e cruas, como se fosse um filme de nossa pátria despatriada,
exilada e profanada. Ora, se aqueles que realmente ambicionam passar o país a
limpo se lançam a essa tarefa de peito aberto, jamais se verão enquadrados no
contexto ou nos meandros dessa primazia de música e letra ou de outra
excelência que vier a surgir. Evidentemente essas pessoas têm a consciência
tranquila de salvaguardarem, da melhor forma, os interesses de todos os
cidadãos brasileiros que honram os fios de seus bigodes. Quanto ao resto...
cuique facere licet nisi qui jure prohibetur. Que surjam outros Herberts Vianna
da vida... Herberts impávidos, guerreiros, destemidos e valentes, para em nome
dos fodidos e ferrados derramarem no ventre da história, os espermas da nossa
eterna INDIGNAÇÃO.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de
Castelo, no Espírito Santo. 20-4-2018
Colunas anteriores:
Só na câmara federal, já passam de 550. No senado se aproximam de 70. Só o fato de estarem lá sem fazer nada para limpar o ambiente, não torna os restantes, elementos "honestos".
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