Haroldo Barboza
Nota:
se em 2009 constatei isto, agora em 2018 a situação deve ter piorado no mínimo
50%. A cada trimestre mais estamos nos aproximando de uma tragédia (tipo
passarela Tim Maia) por desvio de impostos, carinhosamente chamado de “falta de
verba”.
Aniversário sem indigestão.
No dia 1 de março de 2009 a
cidade do Rio de Janeiro registrou seu pálido aniversário de 444 anos. Tirando
suas belezas naturais abandonadas e a fraternidade do povo local, nada a
comemorar com ênfase e orgulho.
As autoridades não tinham algo
a anunciar que pudesse nos servir de presente, tal como: melhoras na área da
educação, saúde, segurança, trânsito, limpeza, moradia, desemprego. Ou pelo
menos redução de impostos.
Neste domingo que deveria ser
festivo, aproveitei o fato de que não frequento praias lotadas em dia de imenso
calor, e transitei por alguns túneis e viadutos. Observei superficialmente as
condições destas vias que nos espremem em dias de engarrafamentos irritantes.
Fui pela manhã, pois alguns destes monumentos são conhecidos como locais de
risco de assaltos após 20 horas. Não vou desabonar nenhum bairro aqui.
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Elevado Paulo de Frontin, foto: Mariucha Machado, 4-7-2013 |
Rapidamente anotei as
seguintes barbaridades que nos colocam em risco: lascas de cimento se soltando
e expondo vergalhões apodrecidos. Goteiras volumosas servindo de chuveiros para
mendigos. Rachaduras nas pistas prontas para rasgar pneus e provocar graves
acidentes.
Ladrilhos caídos na pista.
Iluminação deficiente com lâmpadas fracas e mal colocadas. Placas de
sinalização mal posicionadas e enferrujadas.
Eu poderia observar mais
passando a pé, devagar. Mas cadê a coragem de sair do carro numa cidade onde só
encontramos viaturas policiais a cada quatro horas, segundo relato de taxista
conhecido meu.
Mas já deu para perceber que a
manutenção destas edificações só consta das planilhas que servem de base do
orçamento anual. Certamente 80% das verbas desaparecem por “túneis” suspeitos.
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Viaduto da Mangueira, foto: Fábio Guimarães, 16-2-2018 |
Num breve instante planejei
efetuar uma visita a umas quinze escolas públicas de meu bairro, inclusive
entrevistando alunos, pais, funcionários e professores. Mas terei de driblar a
obstrução que os diretores destas entidades falidas me colocarão. Creio que
minha pesquisa deve demorar uns três meses.
Quem comeu uma fatia do bolo
oferecido pela Prefeitura na véspera na Rua da Carioca, após ler este relato
corre o risco de uma indigestão.
Estomacal, mental e
espiritual. Não necessariamente nesta ordem.
Título e Texto: Haroldo P. Barboza – Matemático,
Analista de computador e Recreador.
Autor do livro: Brinque e
cresça feliz – Vila Isabel/RJ
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