Rodrigo Constantino
Quando Sergio Moro decidiu
sair do governo, e sair atirando pesado no presidente, muitos acharam que era o
fim. A deputada Carla Zambelli tinha mesmo alertado que a saída do seu padrinho
de casamento poderia destruir o governo. Não foi bem isso que aconteceu.
Segundo nova pesquisa da
XP/Ipespe, Bolsonaro continua com algo próximo de um terço de aprovação. É
verdade que há uma mudança de perfil, com perda entre os mais ricos e ganho
entre os mais pobres. Os auxílios distribuídos na pandemia certamente ajudaram
nessa percepção, enquanto a suspeita de afastamento da bandeira ética desgastou
o governo perante a elite.
Não obstante, devemos ser
imparciais na análise. Não se trata só disso, não é populismo
"comprando" apoio. Há mais por trás, e quem se negar a enxergar a
realidade estará misturando análise com torcida. Com todo esforço da mídia e em
meio a uma pandemia, que não foi positiva para o presidente por sua conduta
questionável, Bolsonaro volta a subir. Não é pouca coisa.
Enquanto isso, João Doria não
se elege nem para síndico de prédio e Sergio Moro virou uma espécie de
"mané lacrador", usando o Dia do Amigo e a pandemia para fazer
demagogia em rede social:
Moro deveria seguir o conselho
de Guilherme Fiuza e trocar de marqueteiro, pois essa sua postura está
realmente constrangedora e muito decepcionante. No mais, os tucanos estão
encalacrados com a Justiça, com Alckmin e Serra sendo alvos de operações e indiciamentos
por corrupção.
Os detratores do governo
derretem, como o MBL ou Joice Hasselmann, que tem intenção de voto para a
Prefeitura de São Paulo abaixo até do comunista invasor de propriedades
Guilherme Boulos, do PSOL. Daí o desespero da turma e essa campanha ridícula de
impeachment, que, como alerta Alexandre Garcia, não tem qualquer chance de
sucesso: "Como se perde tempo com esse tipo de discussão. A oposição ainda
não se conformou com a derrota que sofreu em 2018. Com isso, desperdiçam tempo de
preparo para a eleição presidencial de 2022".
Não está fácil a vida de
lacrador radical de centro, tendo que focar em aspectos estéticos,
ridicularizando a cena em que o presidente levantou o remédio hidroxicloroquina
perante o público (patética mesmo, convenhamos), em vez de analisar coisas mais
concretas. A aproximação com o Congresso pode viabilizar reformas importantes,
a economia pode se recuperar, e os mercados sinalizam otimismo, com o Ibovespa
batendo recorde:
Investidor não vive de
previsões furadas de tucanos frustrados e ressentidos. Se a economia retomar em
V, ou algo perto disso (no formato do logo da Nike), vou acreditar que o homem
joga xadrez 4D mesmo...
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