sábado, 4 de setembro de 2010

Um homem simplesmente

Já matei pela vida,
já menti pela verdade,
já sangrei sem ferida,
já traí por lealdade.
Já sofri de alegria,
chorei de felicidade,
já orei por heresia,
já fui herói e... covarde.

Já perdoei por vingança,
já odiei por amor,
já praguejei de esperança,
fui valente por temor.
Já fui forte por fraqueza,
humilde por vaidade,
já fui vil por nobreza,
já fui cruel por bondade.

Já fui pobre na riqueza,
já fui feliz na desgraça,
já desprezei a pureza,
já fui mendigo na praça,
já destruí a beleza,
não tem nada que eu não faça:
É da minha natureza...

Sem nenhuma coerência
nos atos e sentimentos,
entre a culpa e a inocência,
sou o fator dos momentos.
De amor e ódio sou feito,
de horror e sublimidade:
preciso ser imperfeito,
entre o bem e a iniqüidade,
para poder ser aceito
no seio da humanidade.


Bastos Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-