Já matei pela vida,
já menti pela verdade,
já sangrei sem ferida,
já traí por lealdade.
Já sofri de alegria,
chorei de felicidade,
já orei por heresia,
já fui herói e... covarde.
Já perdoei por vingança,
já odiei por amor,
já praguejei de esperança,
fui valente por temor.
Já fui forte por fraqueza,
humilde por vaidade,
já fui vil por nobreza,
já fui cruel por bondade.
Já fui pobre na riqueza,
já fui feliz na desgraça,
já desprezei a pureza,
já fui mendigo na praça,
já destruí a beleza,
não tem nada que eu não faça:
É da minha natureza...
Sem nenhuma coerência
nos atos e sentimentos,
entre a culpa e a inocência,
sou o fator dos momentos.
De amor e ódio sou feito,
de horror e sublimidade:
preciso ser imperfeito,
entre o bem e a iniqüidade,
para poder ser aceito
no seio da humanidade.
Bastos Filho
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