quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Franquelim e a memória

José Luís Seixas
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.” 

Convoca-se o soneto de Camões para retratar a insólita polémica sobre a designação do novo Secretário de Estado, Franquelim Alves. Esclareço, em jeito de declaração de interesses, que nunca com ele me cruzei pessoal ou profissionalmente. A sua biografia pública revela um trajeto profissional consistente. Porém, foi administrador da SLN no ocaso de Oliveira e Costa, no advento de Abdul Vakil e no consulado de Miguel Cadilhe.
Que se saiba, não foi indiciado, suspeito, arguido ou acusado da prática de qualquer infração ou crime. O PS contesta a sua idoneidade. Há um par de anos o mesmo PS abespinhava-se com as investigações sobre o Eng. Sócrates e com imputações da prática de factos que ainda aguardam pleno esclarecimento. A diferença é que, neste caso, estamos perante um Secretário de Estado com passado profissional sem outras máculas que não o trajeto (breve) na SLN. No outro estávamos perante um primeiro-ministro que até a licenciatura aparecia coberta pelo manto da suspeita. Serão ambos inocentes. Acreditemos. Mas, achará o PS que o que está a fazer a Franquelim Alves é diferente do que então definia como “assassinato de caráter” que outros faziam a Sócrates?
Título e Texto: José Luís Seixas, Destak, 06-02-2013

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