terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Uma descida ao esgoto

Alberto de Freitas
A convite do responsável deste blogue – que muito me honrou – sou um colaborador esporádico. Jamais houve, mesmo tentada, censura ao que escrevo. Exerço essa liberdade responsavelmente, procurando estar documentado em todas as afirmações, evitando que em qualquer controvérsia se comprovem inexactidões e consequente descrédito. Preocupação também, por mim, e por respeito a quem me lê.
Essa liberdade permite-me e a consciência obriga-me, a reagir perante certas “liberdades”, que ultrapassam o combate a ideias e comportamentos. É o que estou a fazer:
O também colaborador Otacílio Guimarães, é autor de um texto com o título “Brasil: da tragédia de Santa Maria ao espetáculo acintoso da eleição de Renan”, em que realça e elogia um artigo do jornalista Ucho Haddad. (Nota do Editor: o título é de Ucho Addad). Algo com que estou plenamente de acordo. Porém, Otacílio Guimarães, desenvolve um raciocínio que, além de não concordar, a minha condição de ser humano – “raça” a que pertenço – obriga-me a repudiar.
A opinião de Otacílio Guimarães tem sido o suporte “científico” para muitos dos genocídios da memória histórica. Seres humanos foram escravizados, explorados e mortos, por pretensa inferioridade. Humanos a quem não foram concedidos direitos, por uma qualquer diferença: epidérmica, religiosa, cultural...
Se matar um cão é razão para reacções emotivas, “matar” um humano, considerando-o sub-humano, é algo que não nos deve emocionar, mas envergonhar.
É assim que me sinto: envergonhado. Com vontade de gritar: “sou Cafuzo!” ou o raio que isso seja.
A minha indignação, além da de mero leitor, como colaborador, é uma afirmação de demarcação de tais ideias preconceituosas e racistas.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 05-02-2013
Mulher cafuzo
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