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Foto: Jane de Araújo/Agência Senado |
A recente convocação de um
militar para apresentar-se perante a Comissão da Verdade nos dá uma pálida
idéia do que acontecerá com os intimados pela execrável corte.
Um simples documento de
convocação que poderia ter chegado às mãos do indigitado de diversas maneiras
foi levado à vítima com pompas e circunstâncias.
O ofício de convocação teve
como portadores policiais federais, fardados e armados, em viatura estacionada
em frente à sua casa, como se ele fosse um criminoso.
Tivemos uma leve amostra de que
o “indiciado” deverá comparecer ao
tribunal devidamente amedrontado por antecedência, e que no picadeiro, será
esquartejado até à morte.
Imaginemos o horror, e o que
se passa na mente do convocado e dos que se seguirão a ele.
A família, a esposa, os filhos
e os parentes, quanta amargura, que imensa dor, que tristeza! É um mundo de
sensações de desânimo, de incapacidade, de falta de apoio, de total solidão.
Certos de que comparecer
perante a Comissão será adentrar à arena totalmente desarmado e manietado, e
sem condições de qualquer defesa, nos declaramos contrários ao comparecimento
ao patíbulo de qualquer ex-agente da repressão, e, se militar com maior
veemência.
É o massacre anunciado.
Tal qual o regime nazista de
Hitler, o desgoverno decretou o holocausto nacional para exterminar o grupo de
ex-agentes da repressão que se postaram contra os seus desejos de dominarem o
poder pela força.
O trucidamento daqueles
cidadãos, de fato, será o holocausto moral de todos os que anseiam por viver
num país democrata, e que almejam uma sobranceira e honrada nação.
Não sabemos se uma convocação
tem que ser atendida, provavelmente, sim, pois esses patifes devem ter obtido
ou escrito nas suas normas, que as vítimas devem postar-se, submissamente,
diante de seus acusadores.
Se não for obrigatório, fuja,
vá para alhures; se for cale, como já fizeram os chamados perante as CPMIs e
CPIs, alegando não poderem declarar o que pudesse prejudicá - los.
Apesar de nossos conselhos,
tememos que o convocado, ao abrir seu coração, apoiado na sua indignação,
pretendendo com a sua verdade, deixar os membros da Comissão abalados, cometerá
um monumental engano, pois suas palavras serão distorcidas.
Após a visita da Swat e toda a
sua aparelhagem de intimidação (por que um único oficial de Justiça não foi o
portador da "convocação", como sói acontecer até com criminosos de
alta periculosidade?), é óbvio concluir que estamos certos em nossa opinião de
evitar a Comissão como o diabo da cruz.
Meus amigos, eles contam com o
poder, com recursos, com as leis, com parte da mídia; quanto a nós, só com a
nossa indignação.
Mas, infelizmente, a
indignação não atemoriza aos canalhas, não os abala a nossa repulsa à
injustiça, nem a nossa revolta à indignidade.
Nada os deterá, a não ser o
temor de que poderão sofrer na própria pele o castigo por sua abominável
cretinice.
Por muito menos, eles
assassinaram, assaltaram e aterrorizaram; nós procuramos sem nenhum apoio, nem
mesmo, como deveria ocorrer, dos chefes militares, sem recursos, sem qualquer
divulgação denunciar a terrível ação institucionalizada em andamento.
Tristemente, temos pregado num
deserto.
Os cidadãos de bem foram para
o ignoto, ou talvez para a “cracolândia”
onde tudo é um tremendo “barato”.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília,
DF, 16 de abril de 2013
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