Na VEJA.com:
Dois funcionários do IRS
(Internal Revenue Service) do escritório de Cincinatti – epicentro do escândalo
da perseguição criminosa do Fisco americano – admitiram no Congresso que a
ordem para investigar de forma abusiva grupos conservadores que buscavam
isenção de impostos partiu de Washington, informou nesta quarta-feira o jornal
The Wall Street Journal, que teve acesso às transcrições das entrevistas. A
revelação derruba a tese defendida pela administração Barack Obama de que as
irregularidades cometidas pelo órgão que corresponde à receita federal dos
Estados Unidos aconteceram isoladamente no escritório do estado de Ohio.

Elizabeth Hofacre disse que o
escritório em que trabalhava pediu orientação a autoridades do Fisco em
Washington depois que recebeu casos relacionados ao Tea Party em abril de 2010.
Os agentes do Fisco utilizavam palavras-chave como “tea party” ou “patriot”
para submeter grupos não-alinhados ao governo democrata a interrogatórios
ilegais. Elizabeth disse que Carter Hull, um advogado do IRS em Washington,
acompanhou de perto seu trabalho e sugeriu algumas das perguntas para fazer aos
grupos que solicitavam a isenção. “Eu não tinha autonomia ou autoridade para
atuar nas aplicações sem a influência de Carter Hull”, disse.
As transcrições indicam que os
abusos do Fisco começaram com uma busca por nomes de grupos ligados ao Tea
Party em uma lista de peticionários de isenção de impostos. Um dos funcionários
do escritório de Cincinatti, Gary Muthert, disse que ele começou a reunir os
pedidos em março de 2010 sob ordens de seu chefe, que teria dito a ele que
“Washington queria alguns casos”. A entrevista foi conduzida pelo comitê do
congresso que investiga crimes cometidos pelo governo, e do qual participam
tanto democratas quanto republicanos.
Elizabeth disse que ficou
furiosa no mês passado, quando Lois Lerner, a chefe demissionária do Fisco,
tentou salvar sua pele e jogou a culpa da perseguição nos empregados de
Cincinatti. “Eu fiquei furiosa. Ela colocou a culpa em nós”, disse. A tentativa
da chefe de se eximir da culpa, no entanto, não vingou. No final de maio, a
rede NBC News divulgou uma reportagem na qual afirma que grupos não-alinhados
ao governo democrata receberam cartas assinadas por altos funcionários de
escritórios do Internal Revenue Service fora de Cincinnati – inclusive da
manda-chuva.
Teatro
Lois Lerner, que era chefe da
divisão de isenção de impostos do IRS, foi a primeira autoridade do governo a
revelar os abusos e chegou a pedir desculpas às entidades prejudicadas durante
uma reunião reservada da American Bar Association (instituição equivalente à
OAB). Depois que o escândalo veio à tona, ela foi chamada a prestar
esclarecimentos em uma audiência no Congresso, mas preferiu se calar para não
produzir provas contra si própria. Acabou suspensa do cargo e agora os
republicanos defendem sua demissão. A própria ‘confissão’ feita por Lois no dia
10 deste mês foi puro teatro. Steven Miller,ex-chefe do IRS reconheceu que o
pedido de desculpas foi uma tentativa frustrada de abafar um relatório com
informações sobre uma investigação realizada pelo Tesouro que ia apontar os
crimes no Fisco.
O escândalo do fisco explodiu
em maio, quando foi divulgada a informação de que grupos conservadores foram
submetidos a interrogatórios ilegais ao solicitarem isenção de impostos.
Situação bem diferente da vivenciada por grupos ligados ao Partido Democrata,
que eram atendidos prontamente, sem nenhuma exigência. Além dos indícios de que
o uso da máquina pública contra opositores era disseminado no órgão, também há
sinais de que a irregularidade ocorreu até bem pouco tempo atrás. Alguns grupos
conservadores afirmam ter sido alvo de questionamentos indevidos do IRS há
apenas três semanas.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 06-06-2013
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