Em inúmeras oportunidades, enfatizamos a leniência das autoridades
militares diante de diversos desmandos do anterior e do atual desgoverno em
relação à sociedade e às próprias Instituições Militares que amiúde são
vilipendiadas.
O silêncio dos chefes militares, para muitos, atingiu as raias do
incompreensível, e impressiona a ausência da menor tentativa de demonstrar um
recatado gesto de desagrado.
Quando relembramos os sapos engolidos durante a vigência petista,
coroando um revanchismo que parece não ter fim, nos deparamos com a inefável
Comissão da Verdade e a trilha de investigações que a famigerada camarilha
percorre na tentativa de massacrar o Estamento Militar.
Com estardalhaço, a mídia estampa que agora investigam a morte do Jango,
do Juscelino, de índios, e assim sem limites e sem o menor senso, a cada dia
querendo apossar-se de qualquer coisa que possa aviltar ainda mais o seu
arcaico inimigo, as Forças Armadas.
Vimos que por razões desconhecidas, as autoridades militares quedam-se à
espreita ou à espera.
Como historiador, ao escrever “A Formação da Identidade do Exército
Brasileiro através de sua Evolução Histórica”, obra considerada de pouca
profundidade pelos entendidos, entre outras, abordamos o envolvimento de
militares nas revoltas de 1922, 1924, 1930 e 1932.
Naqueles eventos históricos, tivemos o que foi chamado de “tenentismo”.
“Quando o Governo está com a lei, a Força Armada deve apoiá-lo, ainda que
haja de combater o próprio povo. Quando, porém, os governos mutilam a lei e
desrespeitam a Constituinte, compete à Força Armada colocar-se ao lado destas,
ainda que seja mister destruir o poder constituído”, Juarez Távora, enunciando a Doutrina do
Tenentismo.
![]() |
Luiz Carlos Prestes, um dos líderes do tenentismo |
“Jovens oficiais constituíram um núcleo de idealistas, que sem a ação
inibidora dos superiores hierárquicos, arvoram-se em salvadores da
Pátria.
Praticamente, abandonaram a hierarquia e a disciplina, e indignados com
os governos da época participaram ativamente das ações contra os seus
governantes.
Imbuídos de autêntico idealismo, aqueles militares insurgiram-se contra a
falência do Estado, que acobertava uma desmoralizada máquina administrativa e
promovia o crescente protecionismo governamental, e se mostrava incapaz de
eliminar as divergências políticas e os antagonismos...
Apesar do desgaste provocado pelo tenentismo, como fonte de indisciplina
e de quebra da hierarquia, sublinhando de certa forma a insatisfação e a
descrença dos mais jovens para com a capacidade dos superiores na implantação
das medidas necessárias ao atendimento de aspirações relativas às melhorias da
Instituição, e pior, inoculados pelo viés político de sua formação,
extravasaram suas insatisfações para os níveis governamentais, arvorando-se em
instrumento capaz de impor uma nova ordem, em atenção aos anseios sociais”, Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Historiador.
Hoje, por ora, os chefes militares podem estar às voltas apenas com as
suas consciências e decidiram aquietar-se como se nada estivesse acontecendo.
Porém, é bom colocar as barbas de molho, pois assim, como os oficiais de
maior posto, preocupados em futuras promoções, buscam resguardar-se de
complicações; os mais jovens sejam oficiais, sejam sargentos, não possuem
limitações deste tipo, e eles como os tenentes do início de século XX, podem,
esquecendo-se das amarras impostas pela hierarquia e pela disciplina, assumirem
as rédeas de uma revolta contra a atual tirania.
Que os chefes militares meditem e se preocupem com este cenário que
poderá explodir em suas faces, se nada for feito.
Quem alerta amigo é, ou, pelo menos, um desmancha-prazeres.
Título e Texto: Gen.
Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 04 de outubro de
2013
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