domingo, 14 de janeiro de 2018

Reductio ad Hitlerum e a Lei de Godwin

Reductio ad Hitlerum, também conhecida como argumentum ad Hitlerumreductio (ou argumentumad Nazium – latim macarrônico para "redução (da argumentação) a Hitler (ou aos nazistas)" – é uma moderna lógica falaciosa. A expressão reductio ad Hitlerum foi cunhada pelo filósofo político Leo Strauss, em 1950. A adoção dessa expressão também é conhecida como uso da carta do nazismo.

O argumento carrega um forte peso emocional e retórico, uma vez que em muitas culturas qualquer relação com Hitler ou nazistas é automaticamente condenada.

A tática é muitas vezes utilizada para desqualificar argumentos ou mesmo utilizada quando não há mais argumentos, e tende a produzir efeitos mais agressivos do que racionais nas respostas, desviando o foco do oponente. Um subtipo dessa falácia é a comparação das intenções de um oponente com o Holocausto. Outras variantes incluem comparações com a Gestapo (a polícia secreta nazista), fascismo, totalitarismo e até mais vagamente com o terrorismo.

Foi criado até um corolário, a Lei de Godwin, segundo a qual "quanto mais dura uma discussão na Usenet, maior a probabilidade de que apareça uma comparação com os nazistas ou com Hitler."

Foto: Lane Hartwell 
lei de Godwin [foto], também conhecida como regra de Godwin das analogias nazistas (em inglês Godwin's law ou Godwin's Rule of Nazi analogies) é um moto de cunho satírico criado em 1990, pelo advogado americano Mike Godwin, e utilizado na Internet, segundo o qual:

"À medida que uma discussão online se alonga, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou os nazistas tende a 100%."

Tal comparação costuma aparecer independentemente do tema em questão, sendo porém mais frequente em discussões sobre política ou religião. Tradicionalmente, nas listas e nos fóruns de discussão, há um consenso de que a comparação com Hitler (ou com os nazistas) é introduzida no momento (o chamado "ponto Godwin") em que o contendor já esgotou todos os argumentos razoáveis, ou seja, quem se utiliza dela é aquele que, de fato, perdeu a discussão. Por essa razão, na prática, a lei de Godwin acaba por determinar o limite para discussões aparentemente intermináveis.

Godwin distingue sua "lei" do pseudolatinismo irônico reductio ad Hitlerum, introduzido no início dos anos 1950 pelo filósofo Leo Strauss (embora o próprio conceito fosse bem anterior) para explicar que o fato de Hitler ter partilhado de uma dada opinião não era razão suficiente para refutá-la.

Já a lei de Godwin introduz a ideia de que esse tipo argumento é inevitável quando uma discussão se prolonga indefinidamente.

Godwin conta que introduziu sua lei em 1990, não com a intenção de articular uma falácia, mas de produzir um experimento memético, visando reduzir a incidência de comparações hiperbólicas inadequadas. "Embora deliberadamente formulada como se fosse uma lei da natureza ou uma lei matemática, seu propósito sempre foi retórico e pedagógico". 

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