Ator estava internado na Clínica São Vicente em função do agravamento de um câncer de próstata
O Dia
A informação foi confirmada, em nota, pela unidade de saúde. "A Clínica São Vicente lamenta profundamente a morte do paciente Antonio Ney Latorraca na manhã desta quinta-feira e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes", diz o comunicado.
Ney foi diagnosticado com
câncer na próstata em 2019 e passou por cirurgia. A doença, no entanto, voltou
em agosto deste ano, com metástase. O artista deixa o marido, o ator Edi
Botelho, com o qual era casado há 30 anos. Ainda não há informações sobre
o velório e enterro do veterano.
Trajetória profissional
Filho de artistas, o cantor e
crooner de boates Alfredo e da corista Tomaza, Antônio Ney
Latorraca iniciou a trajetória profissional no teatro. Aos 19
anos, interpretou Pluft, o Fantasminha e, pouco tempo depois, em São
Paulo, passou em um teste para o elenco da peça "Reportagem de um
Tempo Mau", dirigida por Plínio Marcos, no Teatro Arena. Contudo, o
espetáculo foi censurado pelo governo militar.
A estreia do artista na
televisão aconteceu nas novelas "Beto Rockfeller" (1968) e
"Super Plá" (1969), na TV Tupi. Ele também teve uma passagem pela
Record.
Natural de Santos, em São Paulo, Ney começou a trabalhar na TV Globo em "Escalada" (1975) e integrou outros folhetins como "O Grito" (1975), "Estúpido Cupido" (1976), "Sem Lenço, sem Documento" (1977), "Dancin' Days" (1978), "Cabocla" (1979), "Coração Alado" (1980) - em que interpretou com Vera Fischer a primeira cena de estupro em uma novela das oito -, "Elas por Elas" (1982) e "Um Sonho a Mais" (1985), como a travesti Anabela. Nessa trama, inclusive, ele deu vida a seis personagens.
Em 1990, o ator foi para o SBT e fez parte da novela "Brasileiras e Brasileiros". No ano seguinte, retornou à TV Globo e brilhou em "Vamp" como o Conde Vladimir Polanski (Vlad). Ainda na emissora, o veterano trabalhou em "Éramos Seis" (1994), "Zazá" (1997), "O Cravo e a Rosa" (2000), "O Beijo do Vampiro" (2002), "Da Cor do Pecado" (2004), "Negócio da China" (2008), "Meu Pedacinho de Chão" (2014) e "Novo Mundo" (2017).
Ney também fez participações
em minisséries e especiais como "Rabo de Saia" (1984),
"Anarquistas, Graças a Deus" (1984), como o italiano Ernesto
Gattai, "Você Decide" (1999), "Brava Gente" (2001), "SOS
Emergência" (2010) e "A Grande Família" (2011), além de
humorísticos como "TV Pirata" (1988), em que encarnava o
memorável Barbosa, "Os Trapalhões" (1991) e "Tá no Ar: a TV na
TV" (2018).
No cinema, atuou em 23 filmes, como "Audácia: A Fúria dos Desejos" (1969), "Sedução" (1974), "Anchieta, José do Brasil" (1976), "Ópera do Malandro" (1985), "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995), "O Diabo a Quatro (2004), "Irma Vap - O Retorno" (2006) e "O Gerente" (2011).
Já no teatro, estrelou 13
peças. Ao lado de Marco Nanini, ficou 11 anos em cartaz com o espetáculo
"O Mistério da Irma Vap", com direção de Marília Pêra. A comédia
entrou para o Guinness Book como a peça com o mesmo elenco por mais tempo em
cartaz.
Título e Texto: Redação, O Dia, 26-12-2024, 12h47
Ney Latorraca, ator de diversos papéis marcantes na TV, morre no Rio
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