ELLEN, minha neta de treze anos se desentendeu feio com a mãe dela e gritou, para todos os demais presentes que estavam na sala que iria embora.
Subiu para seu quarto, como um foguete, pegou uma mochila da Barbie, colocou um amontoado de roupas, calçou os tênis novos que lhe dei e sem perder o pique, desceu as escadas na mesma afoiteza com a qual subiu.
Escancarou a porta da sala que dava acesso à rua. Antes de cruzar definitivamente o umbral, olhou para trás e mandou vê:
— Mãe, pai, tio, tia, primos Heitor e João Eduardo, nesta droga de casa eu não fico nem mais um segundo. Tchau. Fui!
Ensaiou dois passos à frente, espiou para a galera que seguia sentada no sofá vendo televisão, e, de soslaio, as vistas grudadas em sua nuca.
Por fim, com o rostinho choroso, pegou na minha mão e inquiriu muito séria e compenetrada:
— Vô, vovozinho, você vem comigo?
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo, 31-12-2024
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Pela fruta do pecado, o fatal se engrandeceu
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