quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

[Daqui e Dali] Deus não condena a riqueza

Humberto Pinho da Silva

Quem ler o capítulo de S. Marcos, ao chegar ao versículo 17, encontra a passagem em que Jesus parece condenar a riqueza.

Mulheres no túmulo vazio, um dos eventos de Marcos 16. 1890. Por William-Adolphe Bouguereau, atualmente coleção particular

Muitos, ao lerem o Novo Testamento, pensam que Cristo proíbe o capitalismo, reprovando a posse de grandes fortunas e os homens que as administram, mas ao analisarmos bem o texto, verificamos que o Homem de Nazaré não condena quem é senhor de muitos bens, mas sim, o mau uso deles.

Como poderia amaldiçoar, se Ele concedeu a Salomão, o sábio rei de Israel, a fortuna imensa que não pediu:

"Dou-te, além disso, o que não pediste: riqueza e glória, de tal modo que não haverá quem te seja semelhante entre os reis, durante toda a tua vida." - Iº Reis 3:13.

Portanto, Jesus não condena a riqueza, mas o mau uso dos bens.

O senhor de muito dinheiro, por vezes cria vícios condenáveis pelos homens e abomináveis por Deus. O dinheiro é, como todos conhecemos, mau conselheiro e costuma escancarar portas à concupiscência ilícita, mormente a vícios e condutas execráveis.

São Paulo advertiu Timóteo: "Os que querem ser ricos caem em tentações e em laços e muita concupiscência louca e nociva, que submergem na perdição e ruína” – Iº Tm 6:9.

O apóstolo de Cristo não queria condenar a riqueza, nem quem a possui, mas a forma como ela é administrada.

Na parábola do rico insensato - Lc.12:16 - Jesus condena o modo de agir do rico que acumulou riqueza para seu prazer, em lugar de a pôr ao serviço do próximo – criando, deste modo, emprego e auxiliando os mais desfavorecidos.

O rico insensato só pensava em si: divertir-se, comer, dormir e levar vida solta.

Portanto, não é condenável ser rico, possuir muitos bens, mas sim o que entesoura para seu bem-estar (como o avarento) e não o emprega na criação de empresas, indústrias, e negócios, que permitam, ao povo viver dignamente do trabalho.

Daqui se conclui: a riqueza, bem administrada, com prudência, é bem precioso, não só para quem a possui, mas igualmente para a comunidade, desde que seja bem gerida e se pague o salário justo aos colaboradores Tm 5:18.

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, dezembro de 2024

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