quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

[Daqui e Dali] A gatinha Lúcifer

Humberto Pinho da Silva 

Em véspera de Natal, andava eu atarefado, num hipermercado, em busca de brinquedo para a minha neta.

Após percorrer as prateleiras dos jogos didáticos e das bonecas – algumas verdadeiras cópias das originais – deparei entre os felpudos graciosa gatinha. O fabricante ou importador assegurava que a bichana emitia sons reais, graças ao mecanismo instalado no interior do "animal".

Curioso, atentei observando as instruções, mas qual foi o meu espanto quando, atônito, verifico que tinham dado ao brinquedo o anátema nome de Lúcifer!

Rapidamente saltou-me ao pensamento imaginosa cena de uma extremosa mãe, depositando ternamente sob a árvore natalícia, o mafarrico, ou colocar rés ao Menino a gatinha Lúcifer!

Cena ainda mais burlesca será quando a menina, eufórica, disser às coleguinhas da catequese ou das aulas dominicais:

“O Pai Natal, (ou Papai Noel, se for brasileira), trouxe-me neste Natal a Lúcifer!..."

Eu sei que no mercado há produtos fabricados por empresas que financiam a "igreja do diabo", igreja que parece estar florescente em certos centros excêntricos e imorais do vasto continente americano.

Também sei – com alegria e júbilo – que existem multinacionais, que são "Sócias de Deus", entregando parte dos lucros a Igrejas Evangélicas.

Mas, que o maligno esteja tão difundido, a ponto de se vender descaradamente, em países cristãos, pelúcias com o nome de Lúcifer, nunca me passou pelo pensamento.

Eu sei, nós sabemos, que a imoralidade marcha desenfreadamente em desabrido corcel, em todos os meios de comunicação.

Escritora amiga declarou-me em carta que o editor lhe solicitara "apimentar" o romance, se o quisesse publicar!

E também sei que as influências das forças do Mal estão infetando, sem pejo, novelas televisivas, cinema, Internet e até, sem o desejarmos, a emporcalhar o nosso smartphone.

Em meios e movimentos cristãos já se fala, a medo, da ignóbil "nova moral", que não passa, a grosso modo, desvirtuar a doutrina de Jesus.

Dir-me-ão, é evolução, novos ventos, que sopram no século XXI; mas eu direi que é involução, regresso à velha Roma, ao tempo de Noé.

Em Mateus 24:37/Lc. 16:27, encontramos a profecia de Cristo, que diz: quando Jesus regressar à Terra, tudo se encontrará como no tempo do ancião Noé.

Ouvi a jovem católica declarar publicamente que o pecado não existe, porque o pecado não passa de imaginação, e o diabo não existe.

Para o crente inteligente, que sabe pensar, basta-lhe analisar os acontecimentos quotidianos, que os meios de comunicação social transmitem, para verificar que a nossa civilização descamba a largos passos para o abismo, para o reino das trevas. 

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, dezembro de 2024

Anteriores: 
Deus não condena a riqueza 
O valor das coisas depende de quem é 
Como nasceram as "palavras cruzadas" 
Por que se usa estilo escuro? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-