Gigante do comércio eletrônico coloca no mês de março um ponto final no trabalho remoto no Brasil, onde conta com dez centros de distribuição em sete cidades. Com a medida, 18 mil profissionais devem voltar a trabalhar presencialmente, cinco dias por semana
Patricia Lima Centro de distribuição da Amazon na Pavuna, foto: Jorge Duenes/Reuters
Seguindo a tendência de grandes empresas e instituições bancárias internacionais, a Amazon Brasil, de Jeff Bezos, decretou o mês de março como o ponto final das jornadas de home office na empresa. Assim, 18 mil funcionários que trabalhavam nessa modalidade no território nacional serão obrigados a desempenhar as suas atividades presidencialmente, cinco dias da semana.
A medida foi anunciada, em
setembro do ano passado, pela matriz da Amazon, em Seattle. O novo
posicionamento, no entanto, não descarta que, em algumas situações, um
funcionário trabalhe de casa. As lideranças da gigante americana devem avaliar
cada caso individualmente.
Por meio de nota, a companhia
americana destacou que as atividades presenciais estão sendo retomadas “de
acordo com as suas possibilidades estruturais locais, em conjunto com os
funcionários e seus gestores, para os casos particulares”.
Ao assumir o comando da Casa Branca, em 20 de janeiro deste ano, uma das primeiras ações do republicano Donald Trump foi justamente dar por encerrado o trabalho remoto para, aproximadamente, 1 milhão de funcionários públicos federais dos Estados Unidos.
Adotado como um recurso diante
da crise pandêmica de 2020, o trabalho remoto tem sido abandonado por várias
empresas no Brasil e no exterior, por vários motivos, incluindo baixa
produtividade e inventividade, além de desabilitação de competências relacionais
– característica importante no universo corporativo.
Entre as empresas que acabaram
com o trabalho remoto estão: Disney, Dell, Google, Black Rock, Apple, JP
Morgan, Goldman and Sachs, Starbucks, Tesla, X, entre outras. No Brasil, a
Petrobras segue a mesma tendência.
No Rio de Janeiro, os efeitos
do abandono do home office foram notados em meados de 2023, quando muitas
empresas decidiram pelo retorno aos escritórios, impactando no recuo da taxa de
vacância de lajes corporativas no Centro do Rio e em outras regiões valorizadas
da cidade, como explicou Wilton Alves, diretor da Sergio
Castro Imóveis:
“Temos alugado dezenas de
escritórios por mês; algumas locações fechadas em prédios cuja negociação é
exclusiva da Sergio Castro e que atingiram quase 5.500m2 no trimestre. A
vacância ainda é grande, mas a procura está aumentando em progressão geométrica
com o fim do ’home office’, uma política que não deu nada certo para a
produtividade das empresas. Os empregados festejam mas as empresas já veem que
não podem viver apenas de agradar seus funcionários”, disse Alves,
acrescentando que cada vez mais os preços da locação para o Centro do Rio estão
convidativos: ”pode-se alugar um excelente andar com vista deslumbrante e
acesso a 5 modais de transporte por quase 1/8 do preço de um escritório em
Ipanema ou metade do valor de Botafogo”, assegurou o executivo em 2023,
acrescentando, recentemente, que tal tendência mercadológica está devidamente
consolidada no Centro do Rio, impulsionada pela revitalização habitacional,
cultural, econômica e religiosa a região.
Amazon passa por
reestruturação no Brasil
Com dez centros de
distribuição, localizados em sete cidade, a Amazon atua no Brasil, com o seu
escritório funcionado no bairro da Vila Olímpia, na capital de São
Paulo. Oferecendo serviços de varejo, a companhia também gerencia centros de
tecnologia e data centers.
Em processo de reestruturação,
a Amazon anunciou, recentemente, uma retração nas comissões em serviços
logísticos para vendedores parceiros, para atrair lojistas para a sua
plataforma de comércio eletrônico e ampliar o número de produtos oferecidos
e,assim, para baixar os preços para os consumidores.
Segundo a Folha de São Paulo,
entre os planos da empresa para 2025 está a contração de 480 profissionais para
as áreas de finanças, tecnologia, supply chain, marketing e
recursos humanos.
Reduzir as taxas em até 3% é
outra estratégia adotada pela empresa para tentar recuperar o espaço perdido
para a Shopee, vice-líder de marketplace, com o Mercado
Livre na liderança, de acordo com dados da Conversion.
Título e Texto: Patricia
Lima, Diário
do Rio, 7-3-2025
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