sábado, 8 de março de 2025

Seguindo tendência global, Amazon encerra home office no Brasil

Gigante do comércio eletrônico coloca no mês de março um ponto final no trabalho remoto no Brasil, onde conta com dez centros de distribuição em sete cidades. Com a medida, 18 mil profissionais devem voltar a trabalhar presencialmente, cinco dias por semana

Patricia Lima 

Centro de distribuição da Amazon na Pavuna, foto: Jorge Duenes/Reuters

Seguindo a tendência de grandes empresas e instituições bancárias internacionais, a Amazon Brasil, de Jeff Bezos, decretou o mês de março como o ponto final das jornadas de home office na empresa. Assim, 18 mil funcionários que trabalhavam nessa modalidade no território nacional serão obrigados a desempenhar as suas atividades presidencialmente, cinco dias da semana.

A medida foi anunciada, em setembro do ano passado, pela matriz da Amazon, em Seattle. O novo posicionamento, no entanto, não descarta que, em algumas situações, um funcionário trabalhe de casa. As lideranças da gigante americana devem avaliar cada caso individualmente.

Por meio de nota, a companhia americana destacou que as atividades presenciais estão sendo retomadas “de acordo com as suas possibilidades estruturais locais, em conjunto com os funcionários e seus gestores, para os casos particulares”.

Ao assumir o comando da Casa Branca, em 20 de janeiro deste ano, uma das primeiras ações do republicano Donald Trump foi justamente dar por encerrado o trabalho remoto para, aproximadamente, 1 milhão de funcionários públicos federais dos Estados Unidos.

Adotado como um recurso diante da crise pandêmica de 2020, o trabalho remoto tem sido abandonado por várias empresas no Brasil e no exterior, por vários motivos, incluindo baixa produtividade e inventividade, além de desabilitação de competências relacionais – característica importante no universo corporativo.

Entre as empresas que acabaram com o trabalho remoto estão: Disney, Dell, Google, Black Rock, Apple, JP Morgan, Goldman and Sachs, Starbucks, Tesla, X, entre outras. No Brasil, a Petrobras segue a mesma tendência.

No Rio de Janeiro, os efeitos do abandono do home office foram notados em meados de 2023, quando muitas empresas decidiram pelo retorno aos escritórios, impactando no recuo da taxa de vacância de lajes corporativas no Centro do Rio e em outras regiões valorizadas da cidade, como explicou Wilton Alves, diretor da Sergio Castro Imóveis:

Temos alugado dezenas de escritórios por mês; algumas locações fechadas em prédios cuja negociação é exclusiva da Sergio Castro e que atingiram quase 5.500m2 no trimestre. A vacância ainda é grande, mas a procura está aumentando em progressão geométrica com o fim do ’home office’, uma política que não deu nada certo para a produtividade das empresas. Os empregados festejam mas as empresas já veem que não podem viver apenas de agradar seus funcionários”, disse Alves, acrescentando que cada vez mais os preços da locação para o Centro do Rio estão convidativos: ”pode-se alugar um excelente andar com vista deslumbrante e acesso a 5 modais de transporte por quase 1/8 do preço de um escritório em Ipanema ou metade do valor de Botafogo”, assegurou o executivo em 2023, acrescentando, recentemente, que tal tendência mercadológica está devidamente consolidada no Centro do Rio, impulsionada pela revitalização habitacional, cultural, econômica e religiosa a região.

Amazon passa por reestruturação no Brasil

Com dez centros de distribuição, localizados em sete cidade, a Amazon atua no Brasil, com o seu escritório funcionado no bairro da Vila Olímpia, na capital de São Paulo. Oferecendo serviços de varejo, a companhia também gerencia centros de tecnologia e data centers.

Em processo de reestruturação, a Amazon anunciou, recentemente, uma retração nas comissões em serviços logísticos para vendedores parceiros, para atrair lojistas para a sua plataforma de comércio eletrônico e ampliar o número de produtos oferecidos e,assim, para baixar os preços para os consumidores.

Segundo a Folha de São Paulo, entre os planos da empresa para 2025 está a contração de 480 profissionais para as áreas de finanças, tecnologia, supply chain, marketing e recursos humanos.

Reduzir as taxas em até 3% é outra estratégia adotada pela empresa para tentar recuperar o espaço perdido para a Shopee, vice-líder de marketplace, com o Mercado Livre na liderança, de acordo com dados da Conversion.

Título e Texto: Patricia Lima, Diário do Rio, 7-3-2025

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