Paulo Hasse Paixão
As autoridades alemãs
rejeitaram as acusações contidas num recente relatório sobre direitos humanos
do Departamento de Estado norte-americano, que alega que o país está a reprimir
a liberdade de expressão, especialmente nas redes sociais. O relatório americano
manifestou a preocupação de que as autoridades alemãs estejam a restringir o
discurso público em nome do combate ao discurso de ódio.
Em resposta, o porta-voz do
Governo, Steffen Meyer, mentiu descaradamente:
“Não há censura aqui na
Alemanha. Prevalece um elevado grau de liberdade de expressão, e continuaremos
a defendê-lo de todas as formas possíveis.”
É difícil imaginar como é que,
por amor ao poder, um indivíduo despedaça a sua alma para conseguir mentir
assim de forma tão flagrante.
O ContraCultura tem denunciado
inúmeros casos de repressão totalitária sobre o livre discurso que, sob este
governo e sob o anterior (são muito parecidos neste e noutros pecados), têm
sucedido na Alemanha.
O chamado discurso de ódio
contra imigrantes e outros grupos é de facto um crime passível de prisão na
Alemanha, tal como os insultos públicos, especialmente contra
políticos e outras autoridades. Num dos casos, um homem de 64 anos foi multado em
825 euros (cerca de 962 dólares) e a polícia invadiu a sua casa depois de ter
partilhado um meme que rotulava o ex-ministro da Economia, Robert Habeck, de
“idiota profissional”.
Num caso particularmente flagrante, uma alemã foi detida por difamação depois de ter chamado a um violador de um gangue de imigrantes “porco violador vergonhoso” e “aberração repugnante” — recebendo um castigo mais severo do que o do próprio violador, que recebeu apenas uma pena suspensa.
Em Junho, a polícia
alemã lançou uma
gigantesca operação de rusgas domiciliares contra 170 cidadãos por “discurso de
ódio” e “insultos” contra políticos.
Em Abril, o editor de notícias
de um site dissidente foi condenado a
sete meses de prisão por montagem satírica de uma fotografia da Ministra do
Interior.
Em Dezembro de 2024, um
engenheiro civil foi preso durante 30 dias por ter dito de uma proeminente
política do SPD que era uma “contadora de histórias”. Nesse mesmo mês, a
polícia alemã fez uma
rusga à casa de um rapaz de 14 anos, na Baviera, depois de este ter
alegadamente publicado a hashtag #AllesFürDeutschland, ou seja: “Tudo pela
Alemanha”.
Em Maio do ano passado,
Marie-Thérèse Kaiser, uma dirigente regional do AfD, foi considerada culpada de
“incitamento” por um tribunal alemão depois de ter publicado um link para os
números do próprio governo sobre violações cometidas por imigrantes,
perguntando por que razão são tão desproporcionalmente elevados.
Naquela que será a acção mais
repressiva contra a liberdade de imprensa na Alemanha desde a II Guerra
Mundial, o governo de Olaf Scholz interditou,
sem mandato judicial, a revista Compact Magazine e mandou mais de 200 agentes
da polícia fazer uma rusga ao escritório e domicílio do seu editor.
E este é apenas um apanhado
dos casos que o Contra, que não tem vocação enciclopledista, documentou nos
últimos dois anos.
A actual coligação leninista-globalista que ocupa o poder executivo na Alemanha está a trabalhar para criminalizar as “falsas notícias” nas redes sociais, sendo que é fácil perceber que neste quadro legal uma falsa notícia seria, por exemplo, afirmar que Friedrich Merz, como globalista militante e ex-executivo da BlackRock, está a fazer tudo o que lhe é possível para perpetuar a guerra na Ucrânia.
J.D. Vance já tinha dito o
mesmo.
Logo no início do seu mandato,
o vice-presidente J.D. Vance também teceu duras críticas à forma como a Europa
lida com a liberdade de expressão, incluindo a Alemanha. Durante um discurso na
Conferência de Segurança de Munique, em Fevereiro, afirmou:
“Em toda a Europa, receio
que a liberdade de expressão esteja em declínio”.
Culpando os governos europeus
por utilizarem “palavras feias da era soviética, como desinformação” para
suprimir pontos de vista divergentes, Vance argumentou que tais práticas
protegem os poderes instituídos, e não a democracia.
“A ameaça que mais me
preocupa em relação à Europa não é a Rússia… É a ameaça interna. O recuo da
Europa em relação a alguns dos seus valores mais fundamentais. A democracia
assenta no princípio sagrado de que a voz do povo importa”.
Vance questionou posteriormente se o contribuinte americano deveria continuar a apoiar um país que prende cidadãos “por publicarem tweets maldosos”.
Ingleses e alemães, aliados
na infâmia.
A administração Trump também
já criticou o regime britânico pelas mesmas razões. E a
resposta dos globalistas do Reino Unido foi análoga à dos seus homólogos
germânicos. Mentiram com quantos dentes têm, ao ponto de Keir Starmer, numa
conferência de imprensa improvisada quando Donald Trump se deslocou à Escócia,
ter dito, com a maior cara de pau deste mundo e na presença do Presidente
norte-americano, que não existia qualquer ameaça à liberdade de expressão no
seu país.
Não, que ideia.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
26-8-2025
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