Vasco da Gama cria chances, mas oscila em clássico movimentado pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil
Altair Alves
A irregularidade das duas equipes neste momento da temporada acabou pautando muito do que foi o clássico em São Januário. As trocas de comando no controle das ações refletem exatamente isso. Se o Botafogo largou bem e abriu o placar, o Vasco produziu o suficiente para vencer, e só foi dividir as rédeas do duelo novamente com a entrada de Savarino no início do 2º tempo.
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Foto: Alexandre Durão |
O 1×1 acaba beneficiando o
Glorioso. Não só pelo maior número de finalizações e chances reais do
Cruzmaltino, mas pela definição da vaga nas semifinais da Copa do Brasil
acontecer no Nilton Santos, daqui a duas semanas. Arthur Cabral e Jair foram os
artilheiros do duelo. A torcida do Vasco, apesar do empate, aplaudiu a equipe
após o apito final.
Escalações
Fernando Diniz não pôde mesmo
contar com Tchê Tchê, e escolheu Cauan Barros para fazer a dupla de volantes
com Jair. Hugo Moura seguiu na zaga. Vegetti foi mantido na equipe e David no
banco. Já Davide Ancelotti surpreendeu ao colocar Chris Ramos e Arthur Cabral
pela faixa central do ataque. Montoro e Artur partiram dos lados. Savarino
ficou no banco. John e Kaio voltaram ao time titular.
O jogo
É possível dividir a história
do 1º tempo em São Januário em duas partes. Uma antes e outra após o gol de
empate do Vasco aos 16 minutos. Antes de Jair completar para as redes o
cruzamento de Nuno Moreira, fruto de um rebote de falta cobrada na área, o Cruzmaltino
tinha problemas para colocar em prática a sua proposta. E o pior. Repetia erros
defensivos do jogo contra o Corinthians.
O Botafogo explorou muito bem inicialmente alguns desses pontos frágeis. Marlon Freitas fez a saída de bola mais alinhado aos zagueiros. Isso liberou avanços simultâneos a Vitinho e Alex Telles, que trabalharam bem abertos. Montoro e Artur flutuaram dos lados para o centro, e geraram dúvidas em Paulo Henrique e Piton nos primeiros minutos.
Sem o melhor encaixe de
marcação pelos lados, o Cruzmaltino sofreu com interações entre Artur e Vitinho
pela direita, e Telles e Montoro pela esquerda. A ideia do Botafogo era
explorar o potencial aéreo de Arthur Cabral e Chris Ramos ao chegar perto da área,
e não demorou a colher frutos assim.
Arthur Cabral já havia levado
perigo aos cinco minutos, mas foi certeiro na sequência e concluiu mais um
cruzamento perfeito de Alex Telles. Rayan não fechou a linha de passe para o
lateral e nem conseguiu combatê-lo a tempo. Havia também muito espaço entre
zagueiros e volantes para proteger o centro da área. Um ”combo negativo” já
visto no domingo. Hugo Moura foi mal no combate a Cabral.
Além do crescimento anímico
com o gol de empate marcado por Jair, que nasceu em boa jogada de Coutinho pela
direita, o Vasco passou a fazer ótimas pressões na saída de bola visitante.
Marcando com referências individuais ao projetar o seu bloco defensivo, forçou
erros e ligações diretas do Botafogo. Conseguiu vencer a maioria dos duelos de
bolas longas a Arthur Cabral e Chris Ramos.
Automaticamente avançou mais
vezes com a bola às imediações da área. Coutinho e Rayan assustaram em chutes
de média distância. Vegetti cabeceou fraco um cruzamento de Paulo Henrique. E
Nuno Moreira bateu mal ao receber de Coutinho na entrada da área. O volume
ofensivo era vascaíno, e a torcida se inflamou ainda mais na Colina.
Cauan Barros ganhava duelos e
distribuía passes em sua boa reestreia. Piton se entendia bem com Nuno e
Coutinho pela esquerda. Até mesmo quando foi forçado a defender no próprio
campo, o Gigante da Colina conseguiu fazer os ajustes necessários e não ceder
oportunidades com a bola rolando. Já nas bolas paradas aéreas, sofria para
brecar o ímpeto do Glorioso.
Paulo Henrique sentiu a coxa
no 1º tempo e foi substituído no intervalo. Puma Rodriguez passou a ser o
lateral-direito do Vasco e entrou no ritmo da equipe rapidamente. Fez duas
ótimas jogadas em seu setor antes dos cinco minutos. Coutinho fez John trabalhar
em uma delas, e Rayan acertou o travessão na sequência.
O Botafogo seguia com
problemas ao ter sua saída de bola pressionada, e só não levou a virada por
ótimas defesas de John. Ele pegou uma cabeçada de Rayan, uma finalização à
queima-roupa de Vegetti, e um chute de Puma Rodriguez no canto esquerdo. Foram
seis finalizações nos dez minutos iniciais do 2º tempo.
Davide Ancelotti, enfim, mexeu
no time. Savarino entrou no lugar de Chris Ramos aos 12 minutos. O venezuelano
conectou os setores. Mais móvel, gerou linhas de passe aos defensores e buscou
trocar passes com os volantes. Foi o suficiente para o Botafogo reequilibrar a
partida. Se não criou com a mesma frequência que o rival, aumentou seu tempo de
posse dentro do campo adversário.
A queda física de alguns
jogadores do Vasco era nítida. Fernando Diniz esperou o máximo que pôde para
sacar Coutinho e Nuno Moreira, que foram muito bem. Andrés Gómez e David foram
a campo. Ancelotti tirou Artur e Montoro na sequência. Matheus Martins e Newton
entraram. Danilo passou a jogar pela direita, à frente de Vitinho.
Alex Telles sentiu a coxa logo
depois. Marçal foi o escolhido para entrar. O Botafogo aproveitou a parada para
promover o acréscimo de Allan no lugar de Marlon Freitas. Diniz aproveitou para
chamar seus jogadores em uma espécie de mini-parada técnica na linha lateral.
Pôs Guilherme Estrella na reta final da partida. Rayan saiu. Mas os donos da
casa não melhoraram.
Cauan Barros também deixou o
gramado aplaudido nos acréscimos para a entrada de Thiago Mendes. O Botafogo
ainda ensaiou uma pressão em sequência de bolas roubadas no campo de ataque e
em cruzamentos, mas não criou nenhuma chance real no 2º tempo para merecer
vencer a partida.
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 28-8-2025
Diniz critica arbitragem ao analisar pênalti não dado para o Vasco
Notas dos jogadores do Vasco contra o Botafogo
PC Oliveira dá veredito sobre polêmica de arbitragem em Vasco x Botafogo
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