sexta-feira, 15 de agosto de 2025

[Aparecido rasga o verbo] Para não deixarem morrer as poucas alegrias de um coração solitário

Aparecido Raimundo de Souza

Café com alma
A mesa vazia teria gosto de afeto — se tu viesses.
Carina Bratt


Como um sonho possível
Se tu estivesses, até o medo dormiria — no teu abraço.

Dor incomum
Não sei onde dói, mas tudo em mim se curva — peso invisível.

Corpo em silêncio
A pele não grita, mas carrega cicatrizes — de dentro pra fora.

Estágio
Ela não passou, só aprendeu a sorrir — com os olhos fundos.

Como fio cortado
Laço desfeito, a dor mora no vazio — do que era nós.

Sem testemunha
Choro escondido, ninguém vê o que afunda — por trás do sorriso.

Bem assim...
“Alegria desfeita” é como um sol que se apaga no meio do dia — tem gosto de festa interrompida, de riso que vira silêncio.

Esquisito
Sorri sem saber que o fim já me espreitava — no meio do riso.

Festa vazia
Balões ainda sobem, mas ninguém dança comigo — a música parou.

Esperança breve
Achei que era paz, mas apenas só intervalo — entre duas dores.

Mudança de cenário
O sol me tocou. Por um segundo, fui luz — depois, só sombra.

Promessa falha
Disseram “pra sempre”, e eu acreditei demais — o tempo mentiu.

Como se fosse um até logo...
Palavras se vão, mas ficam como sementes — flores no silêncio.

Gratidão
Brisa da manhã, folhas dançam na varanda. Sol toca o jardim.

Quadro
Flores desabrochando, pássaros voltando — brisa suave entre pétalas.

Quase irreal
Folhas caindo, vento frio e seco. — Crepúsculo dourado.

Inimitável
Gotas na janela, poças refletindo o céu. Silêncio molhado.

Esplendor
Lua cheia sobre o mar. Grilos cantando à sombra das árvores.

Cotidiano
Gato na varanda. Pássaro solitário. Formigas em fila.

Tudo sempre igual
Chá fumegante. Página virada no livro. Passos na calçada.

Morte
Folha que tombou sem vento, sem despedida — silêncio no chão.

Quase despercebido
Lua se esconde, o rio segue sozinho — fim sem alarde.

Vento sul
Vela apagada, o cheiro ainda persiste — memória de luz.

Era meio que Irreal
Lua sobre o mar, ondas sussurram segredos — noite sem fronteiras.

Reflexo tremulante
A lua dança nas águas — silêncio profundo.

Plenitude
Mar sob a lua, conchas guardam o brilho de sonhos antigos.

Silêncio morto
Porta entreaberta, o vento chama meu nome — ninguém responde.

Fantasma furtivo
Noite sem estrelas, um passo ecoa no vazio — olhos na escuridão.

Sem explicação
Folha que se move, não há brisa no jardim — algo rasteja.

Mero acaso
Alguém gritou meu nome. O silencio abafou a voz. Me perdi.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da cidade de Extremoz, no Rio Grande do Norte, 15-8-2025

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