Vasco da Gama sofre gol relâmpago do Juventude e
desperdiça chance de embalar no Brasileiro, após goleada sobre o Santos no fim
de semana
Altair Alves
O Vasco teve um domingo memorável na goleada por 6 a 0 contra o Santos. O time e a torcida tiveram três dias com a confiança em alta, até a bola começar a rolar no Alfredo Jaconi nesta quarta-feira. O otimismo durou 23 segundos, até Lucas Piton colocar a mão na bola e fazer um pênalti infantil no primeiro lance contra o Juventude.
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Foto: Luiz Erbes/AGIF |
Se o contexto do jogo era
difícil por natureza — uma vez que o Vasco não vence no Jaconi desde setembro
de 2000 —, a tarefa ficou ainda pior ao sair novamente atrás no placar com um
minuto de jogo. Com um time pesado com e sem a bola, pela volta de Vegetti aos
titulares e pela escalação de Thiago Mendes no meio de campo, a equipe de
Fernando Diniz não teve forças para reagir.
Para piorar, o segundo gol do
Juventude expôs a fragilidade do Vasco no sistema defensivo. A equipe tem a
defesa mais vazada entre todos os times da Série A na temporada, com 54 gols
sofridos.
Depois das vendas de João
Victor e Luiz Gustavo, as opções da zaga do time se resumem a Hugo Moura
(improvisado) e Lucas Freitas. Muito pouco para quem tem a pretensão de, no
mínimo, seguir na Série A.
Opção por Vegetti
Se boa parte da goleada contra o Santos teve a ver com a saída de Vegetti do time titular, a atuação pobre desta quarta com a bola também tem relação com a volta do argentino. Ao enfrentar um time que fechou bem as linhas de passe, a equipe vascaína tinha menos um jogador para tabelar e criar opções por dentro – o centroavante se limitou a ficar na área para explorar os cruzamentos.
Como já acontecia antes da
chegada de Diniz, os jogadores do Vasco condicionavam a maior parte das jogadas
às laterais para cruzar a bola na área. Muitas vezes, Rayan e Nuno também se
juntavam ao atacante — isso piorava ainda mais a construção das jogadas
vascaínas de pé em pé, com tabelas no ataque. O time abandonou o que foi o
maior destaque na vitória contra o Santos.
O Vasco fez mais cruzamentos
no primeiro tempo do jogo contra o Juventude do que fez em toda a partida
contra o Santos no fim de semana.
Mas a culpa não foi só de Vegetti. Jogadores como Nuno Moreira e Rayan
estiveram abaixo tecnicamente. A saída de bola do Vasco não foi a mesma sem
Paulo Henrique e Jair, que participam bem da construção das jogadas contra o
Santos.
O gol de Taliari, o segundo do
Ju, depois da falha de Lucas Freitas, mostrou um Vasco desconcentrado e com
pouca força sem a bola. Em várias oportunidades, as jogadas do Juventude foram
criadas após lançamentos do goleiro Jandrei. Um problema crônico de espaços de
um time que joga no limite o tempo inteiro. Com um desencaixe, a defesa ficou
exposta a tomar um gol com três toques do adversário.
Mudanças do segundo tempo
As alterações de Diniz na
segunda etapa deixaram o Vasco totalmente desfigurado. O técnico optou por
tirar Vegetti, Thiago Mendes e Lucas Freitas — entraram GB, David e Victor
Luís. A equipe ficou sem zagueiros de ofício em campo e virou um verdadeiro Frankenstein.
Hugo Moura e Victor Luís eram os mais recuados, com Tchê Tchê fazendo uma linha
de três. Coutinho e Nuno se tornaram os organizadores do time com a bola,
enquanto David, GB e Rayan ficaram no ataque.
O Vasco ficou mais próximo de
sofrer o terceiro gol do que de diminuir a derrota no Alfredo Jaconi. Depois de
uma goleada tão marcante contra o Santos, o mínimo que a torcida esperava era
um jogo competitivo em Caxias do Sul. Mas a equipe vascaína só ficou um minuto
em condições iguais no placar contra o Juventude.
Urgência por reforços
A uma semana da partida de ida
da Copa do Brasil contra o Botafogo, o Vasco pode contar apenas com um zagueiro
no elenco. João Victor já foi anunciado pelo CSKA, e Luiz Gustavo tem uma venda
encaminhada para o Bahia. Com Mauricio Lemos e Oliveira fora dos planos, o time
terá que se virar com o Hugo Moura e Lucas Freitas até os reforços chegarem.
Vale destacar que na janela de
inverno de 2024, antes da eliminatória contra o Atlético-MG na semifinal da
Copa do Brasil, a direção também buscava um zagueiro no mercado. No entanto, o
clube não conseguiu nenhuma contratação, e o time foi eliminado a uma fase da
final.
O mais urgente neste momento é
pensar no Corinthians, em um jogo direto na parte inferior da tabela do
Brasileirão. Se vencer os paulistas no domingo, o time de São Januário passa o
adversário e se afasta um pouco dos quatro últimos. Qualquer resultado que não
seja a vitória pode empurrar o Vasco para a zona de rebaixamento ao fim da 21ª
rodada.
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 21-8-2025
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