terça-feira, 5 de março de 2013

Segurança de fachada (I)

Com show cinematográfico, polícia ocupa o Caju sem prender traficantes, nem apreender seu armamento sofisticado

“Em todas as áreas que entramos tivemos problemas. Nenhuma foi fácil”.
José Mariano Beltrame, secretário de Segurança e provável candidato a vice-governador de Pezão.

Pedro Porfírio
Numa operação cinematográfica, com direito a 17 blindados da Marinha, "caveirões" da PM, helicópteros e até lanchas do Grupamento Aeromarítimo, envolvendo 1.400 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e do batalhão de Choque (BPChoq), cerca de 200 policiais civis, agentes da Federal, além de 150 guardas rodoviários federais, as forças de segurança ocuparam as 15 favelas do Caju, onde vivem 20.212 pessoas, e a Barreira do Vasco, do outro lado da Avenida Brasil, de 7.300 habitantes.
Os bandidos, que foram oficialmente informados da operação com 72 horas de antecedência através da mídia escrita, falada, televisada e internetizada, malocaram-se em áreas seguras e deram boas vindas aos seus novos parceiros: a partir de agora, não precisarão exibir meninotes armados até os dentes com fuzis de última geração, que agregam custos elevados ao preço da droga, para proteger suas bocas de fumo de "invasões alemãs".
Desde a primeira UPP no Dona Marta, em dezembro de 2008, as quadrilhas passaram a trabalhar o "plano B", caso chegasse a vez da sua área. Algumas têm "esticas" - filiais -  na própria cidade, na Baixada, na região dos Lagos, em Niterói e São Gonçalo, além de aliados de facção. Mas nem por isso se mudam de armas e bagagens, mantendo-se nas áreas em que dominam na clandestinidade.
Como em outras situações, a ocupação no Caju se deu sem o disparo de um único tiro. Nem os tradicionais fogueteiros estavam em seus postos. Por quê? Até mesmo a "gatonet" controlada pelos traficantes foi desativada 48 horas antes, com a retirada dos equipamentos retransmissores. 
Como se tivesse havido um acordo, os bandidos tiveram todo o tempo necessário para desmontar sua estrutura que incluía armamentos sofisticados, inclusive fuzis antiaéreos de procedência israelense. Muitas dessas armas foram compradas dos próprios policiais, que as apreendiam e não as incluíam nos relatórios.
Leia a matéria completa no blog do Porfírio

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