terça-feira, 5 de março de 2013

Na Cisjordânia, o ódio entre palestinos e israelenses chega a níveis insuportáveis

Palestinos rejeitam explicações de Israel sobre a morte de UM prisioneiro

Amigos e parentes de Arafat Jaradat, um prisioneiro palestino que morreu, é velado em Hebron, na Cisjordânia, depois que seu corpo foi entregue à sua família por Israel, ontem. Foto: AFP/Getty Images
Francisco Vianna
Depois da autópsia realizada sobre o corpo de um palestino preso em Israel, o Ministro da Saúde de Israel disse, no domingo de ontem, que os achados preliminares da autópsia não foram conclusivos para determinar a causa da morte desse prisioneiro palestino de 30 anos, que as autoridades israelenses tinham em princípio atribuído a um infarto. Mas, representantes da AP disseram que a inexistência de lesão cardíaca associada a escoriações no peito, no pescoço e nas costas do homem sugerem que ele tenha sido torturado durante um interrogatório.
 “Os sinais que surgiram durante a autópsia mostram claramente que ele foi submetido à severa tortura que provocou, de imediato, a sua morte”, declarou Issa Qaraka, o “ministro palestino” para assuntos de prisioneiros em Israel, numa conferência de imprensa na noite de 24 de fevereiro, em Ramallah, após ter se reunido com um patologista palestino que esteve presente na autópsia. 
 “Israel é totalmente responsável pelo assassinato de Arafat Jaradat”, acrescentou o Sr. Qaraka, que mais cedo, no domingo de ontem, tinha pedido uma investigação internacional sobre a morte. “A estória israelense foi forjada e está cheia de mentiras”, disse o patologista. 
Há 4.500 palestinos encarcerados nas prisões israelenses e a quase totalidade deles recusou as refeições do dia de ontem em protesto ao suposto assassinado de Jaradat, e centenas de palestinos fizeram demonstrações de revolta em diversas cidades e vilas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Após dias de tais demonstrações de rua, que incluíram confrontos violentos entre ‘civis‘ palestinos e soldados israelenses e assentados na Cisjordânia, um enviado especial do Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Isaac Molho, enviou uma mensagem à liderança palestina no domingo de ontem dizendo o que as autoridades israelenses descreveram como sendo “uma exigência inequívoca para restaurar a calma”. Israel também transferiu para a Autoridade Palestina (o arremedo de Estado Palestino) cem milhões de dólares em imposto de renda que estavam retidos em Tel Aviv.

Palestinos em meio a confrontos com soldados israelenses e funcionários da polícia de fronteira em Hebron ontem
A AP exige a soltura de quatro prisioneiros palestinos condenados à prisão por longos anos e que se encontram em greve de fome e de 123 pessoas foram detidas antes da assinatura do Acordo de Oslo em 1993, com o que o governo de Israel não concorda. Uma autoridade israelense disse que “algumas dessas pessoas são acusadas de crimes hediondos”.
O alto teor de ódio existente nas relações entre judeus e árabes palestinos, insuflados pelo radicalismo islâmico é cada vez maior e, inibe, mesmo no longo prazo, a convivência pacífica dessas populações sem um estado formal com o adiantado estado israelense. Todas as tentativas israelenses de estabelecer metas de convivência acabam esbarrando e fracassando nesse ódio insuflado pelos antissionistas do Oriente Médio, o que faz com que os israelenses, na prática, se mantenham numa “guerra contínua de defesa contra esse ódio” sendo, por vezes compelidos a contra atacar.
O principal alvo do ódio antissemita hoje é a Cisjordânia, onde já há cidades de porte médio, como Hebron, com população predominantemente judia e outras centenas de assentamentos e kibutzes israelenses. Como, em vista disso, a região é a mais fortemente policiada por parte de Israel, o número de prisões e conflitos é alto e torna a região uma espécie de barril de pólvora do conflito árabe-israelense.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 05-03-2013

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