Palestinos rejeitam
explicações de Israel sobre a morte de UM prisioneiro
Francisco Vianna
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Amigos e parentes de Arafat
Jaradat, um prisioneiro palestino que morreu, é velado em Hebron, na
Cisjordânia, depois que seu corpo foi entregue à sua família por Israel, ontem.
Foto: AFP/Getty Images
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Depois da autópsia realizada
sobre o corpo de um palestino preso em Israel, o Ministro da Saúde de Israel
disse, no domingo de ontem, que os achados preliminares da autópsia não foram
conclusivos para determinar a causa da morte desse prisioneiro palestino de 30
anos, que as autoridades israelenses tinham em princípio atribuído a um
infarto. Mas, representantes da AP disseram que a inexistência de lesão cardíaca
associada a escoriações no peito, no pescoço e nas costas do homem sugerem que
ele tenha sido torturado durante um interrogatório.
“Os sinais que surgiram durante a autópsia
mostram claramente que ele foi submetido à severa tortura que provocou, de
imediato, a sua morte”, declarou Issa Qaraka, o “ministro palestino” para
assuntos de prisioneiros em Israel, numa conferência de imprensa na noite de 24
de fevereiro, em Ramallah, após ter se reunido com um patologista palestino que
esteve presente na autópsia.
“Israel é totalmente responsável pelo
assassinato de Arafat Jaradat”, acrescentou o Sr. Qaraka, que mais cedo, no
domingo de ontem, tinha pedido uma investigação internacional sobre a morte. “A
estória israelense foi forjada e está cheia de mentiras”, disse o
patologista.
Há 4.500 palestinos
encarcerados nas prisões israelenses e a quase totalidade deles recusou as
refeições do dia de ontem em protesto ao suposto assassinado de Jaradat, e
centenas de palestinos fizeram demonstrações de revolta em diversas cidades e
vilas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Após dias de tais
demonstrações de rua, que incluíram confrontos violentos entre ‘civis‘
palestinos e soldados israelenses e assentados na Cisjordânia, um enviado
especial do Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Isaac Molho, enviou uma
mensagem à liderança palestina no domingo de ontem dizendo o que as autoridades
israelenses descreveram como sendo “uma exigência inequívoca para restaurar a
calma”. Israel também transferiu para a Autoridade Palestina (o arremedo de
Estado Palestino) cem milhões de dólares em imposto de renda que estavam
retidos em Tel Aviv.
A AP exige a soltura de quatro
prisioneiros palestinos condenados à prisão por longos anos e que se encontram
em greve de fome e de 123 pessoas foram detidas antes da assinatura do Acordo
de Oslo em 1993, com o que o governo de Israel não concorda. Uma autoridade
israelense disse que “algumas dessas pessoas são acusadas de crimes hediondos”.
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Palestinos em meio a
confrontos com soldados israelenses e funcionários da polícia de fronteira em
Hebron ontem
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O alto teor de ódio existente
nas relações entre judeus e árabes palestinos, insuflados pelo radicalismo
islâmico é cada vez maior e, inibe, mesmo no longo prazo, a convivência
pacífica dessas populações sem um estado formal com o adiantado estado
israelense. Todas as tentativas israelenses de estabelecer metas de convivência
acabam esbarrando e fracassando nesse ódio insuflado pelos antissionistas do
Oriente Médio, o que faz com que os israelenses, na prática, se mantenham numa
“guerra contínua de defesa contra esse ódio” sendo, por vezes compelidos a
contra atacar.
O principal alvo do ódio
antissemita hoje é a Cisjordânia, onde já há cidades de porte médio, como
Hebron, com população predominantemente judia e outras centenas de
assentamentos e kibutzes israelenses. Como, em vista disso, a região é a mais
fortemente policiada por parte de Israel, o número de prisões e conflitos é
alto e torna a região uma espécie de barril de pólvora do conflito
árabe-israelense.
Título e Texto: Francisco
Vianna (da mídia internacional), 05-03-2013
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