Dona Maria do Rosário,
ministra da Secretaria de Direitos Humanos e legisladores do nosso País, pelo
que temos lido e vivido, perdeu-se o controle sobre a segurança pública.
Presenciamos assassinatos, vemos nossos filhos sendo mortos através de câmeras
de segurança instaladas em ruas e edifícios, todos os dias temos notícias de
famílias destroçadas com a perda de entes queridos através de um banditismo
sobre o qual, repito, vocês perderam o controle. Dona Maria do Rosário e
legisladores, em que mundo pensam estar vivendo, no país das Maravilhas? São
Alices disfarçados de autoridades que nos representam? Não estão vendo a
violência aumentando a cada dia? Por que os braços cruzados? É público e
notório que não dominam mais nada! Então, hora de rever as leis e os
procedimentos, não acham? Dada a inoperância de nosso Estado diante de
situações básicas, como o aprisionamento de bandidos, precisam botar os olhos
em várias questões, funções e pessoas que exercem essas funções. A grosso modo,
vamos lá! Comecemos por nossa presidente. Dona Dilma, mais que hora de
trabalhar fechando nossas fronteiras, bloqueando a entrada de armas ilegais e
drogas. Ah, não tem dinheiro ou não tem gente com competência para tanto? Ou
nem chegaram a discutir esse tópico para diminuir a violência que nos assola?
Hora de trabalhar essa ideia, digamos, essencial, presidente. Dinheiro sobra. É
só afastar corruptos do governo que roubam o erário, mas, a senhora os chama
todos de volta, ninguém entende! Assim não andamos para frente! Sr. ministro da
Justiça, sua vez. Sr. Cardozo, não queremos saber sobre seu sentimento de
preferir a morte a ir para um presídio. Queremos saber é de atitude, pois a
prerrogativa de mudar o inferno que são nossas prisões também é sua. Menos
desabafo e mais ação, ministro! Sr. ministro da Educação, não é igualando por
baixo nossos estudantes que vamos elevar o nível de educação de nossas crianças
e adolescentes. É ensino básico de qualidade para todos, desde a mais tenra
idade. O senhor está muito desnorteado, precisa pensar mais e se cercar de
gente que entenda do babado. Como mandar para fora do País estudantes para
intercâmbio que não falam outra língua que não a nossa ? Acha que os livros e
as aulas lá fora são em português? Como admitir erros em provas de redação nos
vestibulares? Acha mesmo que consentir o erro pelos alunos vai ajudá-los, que
as desigualdades diminuirão desse modo? Já lhe ocorreu que um português mal
escrito ou falado pode acentuar a desigualdade?
Pare e pense, sr. ministro
Mercadante! Dona Maria do Rosário, como entendo, a paz retornará aos lares
quando todos juntos trabalharem nas questões que geram a violência, o que
envolve esforço na área de educação, proteção de nossas fronteiras, criação de
frentes de trabalho e presídios e casas estruturados para receber desajustados,
além de medidas socioeducativas. Não resolveremos o grave problema social
distribuindo dinheiro simplesmente. Sabe a impressão que a senhora com sua
ideologia nos passa? Que é injusto para com os bandidos deixá-los presos por tantos
anos, coitados, já sofreram tanto em sua infância... ah, vamos fazer justiça
colocando-os em liberdade, então... assim, estaremos com nossa dívida paga para
com eles...! Bandidos são vítimas da sociedade que os tratou injustamente e
quando soltos têm o direito de “descontar” sua revolta em cima dessa sociedade,
fazendo justiça com as próprias mãos? É isso? É o que fica parecendo pois
somente ele são tratados como vítimas! Oras, sra. ministra, como um estudante
que voltando do estágio às 10 da noite e é morto por um bandido com um tiro na
cabeça para roubar um celular pode ser responsabilizado pelos males sociais
brasileiros? Pagando com a própria vida pelas mãos de desajustados? É isso? Por
acaso esse estudante não é vítima, dona Maria do Rosário? Se o sistema
carcerário é incapaz de ressociabilizar os detentos, menores ou maiores, então,
a solução é simplesmente soltá-los? É por aí? É assim que as autoridades agem,
porque é assim que as leis determinam e há pessoas que defendem essa
barbaridade! O que acontece aos delinquentes? Através de nossas leis fracas e
ultrapassadas, voltam às ruas piores do que quando entraram nas cadeias, mais
revoltados e com toda uma população à mercê de sua delinquência. Todos
entendemos que esses bandidos precisam se reabilitar, e têm esse direito, mas
precisam da ajuda do Estado para tal. E é aí que começa o maior problema pois o
Estado não faz a sua parte: presídios superlotados, não há plano de recuperação
e, se há, é nada estruturado, é mal conduzido, sem falar da educação de quinto
mundo, drogas e armas que entram pela porta da frente, oras, são seres que
estão deixando de ser humanos por culpa do Estado! As autoridades, intelectuais
e jornalistas costumam dizer que não se devem tomar decisões no calor dos
fatos, inclusive, criticando a atitude de Geraldo Alckmin por defender mudança
nas leis para menores infratores. Aqui cabe a pergunta: Há quanto tempo mesmo
pedimos mudanças nas leis e atitudes? Quantos mais precisarão morrer pelas mãos
de bandidos para que algo seja feito? Estamos “no calor dos fatos” há muitos e
muitos e muitos anos e os fatos não encontram brecha para esfriarem-se, eis a
questão! São assassinatos brutais em cima de assassinatos e crimes hediondos,
sem folga! Desde estupros a assaltos com finais trágicos, envolvendo crianças,
adolescentes, adultos! Dona Maria do Rosário e legisladores, se bandidos são
vítimas, a sociedade também é. De suas excelências! De seu descaso, de sua
falta de visão , de sua insensibilidade, de sua irresponsabilidade, de sua incompetência,
de seu desprezo, de sua total ausência. Ganham muito dinheiro através de altos
salários, fora os “por fora”, têm segurança para toda a família, blindam seus
carros e não correm risco de serem abordados pelos bandidos. Sobra para nós, o
povo, que paga caro pelos seus luxos e tranquilidade. Que tal cuidarem de
nossas famílias também? Precisam trabalhar e fazer menos política. Se não são
preparados para enfrentar essa guerra, caiam fora, deem lugar aos com
competência e vontade! Ou mudam seu procedimento, atentando para o fato de que
não somente os bandidos são vítimas, mas que o povo também é! Para tanto,
revejam as leis, revejam suas atitudes, que em nada estão resolvendo o grave
problema da segurança. Trabalhem, façam dos presídios lugares de reabilitação,
não de pós-graduação no crime, façam jus aos seus honorários! Rápido, pois a
vida pede passagem! Direitos humanos, sim, mas, para todos nós!
Título e Texto: Myrian Macedo,
São Paulo, Fórum dos Leitores de O Estado de S. Paulo, 14-04-2013
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