Nome de guerra: F/E Cirtoli
Onde nasceu? Nasci em Caxias do
Sul/RS
Quando começou a trabalhar?
Comecei a trabalhar, assalariado, aos 9 anos, como
leiteiro. Acordava às 4h da manhã, caminhava uns 4km até o local. Buscava o
cavalo no pasto, encilhava e colocava os litros de leite em sacolas nos dois
lados, de modo a ficar equilibrado. Às 8h estava na escola.
Com 10 anos passei a trabalhar como empalhador de
garrafões, que era um trabalho muito árduo, pois o trançar da casca de vime,
ora por cima ora por baixo dos palitos verticais, principalmente no inverno,
machucavam os dedos.
Com 14 anos entrei no SENAI cursando Ajustagem.
Onde começou?
Concluído o curso no SENAI,
entrei no SENAI-VARIG, em 1961, com 17 anos de idade, terminando o curso em
dezembro de 1962, quando fui para a Manutenção.
Que começo de vida belo e comovente!
Mas... aos 9 anos assalariado?!
Recebia 80 cruzeiros por mês.
Comprei um par de sapatos envernizados por 130 cruzeiros.
Naquele tempo, estamos falando
da década de 50, era normal crianças trabalharem. Diga-se de passagem não era
uma ordem de meus pais, foi uma iniciativa minha. Precisei pedir ao meu pai
para que me deixasse trabalhar.
Um tempo em que o trabalho forjava o homem…

Não, não é dificil de entender…
Você disse que entrou no SENAI Varig… o que era isso?
Era a escola de manutenção. A
Varig mantinha um convênio com o SENAI. Era um curso de dois anos, das 8 às
17h, com uma hora para almoço. Quinze dias de Teoria e outros quinze de Prática
nas oficinas.
Pois bem, então ingressou na Manutenção da Varig, em 1962, tinha 18
anos…
Tá certo. Na Manutenção, já
formado, em dezembro de 1962. Comecei o curso no início de fevereiro de 1961.
Deduzo, desde já, que a Varig foi o seu único emprego…
Não, eu saí da Varig em 1967 e
voltei em 1970. Trabalhei três anos na Agrale, fábrica de tratores em Caxias do
Sul.
Voltou para a Manutenção?
Não, voltei para o voo como
Mecânico de Voo, no Electra.
Não. Eu era muito inibido.
Continuo sendo, mas aprendi a disfarçar.
Fui demitido numa época de
excesso de M/V, numa sexta-feira, e na segunda readmitido por interferência de
amigos de longa data, que consideraram injusto o meu afastamento.
Isso aconteceu em…?
A data certa não lembro, mas
foi lá pelo terceiro trimestre de 1970.
Até quando voou Electra?
Abril de 1974.
Foi promovido para…
B-707, onde fiquei até 1987,
quando fui para o DC-10. Em 1995 fui para o B-747.
Quais as cidades onde gostava mais de pernoitar?
Sem estar na ordem: Lisboa,
Madrid, Roma, Paris, Copenhague, Frankfurt, Amsterdam e Londres.
Na verdade me identificava e
me identifico com as variantes culturais da Europa, mais que dos Estados Unidos
e outros. Pernoites no Canadá eram muito bons também.
Você se aposentou ou é demitido?
Aposentei, meio que obrigado.
Estava com 55 anos, com direito ao Aerus, portanto. Caso eu não me aposentasse
os mais jovens seria demitidos. Deves lembrar do excesso de gente em meados de
1999. Saí com acordo. Recebi uma boa grana.
Já voltaremos a 1999.
Agora retrocedamos ao início da sua militância sindical. Quando foi?
Comecei na AMVVAR como
presidente em 1987, época daquelas duas greves seguidas, em dezembro de 1987 e abril
de 1988. Lembra?
Lembro sim. Mas a segunda não foi no Carnaval de 1988? As empresas
demitiram os presidentes do SNA e da APVAR e muitos aeronautas…
Isso mesmo.
O então presidente do SNA, José Caetano Lavorato Alves, foi o único a não ser readmitido.
Passados 26 anos qual a sua opinião sobre essa não readmissão?
Jogada politica do Lavorato. A
Varig o chamou para ser readmitido por pressão e ele não aceitou. Tinha
informações que a anistia dele seria barbada. Sabia que ia ganhar mais como
anistiado e poderia exercer outra função no governo do PT. Só o que recebeu de
salários atrasados… e hoje o salário dele é o segundo ou terceiro maior entre
eles.
Nessa época, Lavorato já era um quadro político do PT, mais do que
propriamente um militante sindical…
Com certeza, e mais
interessado na política do que em ser piloto. No governo da Marta, em São
Paulo, ele era presidente do Banco Popular, depois foi presidente da Associação
Brasileira dos Dirigentes de Entidades Gestoras e Operadoras de Microcrédito
(Abcred).
Por onde ele anda agora, você sabe?
Não tenho ideia.
E quando você chega ao SNA?
Quanto ao SNA, não frequento.
Tenho verdadeira ojeriza daqueles caras.
Nos prejudicaram demais na
falência da Varig. Estavam engajados com o Zé Dirceu, contra a Varig.
Compreendo. Falaremos desse episódio.
Perguntei quando você chegou à direção do sindicato?
Terminada a minha gestão na
AMVVAR, fui ser diretor no SNA, assumindo a Diretoria de Saúde do Aeronauta.
Gostei muito. Organizei
inúmeros eventos:
Congresso "Saúde do
Aeronauta”, cinco dias em Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro;
Saúde da mulher aeronauta;
AIDS;
Trabalho noturno dos
aeronautas e os voos transmeridianos;
Saúde na Aviação agrícola em
Pelotas/RS;
E, outros que eu já nem
lembro.
Nessa época fiz um curso sobre
saúde do trabalhador na Fiocruz, cujo trabalho final do meu grupo foi a escrita
de um livreto sobre o assunto, com pesquisa de opinião no Despacho Operacional
do AIRJ. O título foi "VOLERE VOLARE".
A propósito de saúde, você se formou em Medicina?
Sim, em Teresópolis/RJ
Licenciou-se?
Não, continuo ativo. Mas aqui,
em Arroio do Sal, não dá para clinicar de forma particular. O SUS aqui é bem
organizado e dá tudo o que for necessário para a cura. Fui Secretário da Saúde
durante três anos e meio. Não quis mais me envolver. Fui presidente do PDT por
10 anos. Nesse período elegemos, pela primeira vez na história, o prefeito e o
reelegemos. Mas a política não é para mim. Eu estou mais para técnico. Não
suporto a relação politica onde o mais importante é a reeleição, ou o nome das
pessoas, e não o coletivo.
Durante minha passagem pela
saúde diminuímos em 50% os infartos do miocárdio e os AVC's.
Criamos um programa de saúde
do homem (Arroio do Sal é o município de maior percentual de velhos no Litoral
norte do RS). Contratamos para isso um urologista/andrologista, pois as denças
da próstata e impotência de ereção são uma realidade muito frequente após a
meia idade. O programa foi um sucesso, seu slogan de boca a boca era: “em
Arroio do Sal só é brocha quem quer”.
Ainda no SNA, você chega à presidência…
Terminada aquela gestão em que
era diretor de saúde, o Pleno me elegeu presidente. Foi um trabalho do Lavorato,
pois nunca um não comandante havia chegado à presidência. Com certeza se
arrependeu pelo que ocorreu na minha gestão.
Cirtoli, abrindo um parêntese na cronologia da conversa, o que achas do
estranho desaparecimento do MH 370?
Tá com pinta de terrorismo,
(dois passaportes falsos) ou explosão.
É parecido com o nosso Boeing
707, cargueiro, PP-VLU, que desapareceu depois de decolar de Tóquio. Nunca
ninguém disse nada com seriedade.
Recuperando a cronologia, do que Lavorato pode ter-se arrependido?
Para início de conversa, como
deves saber, tínhamos uma boa gráfica.
Num dos primeiros dias de
gestão o administrador me perguntou quanto deveríamos cobrar por uns cartazes
da CUT. Disse-me que normalmente não se cobrava.
Sugeri a ele calcular o custo
do material e acrescentar 10%, por ser material referente a saúde. Nos pedidos
futuros, 50% de sinal e o restante na entrega. A CUT nunca mais apareceu no SNA
e o Lavorato ficou danado comigo, é lógico. Os aeronautas sustentavam campanhas
do PT e da CUT…
Mais tarde, com dois anos de
gestão descobrimos um desvio de 10 mil dólares por mês. Mandei apurar e ameacei
com prisão.
Era o dinheiro dos
estacionamentos que nunca entraram nos cofres do SNA, era repartido entre um
grupo.
Logo depois o Lavorato
convocou uma reunião do pleno e me destituíram da presidência e elegeram o
Lavorato. (Biografia de Lavorato no portal DIEESE Memória)
Entrei com uma ação na justiça
e provei que existia roubalheira. O representante do SNA em São Paulo foi condenado
a dois anos de prisão na primeira instância.
Foi nessa reunião que alguém teria mostrado um revólver?
Não, não foi. A reunião foi
tranquila, filmada, eu havia chegado à conclusão que eu não deveria continuar.
Se existia um grupo grande querendo que eu saísse não teria ambiente político
para continuar. Até porque o número que se locupletava era grande.
Eu era presidente da FNTTA e
continuei, e o SNA fundou outra federação em cuja ‘sede’ a secretária apareceu
estrangulada com um fio de telefone, mas disso eu não quero falar abertamente.
Lembro muito bem desse
triste acontecimento. (Por acaso fui um dos primeiros a chegar à portaria da
Avenida Franklin Roosevelt, nº 194…)
Mas você estava nessa reunião?
Estava. Fui com um advogado à
delegacia da Praça Mauá e registramos queixa. O Diretor foi chamado a depor.
Não sei o resultado. Coisa de
desequilibrado, nem vou citar o nome.
Pois é… voltando aos quadros políticos nos sindicatos… Julgo que
Lavorato terá levado para o Partido dos Trabalhadores grande parte da diretoria
dele.
Na sua diretoria tinha gente do PCB ou PCdB, não?
Você mesmo, já era militante do PDT?
Tinha o Gusmão e o Moraes Rego
do PCB. Eu só me filiei ao PDT em Arroio do Sal.
Sempre fui contra misturar
sindicato ou associação com um partido, pois a categoria que sustenta e luta
pelo sindicato é de vários partidos. Por que razão o meu partido deveria ser
beneficiado?
Você sai do SNA (em que ano mesmo?) e continua presidente da FNTTA até
quando?
Entrei em 92 e saí em 94, um
ano antes do término da gestão. Na Federação, fiquei mais uns dois anos, não
lembro bem.
Essa Federação era filiada à CONTTMAF?
Sim, a que eu era coordenador
(presidente).
Ok, você sai da vida sindical em 1994, continua voando até 1999 e se
aposenta, certo?
Aí, o que você vai fazer?
Vim para Arroio do Sal.
Primeiro precisei convencer a Bárbara (minha mulher, ex-comissária) a vir.
Chegando aqui comprei a parte da família na casa da praia e comecei a construir
num terreno ao lado que havia comprado há pouco. Em 2001 a casa ficou pronta e
mudamos.
E fica(m) de papo para o ar?
Eu me engajei no PDT e logo
virei presidente.
Temos um terreno de uns 900
metros quadrados de horta e frutíferas, então tenho bastante trabalho. É o que
eu mais gosto de fazer e temos mais três cachorras que são nossas grandes
amigas.
Me desculpe relevar a sua redundância quando escreve que tem três
cachorras "que são nossas grandes amigas"...
Bobagem minha, mas elas estão
sempre prontas para um carinho…
Não é bobagem, de jeito
nenhum!
Amar animais é privilégio de
GENTE.
Meu melhor amigo faleceu em
dezembro...
Há dois anos perdi uma
rotweiller de câncer ósseo. Amputamos a perna, fez quimio e morreu 7 meses
depois. Fui obrigado a fazer eutanásia…
Voltando a Arroio, a vida corre pelo melhor, mas a nossa ex-empregadora
parece estar com problemas… quando notou?
Quando do não pagamento do
leasing dos 767 e que queriam levar, ou levaram, não lembro, foi antes de 2000.
E a APVAR finalmente foi quem realmente levantou a lebre.
Só para situar, quem presidia a Varig e a APVAR nesse ano?
Nesse ano saíu o Fernando
Pinto e assumiu o Ozires Silva.
Na Apvar era um jovem
comandante, abandonou a aviação e está cuidando da fazenda da família perto da
Argentina: Flávio Souza.
Então, você se apercebe da crise (séria) da Varig e o que faz?
Criamos um debate na AMVVAR
para nos unirmos à APVAR e ACVAR e tentarmos fazer alguma coisa. Foi criado o
"Trabalhadores do Grupo Varig" que tinha ainda a associação da
Nordeste e da Rio-Sul.
Qual foi o primeiro ato (ou reivindicação) da TGV?

Tínhamos alternativas e
oferecemos, como disse Paulo Rabelo de Castro em artigo recente:
“os próprios funcionários
deram a solução: disponibilizaram seus recursos no fundo de pensão e seus
créditos laborais para serem convertidos em capital novo. A empresa, assim,
daria a volta por cima. Na ocasião, eles trariam como sócio minoritário a LAN.
Mas, na época, para o Governo, a TAM era a empresa ‘capaz de ensinar os
variguianos a administrar uma companhia aérea’”, conta Paulo Rabello. Hoje, adivinhem quem é a majoritária do capital da TAM?? A LAN!
“O não fechamento da Varig” soa vago pela obviedade: ninguém queria que
ela fechasse…
Mas é a expressão que me vem a
mente. Na realidade, o que se buscava era a preservação dos empregos. Tanto que
a alternativa foi a associação com um grupo estrangeiro. Chegamos a entregar um
cheque, num leilão, de 75 milhões de dólares e nesse exato momento o governo
virou o jogo, apresentando dívidas ao INSS da RIO-SUL, mudando assim
repentinamente as regras. O investidor diante dessa nova circunstância retirou
seu cheque e se afastou.
No leilão seguinte a Varig foi
entregue a uma empresa abutre de Nova Iorque, através do chinês Lap Chan, por
24 milhões de dólares, sem cobranças de dívida nenhuma pelo governo.
Posteriormente, a Varig foi revendida para a Gol por 240 milhões de dólares, se
não me falha a memória.
Má vontade não, houve
manipulações do governo o tempo todo, para que a Varig não se reerguesse, uma
espécie de vingança, que o Brasil pagou e paga muito caro. São milhões de
dólares que deixaram, deixam e deixarão de fluir para o Brasil, por essa
incompetência de governar do PT, além da perda de mercado de trabalho de nível
internacional, que não foi substituído pelas nacionais. Esse mercado foi
entregue de mãos beijadas a outras empresas internacionais. Modo de administrar
burro e estúpido, diria eu. Coisa de tapado intelectual.
E sobre provável má gestão por
parte dos administradores da companhia…?
Claro que existia. Mas, uma
empresa que até 1994 era proprietária de todos os seus aviões e só a partir
desse ano passou a efetuar leasing de seus aviões estava bem administrada. Teve
que vender ou alugar esses aviões em virtude das consequências do fatídico Plano Cruzado (em 28 de
fevereiro de 1986), que congelou o valor das passagens aéreas, com seus custos
de manutenção e combustível dolarizados.
A Varig não faliu por má
gestão empresarial. Faliu por má gestão do governo Sarney, com o seu Plano
Cruzado, pelo governo Collor, com sua abertura dos céus às estrangeiras. Para
exemplificar: a Varig transportava cerca de 75%, por ano, dos passageiros entre
Nova Iorque e Brasil e vice-versa. Com a abertura às estrangeiras a soma da
Varig, Vasp e Transbrasil atingia a cifra de 27% dos passageiros
transportados/ano, ou seja, a política foi boa para as estrangeiras. O governo
FHC se manteve mudo, indiferente, e o do PT acabou definitivamente com a Varig.
Mesmo assim precisou trambicar, porque se tivesse honrado a compra da Varig em
leilão pela TGV e LAN, a Varig estaria voando. Mas, tinham que nos trambicar,
seu ADN não suportaria ver a Varig recuperada pelo esforço de seus próprios
trabalhadores. E mais, essa venda por $24 milhões e sua recompra por $240
milhões deve ter sido muito lucrativa para o Brasiiil.
Se eledisse isso ele mentiu. O nosso investidor se retirou quando o governo
apresentou dívidas para serem descontadas dos 75 milhões de dólares. A regra
era o dinheiro da compra ser investido na recuperação.
Eu estava nesse leilão. Foi no
hangar do Santos Dumont. Estávamos em centenas. Vimos quando o cheque foi
entregue. Devo ter ainda comigo a carta cobrança de dívida do INSS da Rio-Sul.
As palavras do juiz Ayoub não
são parâmetros para nada. Não têm crédito, ao menos para mim.
Em resposta anterior você afirmou, se referindo ao SNA – Sindicato
Nacional dos Aeronautas: “Nos
prejudicaram demais na falência da Varig. Estavam engajados com o Zé Dirceu,
contra a Varig.”
Foi a leitura que fizemos na
época, uma vez que o José Dirceu tinha ligações familiares com a TAM. Como
justificar que a presidente do SNA leva o voto ao contrário do decidido em
assembléia por centenas de trabalhadores da Varig?
Por que fazer o contrário do
que havíamos decidido?
Por que se posicionar do mesmo
lado dos interesses de membros do governo petista?
Isso não é peleguismo. É muito
mais. Isso é traição.
Qual foi esse voto ao contrário?
Em assembleia específica dos
trabalhadores da Varig, conforme estatuto do SNA decidimos pela não venda da
Varig. A Graziella Baggio, no dia do leilão, através de uma liminar onde dizia
que quem representava todos os trabalhadores, inclusos, portanto, os da Varig,
era ela, presidente. E votou pela venda, que era o que o grupo do governo
queria. Daí a traição.
Lamentavelmente, tudo isso ocorreu em meados de 2006. Oito anos
passados, os ex-trabalhadores da Varig ainda não viram a cor dos seus direitos
trabalhistas… os assistidos pelo Instituto Aerus viram seus benefícios serem
garfados em 92%...
É verdade. E corremos o risco
de esperar um bom tempo ainda…
Você não está nada otimista…
Como vê o recente julgamento do RE 571969?
Foi uma vitória maravilhosa
com anos de atraso.
Foi o julgamento da defasagem tarifária
que a Varig venceu. Não foram os aposentados do Aerus ou os ex-empregados que
venceram.
Com esse dinheiro a Varig
deverá, ou deveria, pagar as suas dívidas.
Os credores de um modo geral
costumam ser bem ágeis. O fisco, por exemplo, é voraz, a dívida para com a
Petrobras relativa a combustíveis, também. É claro que por uma questão até
humanitária, os trabalhadores que tinham salários atrasados, indenizações, e os
aposentados e pensionistas do Aerus deveriam ter a preferência. Mas, temo que não
seja bem assim.
O governo deverá, por
obrigação de ofício, recorrer, mas não deverá mudar a essência do julgamento.
Depois descerá para a primeira instância para cálculos. E há as ações da FRB e APVAR que solicitam o cancelamento da falência pois não obedeceu a regras
legais.
Então, eu concluo que muita
água vai passar por baixo dessa ponte antes de vermos a cor do dinheiro, se chegarmos
a ver.
O juiz Ayoub é que vai decidir?
Não sei, acho que não, o
circuito é outro, me parece. Mas se voltar para o Ayoub, não vai ser
interessante para nós. Não tem a minha confiança.
Na verdade, amigo, se não
houver espírito de justiça, o próprio governo, enquanto Fisco, e outros
credores mais “rápidos”, vão colocar a mão na indenização antes dos empregados
e aposentados da Varig, isso não foi dito por mim, mas por alguém que conhece…
Mas o Aerus não tem alguma prioridade, haja vista ter recebido como
caução real o resultado dessa ação?
Quanto ao Aerus não sei. Não
sei se a Varig poderia escolher o Aerus como sua preferida em pagar suas
dívidas depois de falida.
O que aconteceu à TGV?
A TGV hibernou. Agora, hoje,
com o resultado da ação as três associações iam se reunir para analisar o
momento.
E o SNA na atualidade, hein?
O SNA, me informaram, que
assumiu um comandante da Gol e que estaria havendo uma moralização.
Só não entendo é como os
funcionários e aposentados da Varig continuam tendo que ouvir uma comissária da
extinta Vasp. Não tem feeling, não
merece a nossa confiança e é ligada ao PT e à turma que nos arruinou. Não tenho
porque confiar nela, até porque já nos traiu uma vez.
E sobre o último presidente da Empresa, Marcelo Bottini, qual a lembrança?
Achei estranho a postura dele.
Assim que a Varig foi doada ao Lap Chan foi para Miami e adquiriu uma grande e
valiosa franquia.
Como está o Brasil?

As urnas são vulneráveis. O
fabricante nos Estados Unidos foi multado em 118 mil dólares por fabricar urnas
facilmente fraudáveis e ninguém fala nada no Brasil.
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Jonathas Filho
ResponderExcluirKirido Nelson Cirtoli, um bom tempo faz de todas essas recordações. Agora beiro os 69 anos, sem pilhérias é claro mas, quero deixar os meus parabéns à você que começou à trabalhar desde guri, igual a mim... com a responsabilidade de um homem já barbado. Ao ver tantas pessoas, principalmente homens que não fazem "porra" nenhuma e ainda se queixam da vida, vou levantar não só a aba do meu chapéu mas , todo ele. Esse nosso país não vai para frente porque temos "preguiça" de ser machos e irmos ambiciosamente à caça de melhores dias e combater... sim, combater àqueles que além de preguiçosos, aplicam a Lei de Gérson para se locupletar e se aproveitar dessa imensa massa ignorante chamada de brazucas, que se alimentam de circo pois pelo pão, preferem morrer à míngua do que amassar a massa nas escuras manhãs laborais, ficando na espera de mais uma bolsa que lhes será enviada, tornando-os cada vez mais indigentes e indignos pois não lutam por qualidade de vida. Parabéns prá vc, meu caro lutador e um forte abraço!!! Jonathas Filho
O companheiro (na real concepção da palavra, não esta implantada pelo PT) Cirtoli sempre foi o mais politizado dentre os seus pares. Ele foi o principal responsavel pela adesão da AMVVAR na luta que a co-irmã APVAR estava travando para salvar a Varig dos desmandos da FRB. Graças ao seu esclarecimento, conhecimento politico a AMVVAR entrou no lado correto desta luta. Sua perseverança e esforço em Assembleias e reuniões despertou colegas adormecidos/acomodados que vieram a aderir fortemente na batalha. Os aeronautas da Pioneira e principalmente os M/Vs devem muito do forte nome politico que a AMVVAR CONQUISTOU a este lutador. Desejo saude e vida longa a este amigo Dr. Nelson Cirtoli - Ass. M/V Oscar Burgel - TGV e Conselheiro AMVVAR
ResponderExcluirCirtoli:
ResponderExcluirNesse imbróglio político(Varig x SNA) muito oportunismo e muitos interesses escusos.
Interesse próprio então nem se fala. As vezes me sinto um idiota por não ter entendido
que muitas vezes fui usado como "massa de manobra". Quando passar por Arroio do Sal
dou uma paradinha para te dar um abraço. Vitão
Dr. Nelson Cirtoli: Quero dizer que sinto muitas saudades da época que voamos juntos, e eu sou testemunha do grande caráter altruísta que tens, até mesmo depois que te atraiçoaram no SNA, eu falei que ia sair também, me dissestes para ficar, porque se saíssem todas as boas pessoas, o SNA só teria maus para nos representar.
ResponderExcluirUm abração do Weiss.
Rico ri à toa
ResponderExcluirPrezado Cirtoli.
ResponderExcluirParabens por tua história de vida, que com certeza foi a base para a formação do teu bom caráter.
Apóio totalmente o que falas sobre o atual SNA .
Abraço com admiração.