terça-feira, 15 de abril de 2014

Dono de padaria afugenta ladrões com tiros

Leo Daniele

Quatro bandidos começaram a assaltar uma padaria em Cascavel (PR), localizada na Rua Pedro Baú, no dia 3 de janeiro deste ano.
“Começaram”, dizia eu. Estavam com duas motocicletas. Um portava uma espingarda calibre 12 e o outro fez gestos de que estaria com uma arma na cintura. Nesse exato momento, chegou de surpresa o dono da padaria — que tinha porte de arma — e começou a atirar. Os bandidos fugiram. Um deles abandonou a motocicleta, com placa de que já tinha queixa de furto na delegacia de Três Barras do Paraná.

Os assaltantes que estavam na outra motocicleta seguiram em direção ao Jardim Colina Verde. Um boletim de ocorrência foi registrado. Essa foi a sexta vez que o estabelecimento foi assaltado.

Um exemplo pequeno, mas real da eficácia da iniciativa particular em termos de legítima defesa. Fora com o desarmamento generalizado e irrefletido! Tão belamente derrotado no plebiscito anos atrás!

Existe um princípio da sociologia católica pelo qual cada homem deve fazer por si tudo quanto ele pode fazer e deve procurar bastar-se a si próprio. Princípio que representa o contrário do Estado-moloch, omnisciente, omnipresente e onipotente, que quer saber tudo, controlar tudo e, obviamente, taxar tudo. Princípio que o Papa Pio XI consagrou na Encíclica Quadragesimo Anno e que foi incorporado à Doutrina Social católica. É o princípio de subsidiariedade, pelo qual o Estado só deve entrar quando se torna indispensável.

Um interessante exemplo atual de aplicação deste princípio vamos encontrar hoje na existência e no crescimento do fenômeno home school  (escola no lar) nos Estados Unidos, pois no que as famílias podem fazer por si mesmas em matéria de educação, o Estado não deve interferir. É a ideia que está subjacente a esse fenômeno: as próprias famílias promovem a educação de suas crianças, no próprio lar. (*)

Há muitas famílias que desejariam o mesmo para o Brasil. Fazem provas em sua própria casa com gabaritos estatais, e tiram sempre melhores notas que os que estudam em estabelecimentos do Estado.

Conta-se que São Luís, rei de França, incomodado com o ruído proveniente de uma propriedade ao lado de seu castelo, em vez dar uma ordem para cessar o distúrbio, pediu ao suserano, ou seja, ao superior do proprietário faltoso, que o fizesse. E ele era o rei de França! Mas não queria passar por cima de uma autoridade intermediária. Veja-se nesse pequeno exemplo a realeza se colocando de acordo com o mencionado princípio, e não interferindo a não ser em caso de necessidade.

Há situações em que o homem sozinho não se basta a si próprio. Neste caso, ele deve ser auxiliado pela família. Ou seja, a família dá a ele aquilo que ele não pode conseguir por si próprio. Com a família, dá-se o mesmo. Ela deve procurar bastar-se a si própria, mas a partir de certa medida deve receber assistência de fora.

No socialismo, como se passariam as coisas? O governo dirigiria tudo. Todos ficariam dependentes do governo para tudo. Ora, pela doutrina católica, tanto quanto possível cada um fica livre, e tanto quanto necessário, cada um fica obediente. Qual essa medida do possível e do necessário? A experiência o indica.

Por este sapientíssimo princípio, não há, nem falsa liberdade, nem socialismo.
Voltando ao caso da padaria de Cascavel, termino com um ditado: “TUDO É BOM PARA A DEFESA, EXCETO A COVARDIA”!
Título, Imagem e Texto: Leo Daniele, ABIM, 15-04-2014

(*) Ler a respeito de Patricia Lines, do U. S. Department of Education, Home Instruction, The Size and Growth of the Movement.

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