Valter Luiz Fernandes Ricardo
O senador Paulo Paim (PT-RS)
em encontro com o ex-presidente Lula, dia 23 de março, em São Paulo, disse que
deixaria o PT caso não sejam revistas as MPs 664 e 665, que subtraem direitos
dos trabalhadores em prol do ajuste fiscal que está sendo estabelecido pelo
governo federal.
Em entrevista ao jornal Zero Hora afirmou que não vota contra
trabalhador e aposentado.
Sinceramente, se realmente ele
condicionou a sua permanência no PT a esta sua reivindicação, não deixa de ser
uma atitude elogiável do senador. Entretanto, fica aqui uma pergunta: “Se ele
não vota contra trabalhador e aposentado, por que já não exerceu esta pressão
junto a seu partido há muito mais tempo? Sim, porque estas situações de
injustiças contra estas duas categorias acontecem, no mínimo, desde o governo
de FHC, aprofundadas radicalmente no período do governo PT e, porque só agora
após as manifestações de 15 de março, o senador resolveu apertar o cerco a seu
partido?
Se tivesse, lá atrás, quando o
Lula era presidente, agido desta forma quanto às PLS 3299/08 (extinção do Fator
Previdenciário), 4434/08 (recuperação das perdas dos inativos?) e a PL 01/07 (mesmo
reajuste do salário mínimo para as aposentadorias e pensões acima de um salário
mínimo), todas de sua própria autoria, as quais chegariam, se fossem atendidas
pelo governo, a corrigir as injustiças aos trabalhadores, aposentados e
pensionistas.
Tenho claras dúvidas sobre
este procedimento somente agora. Pois uma vez debeladas certas medidas do
passado, prejudiciais às categorias citadas, com certeza, todos os previdentes
nelas inseridos estariam em melhores situações econômicas. E o senhor senador
poderia continuar sua jornada em defesa destes previdentes, como está
pretendendo realizar agora em relação às MPs 664 e 665, que atingem em cheio os
trabalhadores, sem a problemática e constrangedora decisão que diz tomar quanto
às mesmas, se não forem aceitas as suas emendas.
Creio ser mais uma atitude do
senador, mesmo que venha se desvincular do PT, para conservar seu status de bom
político, aquele que luta pelas classes menos favorecida, pois assim pode não
perder seus fiéis eleitores e, desta forma, continuar sendo eleito senador.
É o que penso, até me provarem
o contrário.
Texto: Valter Luiz Fernandes Ricardo, 24-3-2015
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