sexta-feira, 8 de maio de 2015

Privatização da TAP: há quatro anos sim, agora não...por quê?

Tavares Moreira
Do “Memo of Understanding” celebrado em Maio de 2011 entre o Governo português da altura (do PS, corrijam-me se estou errado) e a Troika, consta o seguinte em relação à privatização da TAP…

…”The Government will accelerate its privatization program. The existing plan, elaborated through 2013, covers transport (ANA, TAP…)” e, ainda…

…”The Government commits to go even further, by pursuing a rapid full divestment of public shares in EDP and REN…as well as of TAP, by the end of 2011”…

O final de 2011 passou, passaram mais 3 anos, a privatização da TAP continua em “banho-maria”, e agora os responsáveis do mesmo PS (será?) que rubricou aquele MEMO vêm colocar em causa a privatização da TAP, admitindo apenas uma solução de venda de 49% do capital o que, para além de se afigurar uma hipótese onírica, não significa privatizar (a Empresa continuaria sob o controlo do Estado)…

Não sou dos que entendem que, nesta como noutras matérias de discussão pública, é vedado mudar de opinião…entendo que a mudança de opinião, existindo alteração relevante de circunstâncias, poderá ser não apenas justificada como até salutar.

Todavia, no caso vertente, se admitirmos que em 2011 havia razões para a privatização da TAP, a evolução da Empresa desde então até agora parece só ter reforçado essas razões: (i) a fragilidade económica e financeira agudizou-se consideravelmente, (ii) o Estado está impossibilitado de prestar mais ajudas (nem os contribuintes merecem tal ofensa), (iii) a Empresa está mais do que nunca refém de interesses corporativos ilegítimos que ameaçam a sua sobrevivência, como a actual greve de pilotos claramente ilustra, etc.

Neste contexto, não consigo perceber, de todo, a causa desta mudança de opinião: será uma questão de oportunismo político? Será apenas por debilidade volitiva? Confesso desconhecer as determinantes de tal mudança, mas suspeito que com posições políticas deste tipo não vamos longe…
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 8-5-2015

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