terça-feira, 25 de julho de 2017

[Para que servem as borboletas?] Os governos Dilma e Temer, em que se diferenciam?

Valdemar Habitzreuter

Dilma foi impichada. Temer ainda resiste de ser destronado, talvez consiga cumprir seu mandato até ao final. Os “coxinha”, na época, foram para as ruas exigindo o impeachment de Dilma, enquanto os “mortadela” vociferavam que isto é golpe.

Em todos os casos,  Dilma caiu e Temer assumiu. No governo de Dilma – aliás, isso não foi governo –, a economia desandava a passos largos e jogou o país numa das maiores recessões da História. Temer, aos poucos, em seu breve governo até agora, está conseguindo recuperar a economia e o país começa um movimento de saída da crise.

Aí, talvez esteja a diferença entre os dois: Dilma era uma múmia e não conseguia dialogar com o Congresso para governar. Temer é um astucioso interlocutor e sabe conquistar aliados. Ambos usaram de emendas constitucionais para a compra de votos de parlamentares para se sustentar no poder. Mesmo assim, Dilma não conseguiu evitar sua saída, e Temer é capaz de se safar. No fim das contas, o que derruba um governante é a economia. Se esta desanda e o governo não tem meios e direcionamento político para alavancá-la, aí o bicho pega e o povo começa a se incomodar.

Dilma, no seu último mandato, em que as mentiras de seu primeiro mandato vieram à tona, teve índices de popularidade pífios, assim como Temer agora também. Tanto a Dilma como a Temer imputa-se ilícitos de corrupção e crimes de lesa-pátria, o que é abominável a um governante e não deveria ocupar o cargo de presidente.

O que há de inusitado é que no caso de Dilma o povo em massa foi para as ruas exigindo sua saída; no caso de Temer há uma ausência desse movimento nas ruas. Por que será? Ao meu ver há uma vontade popular velada para que Temer permaneça na presidência, uma vez que a economia começa a dar sinais de recuperação e a incógnita do que poderia acontecer com um eventual novo personagem na presidência até o final de 2018. Quer dizer, o corrupto Temer pode continuar na presidência... Isso não denota que a população é conivente com a corrupção? O bordão “rouba, mas faz” de Ademar de Barros ainda está no subconsciente coletivo.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 25-7-2017

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