Valdemar Habitzreuter
Dilma foi impichada. Temer
ainda resiste de ser destronado, talvez consiga cumprir seu mandato até ao
final. Os “coxinha”, na época, foram para as ruas exigindo o impeachment de
Dilma, enquanto os “mortadela” vociferavam que isto é golpe.
Em todos os casos, Dilma caiu e Temer assumiu. No governo de
Dilma – aliás, isso não foi governo –, a economia desandava a passos largos e
jogou o país numa das maiores recessões da História. Temer, aos poucos, em seu
breve governo até agora, está conseguindo recuperar a economia e o país começa
um movimento de saída da crise.
Aí, talvez esteja a diferença
entre os dois: Dilma era uma múmia e não conseguia dialogar com o Congresso
para governar. Temer é um astucioso interlocutor e sabe conquistar aliados.
Ambos usaram de emendas constitucionais para a compra de votos de parlamentares
para se sustentar no poder. Mesmo assim, Dilma não conseguiu evitar sua saída,
e Temer é capaz de se safar. No fim das contas, o que derruba um governante é a
economia. Se esta desanda e o governo não tem meios e direcionamento político
para alavancá-la, aí o bicho pega e o povo começa a se incomodar.
Dilma, no seu último mandato,
em que as mentiras de seu primeiro mandato vieram à tona, teve índices de
popularidade pífios, assim como Temer agora também. Tanto a Dilma como a Temer
imputa-se ilícitos de corrupção e crimes de lesa-pátria, o que é abominável a
um governante e não deveria ocupar o cargo de presidente.
O que há de inusitado é que no
caso de Dilma o povo em massa foi para as ruas exigindo sua saída; no caso de
Temer há uma ausência desse movimento nas ruas. Por que será? Ao meu ver há uma
vontade popular velada para que Temer permaneça na presidência, uma vez que a
economia começa a dar sinais de recuperação e a incógnita do que poderia
acontecer com um eventual novo personagem na presidência até o final de 2018.
Quer dizer, o corrupto Temer pode continuar na presidência... Isso não denota
que a população é conivente com a corrupção? O bordão “rouba, mas faz” de
Ademar de Barros ainda está no subconsciente coletivo.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 25-7-2017
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Tudo vai acabar em pizza.
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