Partidos falam em descaso do presidente em
ações contra a covid-19
Anderson Scardoelli
No que depender de cinco
partidos da esquerda, o presidente Jair Bolsonaro será objeto de uma nova
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). No fim da tarde desta
quinta-feira, 23, Cidadania, PDT, PSB, PV e Rede divulgaram nota conjunta. De acordo com o que defendem, a postura do chefe do Executivo
federal diante da pandemia da covid-19 precisa ser investigada.
O conteúdo contra Bolsonaro é
assinado pelos cinco presidentes nacionais dos partidos de esquerda. Para eles,
é preciso que o mandatário do país e o ministro interino da Saúde, Eduardo
Pazuello, expliquem os investimentos no combate ao novo coronavírus. Isso
porque na quarta-feira, 22, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou relatório indicando que o governo federal gastou, até
o momento, 29% do valor que deveria ser destinado à luta contra a pandemia.
🔴 Urgente! Diante da notícia de que o governo Bolsonaro não usou nem um terço do dinheiro autorizado para a Saúde no combate à pandemia, o PSB, o PDT, o PV, a Rede e o Cidadania acabam de pedir imediata instalação de uma CPMI para apurar esse descaso com a vida dos brasileiros.— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) July 23, 2020
As siglas de esquerda acusam o
presidente da República de ter “sabotado” ações contra a disseminação da
doença. As legendas não citam, no entanto, que decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) definiu que os trabalhos diretos contra a covid-19 deveriam ser
capitaneados por prefeitos e governadores. O quinteto de partidos também fala
em sobrecarga do sistema de saúde, apesar de hospitais de campanhas já terem
sido desativados em algumas localidades — como em São Paulo, conforme noticiou Oeste.
Cobrança ao
Legislativo
Unidas, as legendas cobram que
a CPMI contra Bolsonaro e Pazuello seja analisada pelos presidentes da Câmara e
do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente. Os partidos indicam
que a dupla responsável pelos trabalhos no Congresso Nacional deveria mudar de
postura. De forma direta, criticam o que chamam de “confortável posição de
diálogo” por parte do deputado e do senador.
“Têm de assumir o
papel que cabe ao poder político do país”
“Como presidentes das duas
Casas que representam os interesses legítimos da população e dos Estados, o
deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP)
precisam deixar de lado a confortável posição de diálogo estabelecido com o
governo. Têm de assumir o papel que cabe ao poder político do país e, ouvindo o
mais importante instrumento de fiscalização de atos do Executivo, uma CPMI,
chamar o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde às suas
responsabilidades”, diz trecho da nota do grupo de esquerda.
Até o momento, os presidentes
da República, do Senado e da Câmara não se pronunciaram a respeito da
movimentação liderada pelos cinco partidos.
Título e Texto: Anderson
Scardoelli, revista Oeste, 23-7-2020, 18h39
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