domingo, 17 de outubro de 2010

Eles não sabem (e não aceitam) perder

Leia a seguir as últimas postagens do blog de Roberto Jefferson:



O contra-ataque petista deflagrado para tentar estancar a queda contínua de Dilma nas pesquisas não deixa dúvidas: o Palácio do Planalto e o PT não vão aceitar perder para o PSDB, e a partir de agora, assistiremos a dias de intenso vale-tudo e uso desavergonhado da máquina pública. Todas as regras institucionais e de decoro público que ainda não foram quebradas, serão pisoteadas sem a menor cerimônia. Viveremos 14 dias de lama e imoralidades como nunca antes se viu na história do País.
O contra-ataque petista deflagrado para tentar estancar a queda contínua de Dilma nas pesquisas não deixa dúvidas: o Palácio do Planalto e o PT não vão aceitar perder para o PSDB, e a partir de agora, assistiremos a dias de intenso vale-tudo e uso desavergonhado da máquina pública. Todas as regras institucionais e de decoro público que ainda não foram quebradas, serão pisoteadas sem a menor cerimônia. Viveremos 14 dias de lama e imoralidades como nunca antes se viu na história do País.

Modelo testado, e reprovado
Lula disputou quatro eleições para finalmente tornar-se presidente. Nas três primeiras - contra Fernando Collor, e duas vezes contra Fernando Henrique -, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva usou um discurso agressivo, incendiário, de adversário das elites e defensor das massas miseráveis. Na última e vitoriosa tentativa, em 2002, contudo, seu marqueteiro, Duda Mendonça, sacou que aquele metalúrgico mal-humorado não ganhava eleição, e produziu o vitorioso "Lulinha paz e amor". Dois mandatos depois, Lula esqueceu a lição que aprendeu com o feiticeiro baiano, voltando a ser quem sempre foi. O discurso adotado por Dilma no 2º turno - "assertivo" para eles, agressivo para o resto - está fadado a repetir as derrotas de 1989, 1994, 1998.

MST invade campanha petista
E os bandoleiros do MST decidiram tornar o público o que todo mundo já sabia: que apoiam Dilma no segundo turno e irão às ruas para defender sua candidata. Não há qualquer novidade neste "anúncio" do MST. A questão é saber que tipo de iniciativa os sem terra farão para divulgar a candidatura: invasões de prédios públicos? Destruição de laboratórios de pesquisa? Brigas e tiroteios com donos de fazendas? Tratoragem em laranjais? Com aliados assim ninguém precisa de inimigos.

No limite da irresponsabilidade
Além de tudo que já aprontou nos últimos tempos para eleger sua candidata, o presidente Lula deu um exemplo, nesta sexta-feira, de até onde está disposto a ir para impedir a vitória de Serra. De acordo com O Globo deste sábado, o presidente despistou imprensa e turistas que estavam na frente do Palácio do Alvorada ao sair em um carro com chapa fria para o estúdio em que o PT grava o programa de Dilma, em pleno horário de trabalho, além de ter deixado hasteada a bandeira que indica sua presença na residência oficial. Lula sabe que a Justiça Eleitoral não lhe incomodará nas próximas duas semanas, e se sente livre para rasgar a Constituição e agir como bem lhe aprouver. Mas os livros de história não o perdoarão.

"É a lama, é a lama..."
Repelimos a investida da Folha contra Monica Serra assim como repudiamos, no ano passado, o artigo de Cesar Benjamin publicado no mesmo jornal, com estarrecedoras acusações contra Lula. Para quem não se lembra, Benjamin revelou que na época da ditadura, quando esteve preso ao lado do então líder sindical que depois viria se tornar presidente da República, havia um tal "menino do Mep" na cela de ambos, e que teria surgido entre Lula e o menino uma relação que ultrapassava a afinidade de ideologias e resvalava para a física. Algo assim como um ato de pedofilia ideológica. Mas, como afirmei, repudiamos quem, com os pés enfiados na lama, tenta enlamear todos à sua volta.

Baixaria sem limites
Assim como repudiamos aqui no blog, há algumas semanas, um boato que se perpetuava na internet contra Dilma Rousseff e que nada mais representava do que pura e simples baixaria, agora causa o mesmo repúdio a matéria da "Folha" deste sábado, assinada pela jornalista Monica Bergamo. A reportagem traz revelações de uma eleitora de Dilma que afirma ter ouvido de Monica Serra, esposa do candidato tucano, que ela teria feito um aborto na época da ditadura. A baixaria nesta campanha não tem limites. Até 31 de outubro, melhor tirar as crianças da sala. Pelo visto, até os adultos também terão que desligar os aparelhos de TV.

Ódio emagrece e faz encolher
A maior comprovação de que o figurino do "ódio e guerra" no lugar do "paz e amor" mais afasta do que agrega os eleitores está nos números. Em 2002, o "Lulinha paz e amor" recebeu 52.793.364 votos, ou 61% dos válidos. Em 2006, já não tão paz e amor assim, Lula foi eleito com 58.295.042, ou 60% dos válidos. A se considerar uma média das últimas quatro pesquisas divulgadas neste segundo turno, a candidata que substitui Lula nas urnas, Dilma Rousseff, teria no momento cerca de 52 milhões de votos, menos do que seu padrinho recebeu em 2002, quando o eleitorado brasileiro era 20% menor. Os números mostram que o ódio e o rancor estão diminuindo o status de Lula, mesmo com o propagado recorde de popularidade, e provam também que ele, em 2010, parece já ter esgotado sua capacidade de transferir votos.

Profeta do caos e do rancor
Depois de ter passado um tempo submerso e prostrado em um mar de frustração por conta da ida de sua candidata ao segundo turno, o presidente Lula resolveu assumir ele próprio as rédeas da campanha, e está instigando cada vez mais sua pupila a ser como ele próprio: agressivo, achincalhador, maniqueísta, mistificador, um profeta do caos. O presidente achou que o programa de Dilma perdia para o de Serra em "emoção", e o que ele impôs? Primeiro, a sua própria participação diária. Depois, que se aumentasse o tempo voltado para a desconstrução do adversário, com o batido tema das privatizações e a falácia sobre a venda da Petrobras. Como venho dizendo, Lula plantou o ódio em sua candidata, e quer que Dilma se transforme, na reta final, em um pitbull que rosne e mostre os dentes a quem deseja apeá-los do poder. "Lulinha mesquinhez e rancor" está com tudo e está prosa.

Bolsa-oportunista
A alta correlação existente entre o maior recebimento do benefício do Bolsa Família com a votação na candidata Dilma Rousseff certamente explica o motivo pelo qual o presidente Lula desistiu de levar à frente sua proposta de Consolidação das Leis Sociais. Quando este projeto foi anunciado por Lula, no ano passado, a intenção era tornar obrigatório o investimento federal no programa. Depois pensaram melhor e viram que se ninguém pudesse mais extinguir o Bolsa Família, esta acusação que o PT atualmente faz a Serra (de que acabará com o programa) não poderia ser usada à farta na campanha, como vem acontecendo. Esse Lula pensa longe...

O voto está na bolsa 
Matéria de "O Globo" compara a votação de Dilma e Serra nos estados que mais recebem Bolsa Família, e comprova que o programa alimentou milhões de votos na candidata de Lula. Ela venceu em todos os estados mais beneficiados pela concessão de bolsas, como Maranhão, Piauí e Alagoas. Nos dois estados que menos recebem Bolsa Família - São Paulo e Santa Catarina - o tucano ganhou com boa margem. O Globo revela que o peso da bolsa faz a balança pender para Dilma. E é nesse eleitor que o PT se agarra para manter sua pequena vantagem nas pesquisas. 

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