quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Portugal: quem paga a crise e quem dela se beneficia?


Dinis Evangelista
Tenho-me questionado sobre se valerá a pena continuarmos a acreditar na classe política que nos tem governado, uma vez que eles prometem tudo e mais alguma coisa nas campanhas eleitorais, e, uma vez eleitos, fazem precisamente o contrário; ou seja, em vez de darem aquilo que prometeram, tiram aquilo que sempre afirmaram que jamais tirariam.
As notícias trazidas a público na comunicação social dos últimos dias são terríveis, e vão agravar a vida de todos nós, em particular a partir do próximo ano, em que não só irão diminuir os salários e as reformas, com irão sobretudo sobrecarregar de impostos os bens de
primeira necessidade, passando alguns a ser taxados a 23%, quando agora são a 6%.
Espera-nos um ano terrível, talvez o pior de todos os tempos para a maioria de nós, e parece-me que as reacções por parte de organismos que têm o dever de reagir, estão quase calados. Falo das centrais sindicais, que marcaram manifestações a uma distância tal, que, quando
estas vierem a ocorrer, há uma parte da população que já desiludiu e perdeu a esperança, e dificilmente será mobilizável.
Por outro lado, temos a incoerência do PSD, que afirmou não votar a favor de um orçamento de estado que agrave mais a vida dos portugueses, mas - tudo indica - vai abster-se, que é a mesma coisa: ou seja, se votar a favor, o orçamento é aprovado; se optar pela abstenção, o orçamento é aprovado do mesmo modo.
Assim, temos uma abstenção que vale tanto como um voto a favor, e quem sofre são os portugueses.
Para concluir, deixo esta nota: os portugueses que mais vão sofrer e contribuir para a resolução desta crise, não são aqueles que retiraram proveitos da situação em que estamos mergulhados. No meio de tudo isto houve pessoas que engordaram o seu património, transferiram dinheiros para paraísos fiscais, livres de impostos, mas curiosamente não são
abrangidas pelas medidas tomadas para sairmos da crise.
Porquê? Cada um que retire as suas conclusões.
Dinis Evangelista

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