quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os primeiros dez dias

Peter Wilm Rosenfeld
Dilma Rousseff, foto: AD
Dez dias na Presidência são muito ou pouco tempo para se formar uma opinião?
Penso que são suficientes para se ter uma idéia de como deverão ser os restantes três anos, onze meses e vinte dias de mandato!
Alguns atos já me deixaram muito preocupados, principalmente os que estão acontecendo na Secretaria de Direitos Humanos, considerando que a Ministra Maria do Rosário, do PT, é das figuras mais radicais do Partido.
O simples termo Comissão da Verdade me dá engulhos! Isso porque é mais do que sabido que não se procurará a “verdade verdadeira”, mas sim, aquela que seja conveniente às esquerdas.
Basta constatar que essa Comissão não se preocupará em buscar toda a verdade, mas sim, e tão somente, o que lhe convier. Como exemplo, pergunto: um Lamarca será condenado, ainda que postumamente? Um Franklin Martins, que seqüestrou autoridades, será condenado?

Claro que não, pois lutavam para ter a liberdade de instituir no Brasil um regime comunista, à la Fidel Castro.
Além disso, a Ministra já declarou que pretende se empenhar para que entre em vigor o malfadado PNDH-3, tão execrado por todas as pessoas de bem quando editado. Só isso já bastaria para ter uma idéia de como atuará esse Ministério.
Também não gostei de ver o Ministro da Defesa oferecendo ao ex-presidente (que naturalmente aceitou de bom grado, levando a família, incluindo cachorro e papagaio), para passar uns tantos dias em uma base militar. Mais, e muito mais sério, oferecendo ao ex-guerrilheiro José Genoino, membro do grupo de Ali Babá e os 40 ladrões(de acordo com o que constatou o então Procurador Geral da República) um cargo no Ministério.
Em minha percepção, isso equivale a “cutucar a onça com vara”, só que no caso a vara não era tão curta; penso que o ínclito Sr. Jobim, que se notabilizou por escamotear para dentro da Constituição Federal algo que não foi submetido aos parlamentares e por “sentar” durante sete anos sobre processos de que era relator quando Ministro do Supremo Tribunal Federal, queria testar a reação dos militares. Que, ao que eu saiba, aceitaram essas provocações sem qualquer constrangimento! Muito triste!
Também não gostei de entrevista concedida pelo Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota supostamente à revista Veja (recebi o teor da suposta entrevista por correio eletrônico), em que afirma que a política externa do Brasil continuará a ser a mesma que a  praticada nos oito anos anteriores e que, a meu ver e já externei isso antes, foi vergonhosa para o Brasil.
O mesmo devo dizer com respeito à reação do Gal. José Elito Carvalho Siqueira, da Segurança Institucional à advertência que sofreu por declarações absolutamente pertinentes que fez. Deveria ter pedido demissão na hora, ao invés de calar como calou.
Penso ser calamitoso que a Presidente tenha nomeado o ex-Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para ocupar o mesmo cargo no novo Ministério. As estradas federais brasileiras, com muito raras exceções, estão em estado deplorável. O Sr Nascimento teve tempo suficiente, no governo anterior, para fazer algo. Se fez, o algo evaporou... E agora repetirá seu desempenho à frente do Ministério?
Também lamentável que o Senador Sarney continue a controlar o setor de energia no Brasil. Seu preposto Edison Lobão foi reconduzido ao Ministério de Minas e Energia.
O novo Ministro da Previdência, Garibaldi Alves, pelo memos teve a honestidade de dizer que nada entende do assunto (sua previdência é a do Congresso Nacional, que é algo de mãe para filho...). Mas foi nomeado! Coitados, aposentados!
Infelizes de nossos peixes com a nova Ministra, Ideli Salvatti. Que bela compensação recebeu a nova Ministra, que ficou sem mandato ao ser derrotada em sua postulação de governar o Estado de Santa Catarina!
Enfim, para não me tornar enfadonho, deixarei de comentar outras lamentáveis nomeações para o Ministério da Sra. Rousseff.
Tendo a fama de ser uma excelente executiva, deve saber que ter 37 (trinta e sete) subordinados diretos é algo inexeqüível para qualquer administrador, por melhor que seja.
Ainda mais sabendo-se que a Presidência da República não se limita a despachar com seus subordinados. Há dezenas de outras obrigações que têm que ser atendidas.
Para alguém como o Sr. da Silva, isso não tinha a menor importância, pois só se interessava pelas benesses proporcionadas pelo cargo (e tinha uma administradora – a Sra. Rousseff para cuidar da retaguarda).
 Pelo que sei, a Sra. Rousseff não é de delegar muito. Veremos como se desempenha como Presidente!
Sobre a farra dos passaportes me manifestarei em próxima oportunidade!
Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre (RS), 12 de janeiro de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-