sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Início do ano 2013

Peter Wilm Rosenfeld
 
Como já é hábito no Brasil há décadas o ano só começa realmente na semana após o carnaval.
Ou seja, 2013 iniciar-se-á de fato na próxima semana.
Isso não quer dizer que nada aconteceu até agora; muito antes ao contrário, especialmente para nós, gaúchos, e particularmente para os moradores em Santa Maria, que foram traumatizados com o bárbaro incêndio em uma boate, causando a morte de, por enquanto, quase 240 pessoas, a maioria estudantes da Universidade Federal da cidade. Já me referi a essa tragédia em meu artigo de 30 de janeiro.
Mas, como não poderia deixar de ser, uma grande parcela dos gaúchos manteve seu hábito costumeiro, de “veranear” em uma das praias ou em uma das cidades da serra gaúcha. Destinos diametralmente opostos.
Passando a cidade de Torres, que faz fronteira com Santa Catarina e onde se encontram os últimos “acidentes” geográficos, o restante da orla é uma praia contínua até o Chuí, na fronteira do Brasil com o Uruguai.
Atualmente há incontáveis cidades e vilarejos em toda essa imensidão de quilômetros ao longo do mar.
Algumas nem merecem o grau de “cidade”; são ajuntamentos humanos com poucos habitantes, ainda bastante rústicos, em que os moradores realmente “descansam”; outras têm programação de shows musicais todos os fins-de-semana, casas e apartamentos de primeiríssima qualidade e tudo mais que se possa desejar.
Falando de minha experiência, conheci Torres em 1940; era pequena cidade, ainda bastante primitiva.
Comecei a frequentar (veranear, como dizemos) em 1950, no chalé de meu cunhado; em 1972 mandei construir minha própria casa, que mantive até 1999, vendendo-a então.
Em 1940, não havia nenhum edifício residencial ou comercial na “cidade”. A partir dos anos 50, começaram a ser erguidos com dois, máximo 4 andares de apartamentos residenciais.
Atualmente é um paliteiro, uma selva de pedras, com edifícios de 18/20 andares, 2 a 4 apartamentos por andar.
Acabou-se o encanto! As ruas não foram alargadas, os prédios (ou muitos deles, dos mais antigos) não têm vagas de garagem compatíveis com a quantidade de carros, já ficou difícil de conseguir vagas (espaço para pessoas) na praia, enfim, está surgindo o inferno!
Mas, como nossa população não para de crescer (a um ritmo acelerado) e como a maioria de nossas gentes gosta dos chamados “agitos”, as comunidades já existentes continuam crescendo e, ao mesmo tempo, novos pedaços de praia vão sendo povoados.
Estamos no ponto em que, nos finais de semana e nos feriados mais longos, as cidades grandes ficam virtualmente desertas e as da orla ficam impossíveis.
Claro que há cidades que sempre têm muita gente. Talvez o melhor exemplo seja o Rio de Janeiro.
Nos finais de semana, para compensar o enorme êxodo de cariocas para suas belas praias/cidades como Angra dos Reis, Parati e tantas outras ao Sul, Búzios, Cabo Frio, S. Pedro da Aldeia e outras ao Norte, Petrópolis, Teresópolis e outras na serra, a cidade do Rio de Janeiro se enche de turistas vindos de todo o Brasil e do exterior.
A bela canção de exaltação a Nova Iorque é perfeitamente aplicável ao Rio de Janeiro, talvez até com mais propriedade, porque o Rio tem as belas montanhas a seu redor, que Nova Iorque não tem...
Ah, e para terminar, o Rio de Janeiro, além de tudo, tem seu carnaval (que muitas capitais de estados brasileiros também estão promovendo!)
Pois é. Por isso tudo, é que o ano de 2013 começará de verdade na próxima 2ª feira.
Não fossem: o acidente de Santa Maria, trágico e triste; a eleição dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, uma vergonha que teremos que carregar por pelo menos dois anos, certamente teríamos um 2013 melhor do que teremos!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 14 de fevereiro de 2013

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