domingo, 17 de março de 2013

A ameaça fascista + comentário de Otacílio

Rodrigo Constantino
Os liberais defensores do livre mercado são comumente chamados de “reacionários” ou de “fascistas” pela esquerda. O que nem todos sabem é que o fascismo sempre foi um casamento entre nacionalistas, sindicatos e grandes empresários, em uma simbiose totalmente antiliberal.
Para Robert Paxton, em “A anatomia do fascismo”, o programa fascista era “uma curiosa mistura de patriotismo de veteranos e de experimento social radical, uma espécie de “nacional-socialismo’”.
Donald Sassoon, em “Mussolini e a ascensão do fascismo”, mostra como o clientelismo, a mentalidade antiparlamentar presente na tradição socialista italiana, e um dos mais altos índices de sindicalização da Europa ajudaram a levar os fascistas ao poder.
O próprio Mussolini foi socialista, gostava de se identificar como “homem do povo” e se dizia um defensor da classe operária. Sua visão era extremamente coletivista, bem sintetizada na máxima: "Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado." Não existe nada menos liberal que isso!


Se há um “liberalismo” que realmente se assemelha ao fascismo, este é o dos “progressistas” modernos que usurparam o termo para pregar bandeiras estatizantes e coletivistas, como demonstra Johah Goldberg em “Fascismo de esquerda”. Mas este não guarda nenhuma relação com o liberalismo clássico, defensor do livre mercado e do indivíduo como um fim em si mesmo.
O capitalismo liberal defende a propriedade privada, a liberdade individual e a livre concorrência, inclusive universal (globalização). Se, por um lado, esse modelo é o melhor para a grande maioria dispersa, por outro ele gera desconforto em certos grupos organizados. Ninguém gosta de concorrência, ainda que ela seja essencial para o progresso.
É assim que algumas categorias se unem e, apesar de minoritárias, conseguem fazer um forte lobby para obter privilégios estatais. Suas vantagens são concentradas, e os custos são espalhados por toda a sociedade. Grandes empresários e sindicatos se juntam em busca de medidas que obstruem a livre concorrência, e tudo isso em nome dos “interesses nacionais”.
Tivemos recentemente um claro exemplo disso na questão dos portos. Qualquer um sabe que nossa infraestrutura é caótica, e impõe um pesado custo ao país em termos de competitividade. Mas, quando reformas tímidas para modernizar um pouco os portos foram propostas, a reação foi imediata. Modernizar os portos implica mais concorrência, e isso os sindicatos e os capitães da indústria nacional não aceitam.
Toda a retórica nacionalista serve somente para ocultar essa agenda de interesses que, no fundo, prejudica a população brasileira. Nossos portos, assim como estradas e aeroportos, estão em estado precário porque faltam investimentos e porque a gestão estatal é sempre terrível. Mas mexer nisso é comprar briga com as forças reacionárias.
O ideal, do ponto de vista liberal, seria privatizar de uma vez portos, estradas, ferrovias, bancos públicos, a Infraero e a Petrobras. A Companhia Docas do RJ, por exemplo, dá prejuízo acima de R$ 100 milhões por ano! Os escândalos de corrupção são frequentes. A reserva de mercado garante privilégios absurdos aos sindicatos. Os produtos chegam aos consumidores a preços maiores. A quem interessa isso tudo?
A Petrobras está em evidência também, pois o governo está destruindo a olhos nus a maior empresa brasileira. Seu uso político para fins partidários já fez com que dezenas de bilhões de reais evaporassem em seu valor de mercado. O país ainda precisa importar gasolina, e faltam recursos para os investimentos necessários. Quem ganha com isso?
Mas quando um liberal aponta esses fatos e apresenta seus argumentos em defesa das privatizações, ele é logo tachado de “reacionário” ou “fascista” pelos esquerdistas. Quem é reacionário: aquele que deseja modernizar a economia com mais concorrência ou aquele que luta pelo passado mercantilista? Quem é fascista: aquele que combate a nefasta aliança entre sindicatos e grandes empresários ou aquele que pede mais privilégios em nome do nacionalismo?
Um dos aspectos que facilitaram a ascensão fascista na Itália foi a total descrença na democracia, no Parlamento corrupto, envolto em escândalos de compra de votos dos deputados. Outro fator foi a inexistência de uma oposição organizada. Soa familiar?
Todo cuidado é pouco. O fascismo é uma ameaça real, como podemos ver na Venezuela e na Argentina. Antídotos contra ele são justamente a privatização e a concomitante redução do intervencionismo estatal na economia.
Rodrigo Constantino, 19-02-2013

Ai está a questão. Os esquerdistas costumam tachar os contrários daquilo que eles são: fascistas. O Brasil pode ser tudo, menos uma democracia. Até porque implantar uma democracia no Brasil seria colocar argola de ouro em focinho de porco. O regime instalado no Brasil desde que o PT assumiu o poder nada mais é que um facismo disfarçado de democracia. Não é totalmente um regime fascista porque algumas coisas, como o controle da imprensa, eles ainda não conseguiram. Mas aos poucos o governo petista vai assumindo suas conotações fascistas.
Quem observar atentamente vai perceber que depois da onda de democratização ocorrida nas décadas de 70 e 80 do século passado, afastados os riscos de intervenções militares na América Latina, os esquerdistas se aproveitaram da democracia e, utilizando-se da ignorância generalisada, foram tomando o poder em quase todos os países e implantando pacientemente suas ideias ultrapassadas e fracassadas, afastando-se cada vez mais das democracias modernas. O exemplo maior é a Venezuela, onde Hugo Chaves só não chegou a uma ditadura facista de fato porque a morte resolveu em parte o problema.
Na América do Sul apenas o Chile e a Colômbia escaparam das garras dos esquerdistas e do comando do Foro de São Paulo. E enquanto a América Latina não representar um perigo real para os Estados Unidos, este continuará lavando as mãos e fazendo seus negócios na região. Mas tudo isto ocorre porque não existe na América Latina lideranças claramente liberais e democráticas, uma vez que todos os que não são esquerdistas ainda assumem uma postura do velho mercantilismo econômico e da velha política coronelista/caudilhista.
Assim, restam na América Latina poquíssimas democracias que mereçam esta denominação. Na maioria, inclusive no Brasil, o que se vê é um sistema híbrido caminhando para o que desejam as esquerdas. O resultado disso é a estagnação econômica e o empobrecimento cada vez maior de suas populações, enquanto as classes ligadas ao governo – políticos, empresários, sindicatos – enriquecem a olhos vistos.
Mestres na propaganda e nas teorias gramscistas, eles sabem como ninguém distorcer a verdade. Quem andar pelos sertões do nordeste brasileiro ou pelos bolsões de miséria espalhados por todo o país, facilmente verá que a miséria ali continua igual ou pior do que a quarenta anos atrás. Nas grandes cidades as favelas não param de crescer. Entretanto, o governo brasileiro não se cansa de afirmar que em dez anos no poder retirou 25 milhões de pessoas da miséria elevando-os à condição de uma classe média C que foi inventada justamente para acomodar os que ganham em torno de três salários mínimos. Ora, que ganha três salários mínimos apenas saiu da condição de miserável para a de pobre e não pode ser considerado classe média.
Democracia não funciona em países assim porque o poder de eleger foi colocado justamente nas mãos de quem não possui nenhuma condição de escolher e votar conscientemente. Isto beneficia os esquerdistas e é disso que eles se aproveitam para se perpetuar no poder “até que o dinheiro dos outros acabe”, como bem definiu Margareth Tatcher o socialismo. Assim, o voto do esclarecido não vale nada, não elege ninguém.
Utilizando-se, concomitantemente, dos grupos que denominam de movimentos sociais – negros, MST, MSST, Vila Campesina, etc. e etc. e milhares de ONGs –, exercem uma pressão permanente que termina por amordaçar as instituições que não encontram mais espaço para exercer as funções para as quais foram criadas dentro de uma democracia e assim são facilmente cooptadas pelo poder central. Não é isto o que ocorre no Brasil com o Congresso Nacional e com o Poder Judiciário? O primeiro só serve para sacramentar as decisões do poder central e o segundo não consegue sequer colocar na cadeia uma dúzia de corruptos cujos crimes já transitaram em julgado.
O resultado disso tudo? Está ai para quem quiser ver: o atraso econômico, cultural e, o que é pior, moral. A corrupção e a impunidade hoje no Brasil são encaradas como naturais, coisas da política.
Até que o caos se estabeleça, nenhuma força será capaz de mudar tal quadro.
Otacílio Guimarães, 17-03-2013

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