1. A destituição do ex-presidente
Lugo pelo Congresso do Paraguai foi traduzida pela família bolivariana como um
golpe contra um grande líder popular. Nenhum tipo de constrangimento Lugo
sofreu. Movimentou-se com liberdade total. Deu quantas entrevistas quis à
imprensa. E finalmente se garantiu a ele o direito de se candidatar a Senador
agora em 2013.
2. A eleição de Senador no
Paraguai tem a mesma característica da de Presidente da República. Vota-se numa
lista onde só aparece o nome do cabeça da lista e seu número. E a base é todo o
país, exatamente como a de Presidente. O Presidente eleito, Horacio Cartes,
obteve uns 46% dos votos e a lista de sua Senadora, Lilian Samaniego, na cabeça
uns 35%.
3. O liberal Efraim Alegre
veio em segundo para Presidente com uns 37% dos votos e a lista de seu Senador,
Blas Llano, uns 25%.
4. Lugo puxou a chapa de
senador e fez uma dobradinha informal com um popular apresentador de TV para
presidente Mário Ferreiro, que teve todo o apoio da família bolivariana. A
chapa do senado com Lugo na cabeça obteve menos de 10% dos votos, Ferreiro 5% e
o candidato a presidente da Frente Guazu, de Lugo, obteve 3,5%. Com tudo
agregado o tamanho da família bolivariana não atingiu nem 10%.
5. Os Colorados voltam ao poder. São 40 anos com o interstício de Lugo. Seu candidato Horacio Cartes nunca votou (voto voluntário) e o fez pela primeira vez agora em 2013. Já esteve comprometido até a alma com contrabando de fumo/cigarro e problema de lavagem de dinheiro, que lhe valeu alguns meses de prisão.
5. Os Colorados voltam ao poder. São 40 anos com o interstício de Lugo. Seu candidato Horacio Cartes nunca votou (voto voluntário) e o fez pela primeira vez agora em 2013. Já esteve comprometido até a alma com contrabando de fumo/cigarro e problema de lavagem de dinheiro, que lhe valeu alguns meses de prisão.
6. Cartes – nas circunstâncias do fracasso da família bolivariana – passou a ser o candidato preferencial dos governos do Brasil e da Argentina. As portas para a normalização da situação do Paraguai -Mercosul... estão mais do que abertas: estão escancaradas.
* * *
Paraguai: um caso exemplar de voto útil
1. Desde quarta-feira que se
difundiu no Paraguai que a eleição estava milimetricamente empatada. A manchete
dos jornais de ontem, domingo da eleição, foi geral: cabeça a cabeça. Nas ruas
se ouvia aonde se chegava: está empatado, está indefinido, não se sabe quem
ganha.
2. Resultado: o voto útil mais à esquerda saiu de seus candidatos - Mário Ferreiro que tinha uns 12% ou mais, para 5% e Carrilho de 5% ou mais para 2% ou menos e migrou para Cartes.
2. Resultado: o voto útil mais à esquerda saiu de seus candidatos - Mário Ferreiro que tinha uns 12% ou mais, para 5% e Carrilho de 5% ou mais para 2% ou menos e migrou para Cartes.
3. A tática do PLRA – liberais
- de exaltar o empate imaginando que a sua curva ascendente só tenderia a
crescer com esta informação saiu pela culatra. Os votos úteis saíram dos demais
para Cartes para derrotar Efraim por margem folgada.
4. Sublinhe-se que a votação
projetada para Efraim, do PLRA, se confirmou nas urnas. A de Cartes é que
cresceu uns 12 pontos com o voto útil dos eleitores dos demais. Ou seja: se a
curva tivesse ocorrido em cima da eleição e se os demais candidatos
continuassem com a expectativa de ultrapassar os liberais, o resultado teria
sido aquele apertado que se previa. Para um lado ou para o outro.
5. Vivendo e aprendendo.
Título e Textos: Cesar Maia, 22-04-2013
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