Nada nos causa mais desalento
que o contato com tanta gente sem talento em busca de holofotes e, em muitos
casos, conseguindo a atenção da grande mídia, cada vez mais especializada na
promoção de produtos culturais desprovidos de qualquer valor relevante ou capaz
de contribuir, ainda que minimamente, para a construção de um mundo melhor.
Andamos preocupados com o
futuro da arte da palavra escrita, pois fazê-la valer é uma peripécia de
difícil materialização, uma verdadeira arte num mundo em que se conta mais
gente que se diz poeta que consumidores de poesia. É mais ou menos como
acontece no facebook, uma temerária terra de ninguém, onde todo navegante se
transforma em jornalista, por detrás do biombo invisível da comunicação
virtual.
São muitos os autores que
escrevem um livro e sonham, com essa única experiência editorial, alcançar
estrondoso sucesso, como se tivesse produzido inegável obra-prima literária.
Por muitas vezes, repetimos aos nossos leitores o episódio que experimentamos
graças à sinceridade do fabuloso poeta Bueno de Rivera, símbolo maior dos
intelectuais nascidos em Santo Antônio do Monte e detentor de uma poesia que
ganhou o mundo, ultrapassando as fronteiras do Brasil.
Pois bem, convidamos o Bueno
para prefaciar o nosso segundo livro, “Leite e Lua”. Ele não se fez de rogado e
nos brindou com o prefácio que lhe solicitamos. Todavia, mineiramente, cuidou
de nos alertar em relação à necessidade de que trabalhássemos mais na procura
de aprimoramento de nossos versos. Humildemente, abraçamos o conselho do mestre
e só voltamos a editar novo livro dez anos depois, quando lançamos “Cio de
Vento” – alicerce de nossa literatura e razão principal a nos encaminhar neste
ano de 2013 para o nosso 16º livro.
Não existe nada mais difícil
que exercer o natural processo crítico no âmbito artístico em nome da
disseminação da verdadeira arte, podendo afirmar-se que atingir tal objetivo
sem angariar ferrenhas inimizades é patamar completamente inalcançável. Afinal,
a realidade inarredável, é que somamos entre nós maior número de ignorantes;
pessoas que se nos revelam enraivecidas perante quaisquer críticas que lhes
sejam feitas, ao contrário do sábio e bem-informado, uma espécie em extinção,
que diante de observação contrária a seu comportamento se nos apresenta
agradecido, ciente de que vive melhor quem vê a si mesmo como espírito em
crescimento e, portanto, aberto a toda lição que o distancie da mediocridade e
o conduza a algum aprendizado capaz de lhe iluminar a breve caminhada pelo
planeta Terra.
Título e Texto: Carlos Lúcio Gontijo, Poeta, escritor e
jornalista, Secretário de Cultura de Santo Antônio do Monte, 12-04-2013
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