1. Foram notícia, ontem e
hoje, os seguintes indicadores de actividade económica:
- Vendas de automóveis sobem
15% em Setembro em relação ao mesmo mês de 2012, o crescimento nos primeiros 9
meses do ano é de 5,7%;
- A produção industrial
cresceu 8,3% em Agosto, relação ao mês anterior (+0,6% em termos homólogos);
- As vendas a retalho
cresceram 4,8% em Agosto em relação ao mês anterior (-0,1% em termos homólogos
mas com tendência de recuperação, em Julho tinha sido -1,6%);
- A confiança dos consumidores
atinge em Setembro o nível mais elevado desde Novembro de 2010 (6 meses antes
da debacle socrática);
- índices de confiança dos
agentes económicos (empresários e consumidores) aumentam de forma significativa
em Agosto e Setembro.
2. A isto acresce a
informação, hoje divulgada, de uma nova queda da taxa de desemprego em Agosto,
segundo o Eurostat, para 16,5%, ficando a marcar o 6º mês de queda sucessiva
deste indicador depois de ter atingido um máximo de 17,6% em Fevereiro último.
3. Poderia ainda relembrar os
dados que aqui mencionei no penúltimo post editado, reveladores de uma enorme melhoria na situação das contas
externas até Julho, com superavits em todas as contas relevantes...
4. Ao contemplar estas dados –
esta realidade - não posso deixar de a comparar ao tremendismo pessimista da
grande maioria dos discursos políticos bem como dos comentários de
“especialistas” que enxameiam a comunicação social, os quais dogmaticamente se
recusam a aceitar a possibilidade de qualquer outro cenário que não seja o
agravamento da CRISE...
5. Na sua grande maioria,
esses discursos – desde os Crescimentistas do tipo português suave até aos
Crescimentistas puros e duros que sonham com um crescimento da despesa pública,
sustentado por recursos financeiros de fontes renováveis, para estimular a
despesa e a actividade – assumem uma matriz ideológica bastante marcada que os
leva a excluir qualquer possibilidade de recuperação da economia na vigência de
uma política neo-liberal...
6. Para eles só pode haver
crise, sempre crise e cada vez mais crise enquanto estiverem em vigor as
políticas de Consolidação Orçamental articuladas com a Troika...
7… mas a realidade económica
vai mudando, revelando-nos a pouco e pouco uma face nova da CRISE – os agentes
económicos não se movem em função desses discursos pessimistas, sabem que
existe outro mundo muito mais dinâmico e motivador; mas os políticos
tremendistas não desistem do seu ardente discurso de crise, transportados em
seus sonhos ideológicos… no fim, quem ganhará?
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 01-10-2013
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