quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Uma nova face da CRISE e os sonhos ideológicos...

Tavares Moreira

1. Foram notícia, ontem e hoje, os seguintes indicadores de actividade económica:

- Vendas de automóveis sobem 15% em Setembro em relação ao mesmo mês de 2012, o crescimento nos primeiros 9 meses do ano é de 5,7%;

- A produção industrial cresceu 8,3% em Agosto, relação ao mês anterior (+0,6% em termos homólogos);

- As vendas a retalho cresceram 4,8% em Agosto em relação ao mês anterior (-0,1% em termos homólogos mas com tendência de recuperação, em Julho tinha sido -1,6%);

- A confiança dos consumidores atinge em Setembro o nível mais elevado desde Novembro de 2010 (6 meses antes da debacle socrática);

- índices de confiança dos agentes económicos (empresários e consumidores) aumentam de forma significativa em Agosto e Setembro.

2. A isto acresce a informação, hoje divulgada, de uma nova queda da taxa de desemprego em Agosto, segundo o Eurostat, para 16,5%, ficando a marcar o 6º mês de queda sucessiva deste indicador depois de ter atingido um máximo de 17,6% em Fevereiro último.

3. Poderia ainda relembrar os dados que aqui mencionei no penúltimo post editado, reveladores de uma enorme melhoria na situação das contas externas até Julho, com superavits em todas as contas relevantes...

4. Ao contemplar estas dados – esta realidade - não posso deixar de a comparar ao tremendismo pessimista da grande maioria dos discursos políticos bem como dos comentários de “especialistas” que enxameiam a comunicação social, os quais dogmaticamente se recusam a aceitar a possibilidade de qualquer outro cenário que não seja o agravamento da CRISE...

5. Na sua grande maioria, esses discursos – desde os Crescimentistas do tipo português suave até aos Crescimentistas puros e duros que sonham com um crescimento da despesa pública, sustentado por recursos financeiros de fontes renováveis, para estimular a despesa e a actividade – assumem uma matriz ideológica bastante marcada que os leva a excluir qualquer possibilidade de recuperação da economia na vigência de uma política neo-liberal...

6. Para eles só pode haver crise, sempre crise e cada vez mais crise enquanto estiverem em vigor as políticas de Consolidação Orçamental articuladas com a Troika...

7… mas a realidade económica vai mudando, revelando-nos a pouco e pouco uma face nova da CRISE – os agentes económicos não se movem em função desses discursos pessimistas, sabem que existe outro mundo muito mais dinâmico e motivador; mas os políticos tremendistas não desistem do seu ardente discurso de crise, transportados em seus sonhos ideológicos… no fim, quem ganhará?
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 01-10-2013

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