
Naquele tempo, habitado por indígenas divididos em milhares de grupos
étnicos, essa terra tornou-se uma colônia de Portugal.
Seria a hora de se promover o desenvolvimento dessa enorme Colônia, propiciando de imediato a Educação do povo? Creio que não se pensava assim... não mesmo!
A sociedade daquela época, muito ao contrário, em 1530 inicia a escravidão
dos negros africanos traficados para o Brasil.
Foram criadas várias leis de caráter abolicionista durante o governo de
D.Pedro II, como a Lei Eusébio de Queiróz de 1850 que proibia o tráfico de
escravos para o Brasil mas somente trinta e oito anos depois, em 1888, a Lei
Áurea deu fim à escravidão. Aos negros africanos e seus descendentes, aos
índios e ao povo em geral, até então nada de Educação. Só religião!
Em 1549, com a chegada dos padres jesuítas, mais uma vez, a religião foi
imposta “goela abaixo” por mais de 200 anos e ainda assim sem a promoção da
alfabetização ou da transferência de conhecimentos através de escolas e
professores.
O “ensino” (religioso) continuou assim, até à expulsão dos jesuítas
executada pelo Marquês de Pombal. Com a fuga da Família Real de Portugal em
1808, devido à invasão das tropas de Napoleão Bonaparte, Dom João VI (1767-1826), “proporcionou” a abertura de Academias Militares,
Escolas de Direito e Medicina, fundou a Biblioteca Real, o Jardim Botânico além
da abertura dos portos brasileiros às nações amigas.
Em 16 de Dezembro de 1815, passamos a ser um Reino Unido a Portugal e
Algarves, mas apesar de deixar de ser Colonia, a Educação do povo em geral,
continuou sem qualquer olhar importante. Vale lembrar que sem a educação de
base, o acesso ao conhecimento superior torna-se impossível.
Elementar, meu caro Watson, diria Sherlock...
Nesse tempo, nas colônias espanholas já existiam um bom número de Universidades sendo que em 1538 fundou-se a Universidad de San Domingo, em 1551 a Universidad de Mexico e também a de Lima (Perú).
A nossa primeira Universidade só surgiu no Amazonas e é
herdeira da Escola Universitária Livre de Manáos, fundada em 17 de janeiro de
1909. Um atraso desconcertante ou um planejamento tático?
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A partir de então, ficou estabelecido o direito ao voto
mas apenas aos que tivessem determinado nível de renda, circunscrito aos
homens alfabetizados, que naquela época era uma fração muitíssimo pequena. Foram
tentadas várias modificações mas, baldados os esforços de uns poucos - se bem
observado for - a educação aqui em Pindorama não evoluiu em termos
significativos de tamanho ou qualidade. A Educação de Base continuava igual à
época colonial.
A Constituição atual, formulada em 1988, define o Brasil como uma República Federativa, formada pela
união do Distrito Federal e dos 26 estados e seus respectivos municípios, sendo
que no Artigo 205 do Capítulo III é previsto que “ A EDUCAÇÃO É DIREITO DE
TODOS E DEVER DO ESTADO E DA FAMÍLIA...”
Entretanto, a Educação brasileira, continua assim, nos
dias de hoje, tendo as mesmas características utilizadas anteriormente; sem um
planejamento de modelo pedagógico moderno, sem um número ideal de escolas e
universidades equipadas e aparelhadas, sem recursos humanos compatíveis com o
ensino do corpo discente e das reais
necessidades do corpo docente.
Continuam, os professores e mestres,sem o
reconhecimento salarial justo e digno do magistério público e também de todos
aqueles que se esforçam para, de fato, tornar realidade “aquele” futuro melhor,
sempre prometido para o desenvolvimento social, científico, tecnológico e
administrativo dessa pátria amada salve, salve.
Sempre prometida, principalmente nos palanques
eleitorais, a Educação é mencionada como alicerce do progresso e
desenvolvimento de uma nação mas, na maioria das vezes, é posteriormente
descartada de qualquer ação que agregue melhoria, sendo relegada a um plano
cujo esquecimento “normalmente” acontece.
Nessa situação, o nosso atraso é cada vez maior quando
comparado com países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Com o crescimento demográfico
exponencial, típico dos povos sem educação e sem um programa eficaz de
estruturação da educação e da erradicação do analfabetismo, provávelmente num
futuro próximo, seremos uma nação de ignorantes, iletrados e
consequentemente... de miseráveis.
Sabe-se que quanto maior o número de escolas e quanto
melhor a qualidade do ensino, aumenta-se o número de empregos e reduz-se
sobremaneira a criminalidade.
Sem ver a EDUCAÇÃO como todos gostariam, mas vendo os
privilégios com que são tratados outros “segmentos” dessa nossa sociedade
brazuca (e as de outras plagas também),
com certeza perderemos o transporte para o conhecimento e desenvolvimento e
ficaremos na plataforma da vida, vendo mas... sem entender porque o trem não
parou para nós seguirmos com destino àquele futuro tão expressivamente discursado... ao longo da
história da tão querida terra brasilis.
Título e Texto: Jonathas
Filho, 12-03-2014
Belo trabalho Jonathas Filho. Certamente o lema é : Não educar para poder manipular ! Abraços.
ResponderExcluirObrigado Paulo Contreiras. É certo que é muito mais fácil "convencer" aqueles não tem conhecimento nem entendimento e por isso, é nosso dever ajudar aos menos favorecidos à entender como a política funciona e assim votar certo além de estimulá-los à estudar e aprender pois assim, mais tarde saberão não só os deveres mas também os direitos deles.Jonathas Filho
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