Luciano Henrique
Quando eu digo que lidamos com
seres cujos padrões éticos são monstruosos, não estou exagerando. Em um recente texto, Paulo Nogueira, da BLOSTA, mostrou-se
como um eterno ser rastejante à busca de verbas estatais para seus líderes (e
para si próprio, talvez?), mesmo que tenha que fazer um discurso afrontoso à
dignidade humana, como este:
Em sua passagem pelo Brasil,
Piketty [foto] falou sobre os impostos nacionais com mais riqueza e mais profundidade
do que o conjunto do conteúdo produzido, em muitos anos, pelas empresas
jornalísticas.
Vamos do básico.
A carga tributária do Brasil
se situa em torno de 35% do PIB. O país está mais ou menos no meio do caminho,
como notou Piketty em seu divertido inglês afrancesado ao falar para plateias
brasileiras. Mais para cima, com cargas na casa dos 50%, você tem os países
escandinavos, os mais avançados socialmente do mundo. Mais para baixo, com
cargas na casa dos 20%, você tem países como Romênia e Bulgária, socialmente
primitivos. Perguntou Piketty: o que vocês querem ser, Escandinávia ou Romênia?
A Folha não quer que o Brasil
seja a Escandinávia, é claro. Nem as demais grandes corporações jornalísticas.
Isto é de um cinismo
aterrador. Quando o indivíduo chega a este nível, ele já se apresenta naquela
categoria “sem nada a perder”.
E é muito bom que ele tenha
citado o Thomas Piketty, que, assim como Paul Krugman, não tem nada de útil a
dizer a quem quer uma discussão a sério sobre economia.
Demonstremos:
·
Suécia: Renda Per Capita US$ 44 695
·
Brasil: Renda Per Capita US$ 15 153
Quer dizer que o Brasil tem
renda per capita três vezes menor do que a dos suecos e ele quer que nós
paguemos a mesma taxa de imposto que eles? Ué, para onde foi o pensamento
socialista que diz “quem tem mais, paga mais”? Como sempre, eles vão mudando o
discurso conforme a conveniência. Coisa de psicopata.
Se fôssemos aplicar a ótica de
Pikaretty e Nojeira, então bastaria aplicar a alíquota de 27,5% sobre quem
ganha salário mínimo, já que pagar mais aumentará a riqueza do pagador. Mas é
claro que isso só seria categorizado como loucura ou safadeza. No caso da
duplinha de socialistas, podemos apostar na última opção.
Alias, se o objetivo é “virar
Suécia”, os procedimentos são simples:
1. Pare de conviver com porcos (líderes de países
como Venezuela e Argentina) e se alinhe a países civilizados
2. Crie um livre mercado, com no máximo de 10% do
PIB de carga tributária, mas não faça isso por um ou dois mandatos, mas por
três ou quatro décadas, no mínimo (garanta liberdade de expressão e liberdade
de imprensa neste período)
3. Aproveite essas três ou quatro décadas para
enriquecer o país, triplicando a renda per capita
4. Aí, e somente aí, discuta um estado de bem-estar
social
Estou dizendo que “vamos”
fazer isso? Não. Eu duvido. Até porque somos um país esquerdista demais para
aceitar três ou quatro décadas de livre mercado. Mas se não passarmos pelos
quatro passos, não viraremos Suécia coisíssima nenhuma. Uma ostra honesta já é
capaz de saber que não foi o estado de bem-estar social sueco que os
enriqueceu, mas os tempos em que o país viveu sob livre mercado.
Aplicar 50% de impostos sobre
o PIB em um país como a Suécia pode até atrasar o país, como tem acontecido.
Exatamente por isso, estão rediscutindo o estado de bem-estar social. Por outro
lado, aplicar 50% de impostos sobre o PIB de um país miserável como o Brasil
não irá nos transformar em Suécia, mas em Cuba.
Eu não acredito em demônios ou
coisas do tipo. Mas pessoas que discursam vendendo ilusões, feito Pikaretty e
Nojeira, se enquadram em uma moralidade do nível capeta.
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