Rodrigo Constantino
Qualquer pai percebe algo
importante logo no começo da vida dos filhos: eles reagem a incentivos.
Castigos importam justamente por isso: impõem um limite fundamental na formação
das pessoas. O medo de ser punido é fator relevante na tomada de decisão,
especialmente quando o guri pretende transgredir alguma regra.
Essa noção tão básica e
evidente está por trás de premissas do conservadorismo e do liberalismo.
Curiosamente, ela não faz parte dos manuais esquerdistas. E quanto maior for o
currículo Lattes do “intelectual” de esquerda, maior a probabilidade de ele
ignorar essa obviedade.
É preciso ler muito Rousseau
ou a Escola de Frankfurt para conseguir concluir que o homem nasce um “bom
selvagem”, e que é a sociedade e a propriedade que o corrompem. É necessária
uma dose cavalar de alienação do mundo real, que só pensadores enfurnados em
seus escritórios conseguem consumir. Bastava uma observação da vida cá fora
para derrubar teses enormes de doutorado.
Acusar a instituição policial
de “fascista” e pregar sua abolição ou “desmilitarização”, com base em teorias
como a da “microfísica do poder”, é algo que só mesmo um profundo conhecedor de
Foucault seria capaz de fazer, mas nunca um conhecedor da natureza humana. Esse
sabe que sem uma PM bem armada, a bandidagem ficará mais ousada.
O
socialista Marcelo Freixo pensa que basta iluminar praças para conter a
criminalidade. Vamos combater marginais com postes!
O socialista Marcelo Freixo,
adorado pela esquerda caviar carioca, pensa que basta iluminar praças para
conter a criminalidade. Vamos combater marginais com postes! Pacifistas
acreditam que com camisas brancas e pombas estampadas, cantando “Imagine”, vão
mudar o mundo. E muitos aplaudem o desarmamento do cidadão de bem, como se a
arma fosse a culpada pelo crime, não o bandido.
A prática dessas teses malucas
foi observada no Espírito Santo. Se a polícia realmente sai de cena, o que
temos não é uma roda de capoeira comunitária, mas o caos. E nenhum esquerdista
foi lá acalmar o povo com discursos bonitos…
Se Rousseau influenciou
inúmeros “intelectuais” vaidosos com suas bobagens românticas, Hobbes preferiu
dizer a verdade nua e crua, concluindo que o homem é o lobo do homem em seu
estado natural. Mas o pensador inglês não é tão influente nos meios
intelectuais, pois sua retórica não é sensacionalista e não agrada quem vive
apenas para a estética.
Joseph Conrad, em “O Coração
das Trevas”, usa a colonização belga no Congo para retratar o resultado da
suspensão da civilização e o que ela representa, com seus valores morais e
limites institucionais: sobra apenas a barbárie. Ou, como diz um personagem do
livro, “o horror, o horror! ”
Título e Texto: Rodrigo Constantino, IstoÉ, 10-2-2017
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